Mercados operam em queda com receios em torno da ômicron

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Os mercados europeus fecharam o pregão de sexta-feira (17) em majoritária queda. Os investidores estavam a digerir a decisão dos bancos centrais ao redor do mundo com o BoE aumentando a taxa de juros de modo a surpreender os agentes, o BCE e o BoJ visando a diminuição de estímulos após FED mais hawkish. O avanço da ômicron também continuou no campo de visão dos investidores europeus, contribuindo para as quedas. Londres teve avanço de 0,13%. Frankfurt perdeu 0,13%. Paris retrocedeu 1,20%. Milão teve desvalorização de 0,64%. Madri e Lisboa perderam 0,82% e 0,14% respectivamente.

Nos Estados Unidos, os mercados também fecharam em queda. Os investidores estavam a digerir a decisão do FED ao encerrar o programa de estímulos, impactando fortemente os mercados. Sem muitos dados econômicos, o membro do FED, Christopher Waller, corroborou com a postura mais contracionista do banco central americano. O S&P 500 teve queda de 1,04%. O Dow Jones caiu 1,48% e o Nasdaq caiu 0,07%.

No Brasil, o mercado seguiu seus pares globais, perdendo 1,04% em 107.201. A aversão ao risco e os movimentos duros dos bancos centrais globais juntamente com o do próprio Bacen fez com que a cautela ampliasse. A queda nas commodities por conta do avanço da covid-19 principalmente na Europa, impactou negativamente importantes ações da bolsa brasileira.

 Para hoje (20/12)

Na Ásia, os mercados fecharam em queda nessa segunda (20) com o avanço da ômicron na própria Ásia e em países da Europa. Na China Continental o PBoC foi na direção contrária dos seus pares globais, contando a taxa de juros de 3,85% para 3,80%.  Xangai Composto caiu 1,07%, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 1,77%. Taiwan teve queda de 0,81%, a 17.669,11 pontos. Hong Kong perdeu 1,93%. No Japão, o Nikkei teve retração de 2,13%.

Apesar dos receios, Qingdao teve alta de 3,05% a 119,60 e Singapura teve alta de 5,53%.

Com a agenda econômica vazia no ocidente, os investidores ficam atentos ao avanço da ômicron na Europa e as consequentes medidas de restrição em países como Holanda, França e Áustria impactaram negativamente os mercados ao redor do mundo. As bolsas europeias e os futuros nos Estados Unidos operam em queda. Quanto às commodities o petróleo cai devido aos receios quanto à queda na demanda.

Por aqui, o mercado tende a seguir os pares globais, a aversão ao risco deve impactar ativos cíclicos, mas os efeitos desinflacionarios da queda no petróleo podem dar alívio nos juros como está a acontecer nos rendimentos treasuries de 10 anos nos Estados Unidos. A queda no petróleo impactará companhias como Petrobras e Petrorio. Por outro lado, a manutenção da alta do minério de ferro devido ao corte do banco central chinês deve ajudar as siderúrgicas, metalúrgicas e mineradoras.

Mais uma vez, há ligeira queda nas perspectivas de inflação no Relatório Focus, com 10,05% na semana passada, agora a expectativa mediana para a inflação deste ano está em 10,04%. Em relação ao PIB de 2021, as expectativas saíram de 4,65% para 4,58%.

O BC fará leilão de 14.000 swaps para ajuste do overhedge a partir das 10:30 e ainda oferta 15.000 contratos para rolagem a partir das 11:30.

Autor: Matheus Jaconeli – CNPI 2917

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