Mercados operam em alta nos pós FOMC

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Mercados europeus fecham sem direção única. Era esperado que o FED de fato indicasse avanço na intensidade da retirada estímulos da economia, mas não muito espaço para cortes de juros tão cedo. Internamente, os investidores acompanharam números de inflação no Reino Unido que vieram acima do esperado.

Após a queda inicial, o mercado americano se recuperou após à decisão da política monetária. O documento do FOMC foi hawkish com os membros da autoridade monetária apontando três altas de juros em 2022 e mais três em 2023. Na coletiva de imprensa, Jerome Powell passou otimismo com a economia do país e mostrou disposição para aumentar a taxa de juros conforme a inflação suba. Assim, o FED retomou a credibilidade, algo visto como positivo pelo mercado.

No Brasil, a cautela em relação ao FED foi diminuída após a decisão da política monetária. O mercado subiu juntamente com Nova York. Apesar de haver melhora nas perspectivas de crescimento dos Estados Unidos e o FED ter dado um anúncio ajuda em sua credibilidade, é preciso levar em conta que a retirada de estímulos e as posteriores altas retirarão a liquidez dos mercados globais e, com isso, afetando mercados com maior risco. Os movimentos externos eclipsaram a queda do IBC-Br que apresentou a quarta queda consecutiva de 0,4%. Na agenda política, houve a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios em segundo turno na Câmara, por 322 a 141. Além disso, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre, prometeu pautar a reforma tributária após o recesso, em fevereiro.

Para hoje (16/12)

A Ásia acompanhou o bom-humor dos mercados ocidentais. As notícias internas em torno dos dados da economia japonesa e do avanço da Covid-19 não foram levadas em consideração.

Em Singapura teve alta 3,18% a US$ 111,90 e em Dalian, o avanço foi de 2,75% a US$ 105,17. Em Qingdao, a alta foi de 4,56% a US$ 116,06.

Os mercados europeus também operam em alta repercutindo o bom-humor de ontem em Nova York. Internamente, os dados mais fracos de atividade econômica expressos pelo PMI fazem com que as autoridades monetárias da região continuem com o comportamento dovish. A expectativa de posicionamento também se enquadra para o BOE, outrora mais altista, dado o avanço da Covid-19 no país insular.

Os futuros nos Estados Unidos continuam a alta de ontem com o tom de diminuição das incertezas dado o posicionamento do FED. Os investidores também ficarão atentos aos dados do PMI, de emprego e de construção, pois eles podem reafirmar o otimismo de Powell com a economia americana, justificando o posicionamento da autoridade monetária ontem.

No Brasil, o mercado deve acompanhar o bom-humor global. Companhias relacionadas às commodities devido ao avanço do minério de ferro e do petróleo.

Por aqui o Bacen divulgou o Relatório trimestral de inflação, afirmando que a inflação está elevada e aumentando o tom em relação à questão. A autoridade monetária também afirmou que o IPCA deve ficar acima da meta em 2022.

Hoje a câmera deve promulgar a parte final da PEC dos precatórios aprovada ontem na Câmara.  Também serão votados o projeto de parcelamento de dívidas de micro e pequenas empresas. Lembrando que ontem aprovou o projeto de lei que cria o programa BR do Mar.

Na política partidária, Geraldo Alckmin, que até então era uma das figuras importantes do PSDB, deixou o partido e foi para o PSB.

Autor: Matheus Jaconeli – CNPI 2917

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