Os mercados europeus fecharam em queda derrubados pela inflação recorde no bloco econômico. Os preços da Zona do Euro tiveram alta de 8,1% em 12 meses. O dado acompanha o número de inflação da Alemanha divulgado na véspera (+7,9%). Com os números divulgados e o acordo entre os países da União Europeia em relação ao embargo do petróleo russo, fizeram com que os rendimentos dos juros longos dos países do continente subissem. Assim, os ativos de inúmeros setores fecharam em queda em maioria das bolsas. A diferença foi Londres com alta de 0,10%, que teve avanço pelo impacto positivo da alta do petróleo antes da queda da commodity energética por conta da retirada da Rússia da OPEP+. Quanto às demais bolsas, Frankfurt teve queda de 1,29%. Paris perdeu 1,43%. Milão teve recuo de 1,22%, Madri perdeu 0,89% e Lisboa caiu 0,6%.
Nos Estados Unidos, o movimento foi parecido, com os receios em torno do avanço da inflação devido à alta das commodities como o petróleo e minério de ferro. Com esses riscos, os juros voltaram a subir, com as Treasuries de 10 anos ficando no patamar de 2,857%. Quanto aos dados de atividade econômica do dia, o PMI de Chicago teve alta de 60,3 pontos contra expectativa de 55 pontos e dado de expectativas do consumo do Conference Board ficou em 106,4 pontos ante 103,9 de expectativa. O Dow Jones teve queda de 0,67%. O S&P 500 e Nasdaq tiveram perda de 0,63% e 0,41% respectivamente.
No Brasil, o mercado fechou em alta, indo contra o mau humor global, com o Ibovespa fechando a 0,29% a 111.351pontos. Apesar dos ruídos externos, a queda nos juros com Campos Neto dovish e dados fiscais positivos contribuíram para alta do principal índice da B3. Dentre os setores que tiveram melhor desempenho, se destacaram o setor de utilities, industriais, financeiro e produtos básicos. Petróleo, por conta da saída da Rússia da OPEP+, permitindo que a Arábia Saudita fique livre para escoar produção, dado que não tem mais um acordo com os russos. Isso pesou negativamente no índice, mesmo assim, Petrobras (PETR4) fechou em alta.
Para hoje (01/06)
Os mercados asiáticos fecharam mistos com o PMI Industrial Caixin da China ficando acima do esperado, mas ainda em patamares baixos em 48,1 fazendo com que o Shanghai caísse 0,13% e Hong Kong teve recuo de 0,56%. Já o Nikkei avançou 0,65%, impactado também pela aprovação, pelo parlamento, de um orçamento extra de US$ 21 bilhões para combater o aumento dos combustíveis e alimentos depois do começo da guerra na Ucrânia.
O minério ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 1,12%, a 905,50 iuanes, o equivalente a US$ 131,95.
Nos Estados Unidos, os mercados operam em leve alta com os investidores a aguardar do Livro Bege e os dados do ADP Systems, trazendo os números do emprego do setor privado.
Na Europa, os mercados operam sem direção única com os investidores aguardando os números de Estados Unidos e digerindo a inflação da Zona do Euro ontem. Todavia, os PMIs da indústria na Alemanha e Reino Unido vieram acima das expectativas em 54,8 e 56,6 respectivamente. Na Zona do Euro, o indicador também ficou em 54,6 pontos. As vendas do varejo na Alemanha revelaram forte queda do consumo, caindo 5,4% no ano.
No Brasil, os investidores também ficarão atentos aos dados do PMI e a confiança industrial com alta de 2,9 pontos chegando a 97,4 pontos em maio. Ademais, o avanço das commodities podem influenciar positivamente a bolsa. O risco do dia pode pesar nas elétricas com a aprovação da Câmara em relação à tramitação rápida de proposta para reduzir conta de luz.
No corporativo, a Petrobras (PETR3; PETR4) informou nesta terça-feira (31) que iniciou a etapa de divulgação da oportunidade (teaser), referente à venda integral da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III). A UFN-III é uma unidade industrial de fertilizantes nitrogenados localizada em Três Lagoas, no estado de Mato Grosso do Sul. A construção da UFN-III teve início em setembro de 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com avanço físico de cerca de 81%. Após concluída, a unidade terá capacidade projetada de produção de ureia e amônia de 3.600 t/dia e 2.200 t/dia, respectivamente.
A B3 aprovou a suspensão temporária da exigência de cotação acima de R$ 1,00 para ações da Oi. Além disso, a Oi informou que a Anatel aprovou desconto de 55% das dívidas com a União e o saldo devedor caiu para R$ 7,3 bilhões.
A Hypera (HYPE3) celebrou o acordo de Leniência e se obrigou ao pagamento à vista de aproximadamente R$ 110 milhões e a continuar cumprindo com o plano de desenvolvimento de seu Programa de Integridade, a ser acompanhado pelo prazo de 18 meses pela CGU. Este Acordo de Leniência não altera aspectos operacionais, fiscais e regulatórios da companhia.
A Eneva confirma acordo para compra da Celse por R$ 6,1 bilhões. Acordo envolve 100% das ações do capital social da Celsepar e da Cebarra. Celsepar tem como principal ativo operacional a UTE Porto de Sergipe I com capacidade instalada de 1.593 MW.
SulAmérica concluiu ontem a aquisição da Sompo Saúde, anunciada em dezembro do ano passado, pelo valor de R$ 217 milhões. Com isso, a companhia passa a contar com mais 116 mil beneficiários na região.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917
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