Os mercados europeus fecharam sem sinal único, com os investidores a ponderar os dados negativos da economia e a possibilidade de os bancos centrais serem menos agressivos na alta de juros por conta do aumento dos receios recessivos.
Tanto que ao observarmos o movimento Euro Stoxx 600, setores com melhor desempenho foram o de bens industriais (+1,05%) e bens de consumo discricionário (+1,01%). Serviços de comunicação e imóveis também tiveram boa performance com alta de 0,96% e 0,80% respectivamente. Todavia, o motivo da alta de tais ativos não significa que os mercados financeiros de países desenvolvidos estejam a sair do bear market.
A ponta vendedora do euro continua forte, com os investidores precificando riscos ao fim do ano, quando o inverno chegar. Na agenda econômica, índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha veio bem abaixo do esperado, em junho na Zona do Euro alcançando perda de 51,1%. Londres teve alta de 0,18%. Frankfurt ganhou 0,18%. Paris avançara 0,80%. Milão caiu 0,38%. Nas bolsas ibéricas, Madri e Lisboa perderam 0,62% e 1,34% respectivamente.
Nos Estados Unidos, parte da sessão foi positiva, mas o mercado não resistiu aos receios de que a inflação pode ter alta considerável. Um boato no mercado trazia a informação de que o IPC pode ter alta de 10,2% assustou parte dos agentes. Adicionalmente, os receios em torno da desaceleração econômica também foi um fator limitador importante para os ganhos. O S&P 500 teve queda de 0,92%. O Nasdaq teve recuo de 0,95% e o Dow Jones perdeu 0,62%.
No Brasil, o mercado absorveu a redução dos riscos inflacionários devido a perda de pressão nas commodities. Apesar de tal fato ser negativo para grande parte das companhias com grande participação no índice, o setor varejista subiu forte com a queda dos DIs evidenciando recuperação considerável. Na agenda econômica, o setor de serviços surpreendeu positivamente crescendo 9,2% no ano ante expectativa de 8,5%. O Ibovespa fechou com alta próxima da estabilidade em 0,06% cotado a 98.271 pontos.
Para hoje (13/07)
Na Ásia, a maior parte das bolsas subiram com os dados das contas externas da China surpreendendo positivamente nas exportações com alta de 17,9% ante expectativa de 12%. Todavia, as importações recuaram saindo de 4,1% para1% em junho. Já o montante da balança comercial acumulou US$ 97,94 Bilhões ante US$ 78,76 Bilhões no mês imediatamente anterior.
Na Coreia do Sul, o Banco Central elevou a taxa de juros de 1,75% para 2,25%, como o esperado. Shanghai teve alta de 0,09%. O Nikkei teve ganho de 0,54%. Hong Kong perdeu 0,22% e o Kospi teve avanço de 0,47%.
O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 1,53%, a 732,00 iuanes, o equivalente a US$ 108,92
Na Europa, os mercados caem aguardando os dados de inflação nos Estados Unidos. Tal fato é o mais preponderante, uma vez que os números acima do esperado para o PIB trimestral do Reino Unido (atual 0,4% vs expectativa de 0,00%) e da produção industrial que cresceu 0,9% ante a perspectiva de 0,2% e na Zona do Euro ganhando 0,8% ante 0,3% que era esperado.
Nos Estados Unidos, os índices operam em alta antes dos números de inflação que serão evidenciados às 9:30. É esperado que inflação no país chegue a 8,8% no consenso do mercado. Outro importante dado do dia é o Livro Bege trazendo as perspectivas dos diretores do FED em relação à economia do país
No Brasil, as vendas no varejo é um evento importante, podendo impactar as projeções de crescimento econômico e trazer subsídios para a análise de companhias do setor de consumo.
A expectativa é de que no mês de maio o setor tenha crescido 1% ante 0,9% do mês imediatamente anterior. Vale lembrar que o dia é de vencimento de opções, podendo trazer certa volatilidade para o índice.
No cenário, o mercado ficará atento aos números dos EUA, caso a inflação suba mais que o esperado, certamente, haverá nervosismo. As commodities retomam, o que é importante para companhias com grande peso no índice como as companhias de petróleo e mineração.
Na política, a PEC dos auxílios terá nova sessão, após de aprovação no primeiro turno com 393 votos favoráveis e 14 contrários à matéria. Outra votação importante foi a aprovação da PEC do piso salarial para enfermagem.
No corporativo, a Petrobras, por sua vez, anunciou que vai orientar potenciais compradores de sua participação de 18,8% na UEG Araucária (UEGA) sobre o envio de propostas não vinculantes.
A CCR pediu à CVM registro de oferta pública secundária de distribuição de até 700.000 debêntures.
As vendas líquidas da construtora Lavvi foram de R$ 450 milhões no segundo trimestre, 12% a menos que o registrado no mesmo período do ano passado. “O destaque do período foi o desempenho comercial dos lançamentos, sendo o Verdant responsável por 56% deste total e Green View responsável por 21%.”, informou a companhia em comunicado.
A Melnick lançou dois empreendimentos no segundo trimestre de 2022, com valor geral de vendas (VGV) potencial de R$ 112,3 milhões, se somada apenas a participação da companhia nos projetos, segundo a prévia operacional. O valor é 58% menor do que o registrado no 1TRI, de R$ 267,3 milhões.
A Even registrou R$ 608 milhões em valor geral de vendas (VGV) no segundo trimestre de 2022, um crescimento de 126% em relação ao mesmo período de 2021, segundo prévia operacional.
A Mitre divulgou prévia operacional do segundo trimestre e acumula alta de 26,4% nas vendas líquidas no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2021, totalizando R$ 343 milhões.
A energia injetada por distribuidoras da Neonergia cresceu 0,8% para 18.822 GWh no segundo trimestre, comparando com o mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre de 2022 a alta foi de 0,37%, na comparação anual.
A Energisa, A diretoria da empresa aprovou as revisões tarifárias extraordinárias (RTE) da Energisa Borborema (EBO) e da Energisa Sergipe (ESE).
A SLC Agrícola concluiu programa de recompra de ações. Durante o programa, foram adquiridas 2 milhões de ações ordinárias, que 0,94% do capital social da companhia. “As ações recompradas têm por finalidade maximizar a geração de valor para o acionista”, explica a empresa.
A Eneva realizou a 8ª emissão de debêntures simples no valor de R$ 2,04 bilhões.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917