A quarta-feira foi mais um dia de forte queda nas bolsas globais, devido ao aumento das chances de uma segunda onda na Europa. Inclusive países que tiveram bom desempenho na primeira onda da pandemia, como a Alemanha que adotou medidas mais restritivas contra o avanço da doença. No Brasil, o aumento dos riscos globais por conta da COVID-19 e as incertezas em torno das eleições americanas impactaram fortemente a bolsa brasileira.
Os riscos do aumento na curva de contaminados pela COVID-19 que já estavam elevados, se aprofundaram à medida em que novas restrições foram anunciadas na Europa. Na Alemanha, Angela Merkel, anunciou um lockdown parcial com início na segunda-feira e a França continua a ampliar o toque de recolher. As eleições americanas também levaram riscos aos mercados, dificultando as projeções dos agentes.
Na península ibérica, Lisboa e Madri perderam 2,23% e 2,66%. Milão, perdeu 4,06%. Paris, caiu 3,37%. Frankfurt, teve desvalorização de 4,17% e Londres, teve perdas 2,55%
A corrida dos agentes em busca de dólar, fizeram as commodities terem queda generalizada de modo que, até mesmo o ouro, importante por seguro, também tivesse um pregão amargo, com queda de 1,71% a US$ 1.879,20.
Com o aumento do número de casos de coronavírus na Europa e nos Estados Unidos geraram temores quanto à demanda pela commodity.
O WTI, teve retração de 5,51%, a US$ 37,39 e o Brent teve queda de 4,73%, a US$ 39,64.
Nos Estados Unidos, tal como na Europa, os efeitos de uma segunda onda de coronavírus e as incertezas em torno das eleições americanas fizeram Wall Street ter fortes perdas.
O Dow Jones e o S&P 500, tiveram queda de 3,43% e 3,53%, respectivamente e a Nasdaq, fechou com perdas de 3,73%.
O mercado brasileiro seguiu as bolsas globais. O risco generalizado em torno do coronavírus e as incertezas geradas pelas eleições americanas com alguns agentes considerando uma vitória de Biden sendo prejudicial no curto prazo para a bolsa brasileira, deram força a ponta vendedora enquanto o mercado aguardava a decisão do COPOM.
O Ibovespa teve perdas de 4,25%, a 95.358,76 pontos, e o dólar teve alta de 1,39%, a R$ 5,76, sendo impactado pelo risco global e os ruídos internos.
As fortes quedas nas bolsas ocidentais, impactaram fortemente a sessão asiática, levando a mais um dia de queda para a maioria dos mercados. Mais uma vez, os destaques foram dos índices de ações da China continental, puxadas pelo setor de consumo que apresentou fortes resultados.
O Xangai compostos e o Shenzhen tiveram alta de 0,11% e 0,47% respectivamente. Nas ilhas, Hong Kong e Taiwan, houve retração de 0,49% e de 1,02% respectivamente.
Em Tóquio, o Nikkei apresentou perda de 0,37%, após o anúncio do de piora na projeção do PIB japonês e manutenção da política monetária do BoJ.
Seul teve desvalorização de 0,79% e Bombaim caiu 0,43%.
Para hoje (29/10):
Os mercados europeus operam em alta recuperando tecnicamente parte das perdas de ontem (28), digerindo os balanços de companhias. Todavia, as medidas restritivas dos governos para conter o avanço do coronavírus continuam a pesar. Nos Estados Unidos, também há tentativa de recuperação, com os futuros operando em alta.
No Brasil, os agentes deverão digerir o anúncio da decisão do COPOM. A autoridade monetária informou que vê um cenário transitório para a inflação quanto à taxa de juros, ela continuou em 2,00% como era o esperado e, segundo o comunicado, provavelmente não haverá mais cortes.
Além do exterior que continuará no radar dos investidores, os balanços de importantes companhias como Vale, Bradesco, Ambev e Petrobras também serão drivers importantes.
O Tesouro fará a oferta de LTNs para os vencimentos de 2021,2022 e 2024 e de NTNFs para 2027 e 2031; e LFTs para 2022 e 2027.
Europa: mercado de trabalho e inflação na Alemanha
Na Alemanha, a agência Destatis publicou os números do mercado de trabalho e, um pouco mais tarde, às 10:00 (horário de Brasília), mostrará os números da inflação.
Quanto ao mercado de trabalho, devido a resistência da economia alemã, os agentes esperavam a mesma taxa de desemprego que foi registrada no mês imediatamente anterior, a 6,3%. para o mês de outubro. Todavia, o indicador superou as expectativas dos agentes, chegando em 6,2%, Ainda olhando para o mercado de trabalho, as projeções mostravam nova queda na variação no número de desempregados, saindo de uma queda 8 mil e alcançando retração de 5 mil pessoas, mas o resultado surpreendeu positivamente, dado que houve diminuição de 35 mil pessoas desempregadas.
