Mercados receosos com as questões inerentes à Evergrande, Pandora Papers e cisão entre Itaú e XP.

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Os principais índices europeus fecharam em queda no primeiro dia do mês (01). Os temores em relação à diminuição na compra de títulos por parte do BCE, dado a inflação elevada de 3,4%, maior nível desde 2008, sendo fortemente impactada pelos preços de energia. Os PMI’s tiveram queda e, apesar de ainda estarem em níveis elevados, alguns players já consideram perda de dinamismo da indústria para acompanhar a demanda de bens.

Em Nova York, os principais índices fecharam em alta. Apesar do PCE subindo, com o núcleo chegando a 4,3% em agosto, os indicadores do PMI de expectativas do consumidor de Michigan superando as expectativas, contribuíram para bom-humor nos Estados Unidos. A queda nos rendimentos das treasuries também contribuíram para o bom desempenho dos ativos americanos.

No Brasil, os mercados fecharam em alta, sendo apoiado pela retomada de ativos cíclicos em todo globo, dado o forte desconto que estes ativos estavam a apresentar e as notícias de redução significativa de hospitalizações e mortes ocasionadas pela COVID-19. A agenda econômica interna foi positiva com o PMI saindo de 53,6 para 54,4 e a balança comercial a registrar superávit de US$ 4,3 bilhões, o que representa um avanço de interanual de 52%.

Para hoje (04/10)

As bolsas asiáticas, com feriados na China continental e na Coreia do Sul, fecharam majoritariamente em queda, com a Evergrande ter novas complicações após o anúncio de suspensão da negociação das ações de sua subsidiária, Evergrande Property Services.  No Japão, o cenário político, após a confirmação de Fumio Kishida como primeiro-ministro levou instabilidade ao mercado.

Em Singapura, o minério de ferro teve leve recuperação, subindo 0,56%, cotado a US$ 116,90.

Na Europa, os receios em torno da Evergrande, leva instabilidade aos principais mercados europeus que operam próximos da estabilidade. O índice de confiança do investidor Sentix referente a outubro registrou queda, saindo de 19,6 para 16,9 pontos, aquém das projeções de 18,6.

Nos Estados Unidos, os futuros das principais bolsas americanas aperam em queda, devolvendo os ganhos dos pregões anteriores.

A bolsa brasileira pode acompanhar o movimento análogo do exterior no pregão de hoje (04). O lado positivo pode estar direcionado para a leve recuperação dos preços do minério de ferro, mas haverá atenção ao petróleo tendo em vista a Reunião da OPEP+.

Outro fator que ficará no radar dos investidores é a cisão entre Itaú (ITUB4) e XP. Os acionistas receberão BDRs da XP. Caso as BDRs sejam tratadas como bonificação não gerará variações abruptas no índice, caso contrário, as ações do banco podem sofrer com forte volatilidade. 

Na agenda econômica, os agentes ficarão atentos a venda de veículos da Fenabrave e aos números divulgados pelo Relatório Focus. O documento aponta que os economistas aumentaram suas projeções para inflação para o ano que vem para 8,51%, mantiveram a Selic em 8,25% e PIB em 5,04% para o fim deste ano e 1,57% para o ano que vem.

O Bacen fará a oferta de 15.000 contratos de swap para rolagem, a partir das 11:30.

Outras questões também devem impactar o humor dos investidores como as discussões no parlamento para discutir possíveis soluções para a alta dos combustíveis e as notícias relacionadas ao Pandora Papers revelando os ativos financeiros offshore de dezenas de atuais e ex-líderes mundiais e centenas de políticos da Ásia e do Oriente Médio à América Latina.

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