Mercados operam mistos com avanço das notícias negativas na China, decisão do BCE e IPCA no radar

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Os mercados Europeus fecharam majoritariamente em queda com os investidores monitorando os receios inflacionários em os temores de estagflação para a economia global. A OCDE, apesar de mais branda quando comparada a algumas casas de investimentos importantes e o próprio Banco Mundial, a instituição cortou a expectativa de crescimento para mundo de 4,5% para 3%.

O BCE, por sua vez, já começou a sinalizar elevação de juros em julho enquanto continua com a diminuição na compra de ativos. Outro susto que balançou os mercados foi a alta inesperada da taxa de juros na Austrália, fazendo com que a taxa ficasse em 0,85%. Quanto aos dados de atividade econômica, o PIB do primeiro trimestre na Zona do Euro teve avanço de 0,6% ante expectativa de 0,3%, acima das expectativas e o desemprego no período ficou em 0,6%. Tais dados foram ofuscados, pelos temores informados acima e, adicionalmente, o ataque russo à uma companhia que faz manutenção de cargas e trens transportadores, o que gerou temores em relação à oferta de alimentos no continente. Londres teve queda de 0,08%. Frankfurt caiu 0,76%. Paris perdeu 0,80%. Milão caiu 0,53%. Na península ibérica, Lisboa perdeu 0,23%, mas Madri teve avanço de 0,01%.

Nos Estados Unidos, os temores inflacionários e o FED comentando de uma recessão a frente.  A alta do petróleo, com a commodity ficando acima dos US$ 120, gerou mais receios inflacionários elevando fortemente os rendimentos das Treasuries de 10 anos fazendo com que o rendimento voltasse ao patamar de 3% (+3,0196%). Com tal cenário, o mau humor em Wall Street foi generalizado. O Dow Jones teve queda de 0,81%. O S&P 500 e o Nasdaq tiveram queda de 1,08% e 0,73% respectivamente.  

No Brasil, o mercado fechou em queda, perdendo 1,55% a 108.368 pontos, acompanhando os seus pares globais. As perspectivas foram de menor crescimento econômico global conforme foi publicado pela OCDE. Adicionalmente, os receios pelo lado fiscal afetaram a bolsa, principalmente os setores cíclicos da bolsa e elevou os DIs que também recebeu impacto do avanço dos juros nos EUA.

Para hoje (09/06)

Na Ásia, não obstante os números acima do esperado das contas externas com as exportações crescendo 16,9% e as importações se elevando em 4,2%, os mercados do continente caíram devido às novas medidas contra a Covid-19 em Xangai. Assim, o Xangai teve perda de 0,76%. O Nikkei teve leve alta, avanço de 0,04%. Hong Kong e Seul perderam 0,66% e 0,03% respectivamente.

Na Europa, os investidores ainda repercutem temores inflacionários e aguardam decisão do BCE. A situação na China também impacta negativamente as bolsas do continente.

Nos Estados Unidos, os futuros buscam recuperação, com os investidores aguardando os números de inflação a serem publicados amanhã.

No Brasil, o IPCA é uma das mais importantes variáveis do dia. A expectativa é de que o indicador acumule alta 11,84% em 12 meses e tenha alta de 0,6% no mês de maio, evidenciando uma desaceleração. Quanto ao cenário, a queda das commodities pode impactar negativamente o Ibovespa. A PEC dos Combustíveis continua no radar com o governo prevendo auxílio financeiro da União a Estados de R$ 29,6 bilhões até 31 de dezembro de 2022. Tal medida pode gerar pressão nos DIs.

Para o setor de etanol, houve aprovação da Medida Provisória (MP) 1.100/2022, que ajusta a cobrança de tributos sobre o etanol para permitir a venda direta do produtor ou do importador para o setor varejista. O texto segue para promulgação.  E para energia elétrica, a Aneel calcula que a conta de luz pode cair entre 10% e 12%, caso seja aprovado no Congresso o projeto de lei que limita a alíquota do ICMS a 17%.

No corporativo, a Petrobras (PETR3, PETR4) afirmou ontem que o abastecimento nacional de diesel “requer atenção especial” diante das perspectivas de maior aperto no mercado internacional e que “países vizinhos” já vêm sofrendo com o desalinhamento de preços.

A Azul (AZUL4) informou que o tráfego de passageiros consolidado (RPKs) aumentou 74,0% em relação a maio de 2021.

A produção total de maio foi a 34.044 barris de óleo equivalente por dia (boepd), 2,19% acima dos 33.298 boepd de abril, mas ainda abaixo de qualquer um dos meses do 1T22. Na venda, a alta foi de 1,75% em maio, chegando a 898.568 barris, contra os 882.808 barris de abril.

Acionistas da brMalls (BRML3) e da Aliansce Sonae (ALSO3) aprovaram a combinação de negócios entre as companhias em assembleia extraordinária realizada ontem. A consumação da operação está sujeita à verificação das condições suspensivas previstas no protocolo e justificação da incorporação das ações de emissão da brMalls, incluindo a aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917

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