Mercados operam com cautela no exterior e investidores internos repercutirão nova alta na Selic

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As bolsas europeias fecharam em queda no pregão de ontem (08). Os temores em relação ao avanço da nova variante, a ômicron, afetaram as praças do continente devido os anúncios de que estabelecimentos serão fechados e de que medidas mais intensas de restrições serão tomadas geraram mau-humor entre os principais índices do continente.

Nos Estados Unidos, os mercados fecharam em alta. No início do dia, os futuros indicavam queda por conta dos anúncios da OMS em relação à nova variante da Covid-19. Todavia, os receios foram eclipsados pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech, ao afirmarem que a terceira dose é suficiente para imunizar a população contra a ômicron, contribuindo para o avanço dos ativos mais cíclicos.

No Brasil, os investidores pegaram carona com o embalo de Nova York e as notícias relacionadas à terceira dose da vacina da farmacêutica americana. Internamente, as vendas no varejo registraram mais perdas, caindo 7,1% acima da expectativa de retração de 5,6%, penalizando as ações de empresas ligadas ao setor. Além disso, os investidores estavam a avaliar suas expectativas em relação à decisão do Copom que ocorreu após o pregão e aos desdobramentos da PEC dos precatórios com a votação de trechos divergentes.

Para hoje (09/12)

Os mercados na Ásia fecharam mistos. Os investidores estão cautelosos ainda observando os possíveis efeitos da variante ômicron por parte de farmacêuticas e de órgãos internacionais. As notícias amenizando os efeitos da nova versão do vírus, ajudaram setores cíclicos tal como ocorreu em Nova York no pregão de ontem (08). Quanto à agenda econômica, os dados monetários da China ficaram aquém do esperado.

Em Singapura, o minério de ferro teve queda de 2,55%, cotado a US$ 109,05.

As bolsas na Europa operam sem direção única com as perspectivas de endurecimento das medidas de distanciamento social de alguns países no radar. Quanto aos dados de atividade econômica do dia, a agenda é discreta somente com os dados de setor externo da Alemanha.

Os futuros dos principais índices americanos fecham em queda, com os investidores cautelosos com os dados de inflação que serão divulgados amanhã. A expectativa do mercado é de que o indicador chegue a 6,8% no ano. Hoje, serão divulgados os dados do setor atacadista e os pedidos iniciais por seguro-desemprego.

No Brasil, os investidores repercutirão a decisão do Copom. O comitê aumentou a taxa de juros em 1,5 ponto percentual e indicou que a poderá fazer uma nova alta na mesma magnitude. A autoridade monetária tenta correr atrás do prejuízo dos fortes cortes anteriores. Todavia, é preciso considerar o efeito da alta dos juros na atividade econômica que já dá sinais consideráveis de desaceleração.

Hoje o BC ofertará até 15.000 contratos de swap para rolagem. Conab divulga 3º levantamento da safra de grãos 2021-2022.

Tesouro oferta LTNs para os vencimentos 2022, 2023 e 2025; NTN-Fs para 2027 e 2031; LFT para 2023 e 2027.

Com a agenda interna relativamente vazia, os investidores ficarão atentos aos movimentos externos.

Autor: Matheus Jaconeli

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