Para a inflação, as expectativas são um mais desanimadoras, tendo em vista que a atividade econômica não está aquecida o suficiente para sustentar os preços. Além disso, a segunda onda da COVID-19 no continente também tende a afetar a demanda. Os números estimados pelo mercado são de deflação a -3,0% anualizada em outubro e de -0,1% ao mês.
Para a Zona do Euro, a European Commission publicou os números de expectativas e confiança para o consumidor, serviços e indústria. Em todos os indicadores, as perspectivas e expectativas são negativas à medida em que o a nova onda da pandemia vai se alastrando no continente europeu. Além disso.
Os números de Confiança de Empresas e Consumidores foi de 90,9 contra a expectativa de 89,5 pontos. A Confiança do Consumidor, atingiu a estimativa de -15,5. A Confiança dos Serviços e o índice industrial tiveram -11,8 e -9,6 respectivamente., com ambos superando as expectativas. Assim, mesmo com o avanço do coronavírus na região, os indicadores apresentaram bons números. Como os temores de um novo lockdown tiveram maior apelo ao final do mês, os efeitos podem ser percebidos com mais força no mês seguinte.
Um pouco mais tarde, às 9:45 (horário de Brasília), o Banco Central Europeu (BCE), divulgará a decisão da taxa de juros, tal como sua coletiva de imprensa informando os próximos passos da política monetária da instituição que deve tomar um tom ainda mais dovish ao passo em que a possiblidade de uma segunda onda de COVID-19 avança na Europa.
Estados Unidos: Pedidos Iniciais por seguro-desemprego, PIB e vendas de pendentes de moradia
O Boreal of Economics Analysis, divulgará os números da primeira leitura do PIB Trimestral dos Estados Unidos. Os agentes esperam melhora no indicador, devido à reabertura da economia e bom desempenho dos indicadores antecedentes, principalmente no que diz respeito ao desempenho do varejo e da indústria ao longo do período. Se espera que o indicador suba 31,0%, como ele é multiplicado por quatro para captar a variação anualizada, o número vai para 7,75% contra a retração de 31,4% no segundo trimestre.
Seguindo a mesma lógica, o índice de preços dos produtos que fazem parte do PIB, tende a ter alta 2,8%, segundo o mercado, contra retração de 2,1%.
O Departamento do Trabalho, divulgará o dado semanal de pedidos por seguro-desemprego. Após queda de 8,49%, o mercado se mostra um pouco mais cauteloso, esperando que os agentes saiam de 787 mil para 775 mil.
Por fim, entre os indicadores mais importantes do dia no país, a Associação Nacional de Corretores, publicará os números vendas pendentes de moradias para o mês de setembro, evidenciando a força do setor imobiliário. Após números acima do esperado desde maio, a forte alta evidenciada nos meses anteriores pode ter perda de força. A expectativa é de que o indicador alcance avanço de 3,4% contra 8,8% em agosto.
Brasil: IGP-M, dados fiscais e Caged
No Brasil, a Fundação Getúlio Vargas publicará os números da inflação, com base no indicador que leva em consideração 60% do IPA (índice de preços ao produtor), 30% IPC (índice de preços ao consumidor) e em 10% no INCC (índice nacional da construção civil).
A perspecptiva do mercado é de que, a alta evidenciada até então perca um pouco de força, mas ainda continuará elevado, saindo de 4,34% em setembro para 3,10% em outubro.
Os impactos nos preços se deverão principalmente pelo efeito do dólar e a leve queda, pode absorver das últimas quedas nos preços do petróleo.
O Tesouro Nacional publicara o resultado primário do Governo Central, ou seja, o resultado entre receitas e despesas decorrentes de atividades ficais do governo, evidenciando se os níveis de gastos são compatíveis com a arrecadação.
O mercado espera melhora no indicador, pelo fato da melhora no nível de atividade econômica evidenciado pelos indicadores antecedentes poderem registrar melhora na arrecadação.
Por outro lado, as despesas também podem ter aumentado, devido ao avanço dos gastos para lidar com pandemia.
As estimativas com base nos dados da Broadcast, é de que o resultado primário do governo central alcance R$ -77,4000 bilhões em setembro e, em 2020, tenha chegado em R$ R$ -859,8 bilhões.
O avanço dos gastos também tende a afetar a dívida em proporção do PIB em setembro, saindo de 60,7% e alcançando 61,8%.
O Caged, às 16 horas, disponibilizará os dados referentes ao avanço do emprego, após avanço de 249,39 mil vagas, o mercado espera que setembro tenha acréscimo de 230,0 novas vagas, o que gera um decréscimo de 783,700 mil em 2020.
Apesar da mediana apresentada pela Broadcast apresentar avanço, a quantidade de pessoas a procurar emprego, podem afetar a taxa de desemprego. Além disso, quanto aos desligamentos, os efeitos dos programas governamentais acabam por sustentar parte do emprego.
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