Mercados tentam recuperação na véspera da decisão do FOMC e COPOM

Tempo de leitura: 3 min.

As bolsas europeias fecharam em queda na sessão do primeiro dia do mês. Os dados foram abaixo do esperado na economia do continente, apesar de ficarem próximos do que era aguardado. Os dados de confiança e expectativas das empresas e consumidores também evidenciaram piora. O externo também influenciou negativamente o comportamento do mercado, por conta dos dados ruins do PMI chinês, sendo mais um fator que afeta fortemente as perspectivas de crescimento global e da Europa. A situação na Ucrânia, sendo um polo de produção agrícola e de importante parcela na produção de manufatura de semicondutores. Londres conseguiu suportar a queda com alta de 0,47%. Frankfurt teve queda de 1,13%. Paris perdeu 1,66%. Milão teve queda de 1,63%. Madri e Lisboa perderam 1,73% e 1,11% respectivamente.

Nos Estados Unidos, o mercado conseguiu fechar em alta.  O Dow Jones Industrial Average ganhou 0,26%, ou 84 pontos, o S&P 500 subiu 0,6% e o Nasdaq subiu 1,6%. Apesar da Treasury de 10 anos ter seu rendimento chegando a 3,0% em parte do dia, o mercado registrou queda, mas voltou a subir, com a queda dos yields após chegar à tal patamar. Na agenda econômica, o PMI industrial saiu de 57,1 e a tingiu 55,4 pontos, contra a expectativa de 57,6.  O mesmo índice para o setor manufatureiro ficou próximo da estabilidade atingindo 50,9 pontos contra expectativa de 56.

No Brasil, o Ibovespa teve queda de 1,15% a 106.639 pontos. As preocupações com a economia chinesa e as expectativas com o Copom e FOMC ampliaram a cautela dos investidores locais. A perspectiva de crescimento global menor e, por consequência, impacto nas commodities fez VALE3 e PETR4 serem destaques de queda, pressionando o índice. A alta do dólar indicando saída de capitais, acabou por afetar a B3SA3.

Para hoje (03/05)

Na Ásia, muitos mercados estão fechados devido ao feriado fazendo com que a China Continental, Japão e Singapura não operassem. Um fator interessante no dia foi a elevação da taxa de juros na Austrália, após uma década sem alteração, indicando receio considerável contra a alta de inflação na região. Hong Kong ficou próxima da estabilidade em 0,06% e Seul teve queda de 0,26%.

Os futuros em Nova York operam em alta, buscando uma recuperação após as quedas consideráveis de ontem (02). Ao longo do dia, os investidores ficarão atentos à Ofertas de Emprego JOLTs com a expectativa de criação de 11 mil empregos. Pelo lado da atividade econômica espera-se que a Encomenda à Indústria tenha crescimento de 1,1%. O mercado também ficará atento à agenda de balanços devido à publicação de balanços de empresas como Pfizer, Aribnb, Starbucks, Hilton e outras.

Na Europa, as bolsas também operam em movimento de recuperação técnica com os investidores aguardando os próximos passos da política monetária ao redor do mundo. A inflação continua sendo uma preocupação com o IPP (Índice de Preço ao Produtor) chegando a 336,8% ao ano. A taxa de desemprego do bloco ficou em 6,8% e na Alemanha se manteve em 5,0%. Quanto aos balanços, os investidores ficarão atentos aos números da BP.

No Brasil, a queda do petróleo, apesar de menos acentuada, pode gerar impacto em importantes companhias e os lockdowns que permanecem na China, tendem a fazer com que o mercado continue receoso em relação às perspectivas de crescimento econômico, afetando as mineradoras. Na agenda econômica, espera-se que a produção industrial tenha desempenho de 0,2% em março, ante 0,7% no mês imediatamente anterior. NA agenda de balanços teremos: 3R Petroleum (RRRP3), Cielo (CIEL3), Isa CTEEP (TRPL4), JSL (JSLG3) e Marfrig (MRFG3), todos após o fechamento do mercado.

No corporativo, a Localiza apresentou lucro líquido de R$ 517,4 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), o que representa um crescimento de 7,3% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Segundo a empresa, o resultado reflete o aumento de R$ 333,1 milhões no Ebitda do período.

A Copasa (CSMG3) teve lucro líquido de R$ 167,5 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), o que representa um crescimento de 23,8% em relação ao mesmo trimestre de 2021. O Ebitda caiu 14,4% no 1T22, totalizando R$ 445,3 milhões.

A Marcopolo (POMO4) registrou lucro líquido de R$ 98 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), revertendo prejuízo de R$ 14,7 milhões no mesmo trimestre de 2021.

Minerva (MRFG3) informou ter realizado ontem o primeiro embarque ao exterior de produto certificado Carbono Neutro no Uruguai. “Com a inclusão do selo CO² neutral, concedido por uma organização independente com sistemas de certificação em mais de 100 países.

Embraer (EMBR3) informou que sua subsidiária Embraer Portugal concluiu a venda da totalidade de sua participação societária na Embraer Portugal Estruturas Metálicas (EEM). A transação já havia sido anunciada em janeiro no valor de US$ 172 milhões.

Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917  

Deixe um comentário