Na Europa, os agentes também absorveram o mau-humor global. As perspectivas piores em torno do avanço da economia afetaram fortemente as bolsas do continente. No dia, os dados da prévia do PMI aquém do esperado para os serviços na Alemanha (56,3 ante proj. de 57,2 pontos), na Zona do Euro (industrial 5,4 proj. 54,9; composto 54,4 proj. 55,3 e serviços 56,3 proj. 57,5) e no Reino Unido os indicadores ficaram abaixo das projeções (para a indústria 54,6 proj. 56,5; Serviços 51,8 proj. 56,9 e o composto 51,8 proj. 56,5). Adicionalmente, em Davos, empresários informaram que já preparam suas companhias para o cenário recessivo. Assim, Londres teve queda de 0,39%. Frankfurt perdeu 1,8%. Paris teve queda de 1,66%. Milão teve queda de 1,08%. Na península ibérica, as bolsas foram na direção contrária com alta de 0,85% e de 0,06% em Lisboa e Madri respectivamente.
Nos EUA, os receios de recessão também afetaram os mercados. O setor de tecnologia, não obstante ao movimento negativo dos juros futuros, os dados negativos da Snapchat e o anúncio de falta de semicondutores acabaram por afetar fortemente o desempenho do S&P 500 (-0,81%) e do Nasdaq (-2,35%). Todavia, na segunda parte do pregão, o Dow Jones virou para a alta (+0,15%) com a melhora do desempenho de McDonalds, United Healfh e Amgen com as expectativas de que o FED lutará para conter a inflação.
O Ibovespa seguiu o mesmo caminho que os seus pares internacionais mediante aos receios de piora das perspectivas de crescimento econômico global que já era evidenciado na abertura e comprovado com os dados econômicos da Europa e dos EUA. Internamente, a troca repentina do presidente da Petrobras acabou por afetar negativamente o desempenho da empresa. Como se trata de uma companhia do setor público o fato também impactou negativamente os ativos de Banco do Brasil. A mudança também trouxe pressão de alta aos DIs, mesmo com os juros caindo nos EUA, computando os riscos políticos e a alta do IPCA-15 acima do esperado. Tal movimento dos juros impactou negativamente empresas de setores cíclicos como Natura (NTCO3), Americanas (AMER3), Localiza (RENT3) dentre outras. Todavia, os mercados viraram juntamente com a melhora a redução das perdas em Nova York, fechando o dia com alta de 0,21% a 110.581 pontos.
Para hoje (25/05)
Hoje os mercados asiáticos fecharam mistos, mas com certa recuperação após as fortes quedas de ontem (24). Não obstante o fechamento de companhias chinesas fechem capital nos Estados Unidos, os mercados do país fecharam em alta. Shanghai teve alta de 1,19%. Hang Seng teve avanço de 0,29%. O Kospi teve alta de 0,44% e o Nikkei acompanhou a queda dos mercados de tecnologia da véspera tendo perda de 0,26%.
O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 0,35%, a 852,00 iuanes, o equivalente a US$ 127,67.
Nos Estados Unidos, os futuros das principais bolsas abrem em queda com os investidores esperando a Ata da Reunião do FOMC. Além disso, serão divulgados números dos pedidos de bens duráveis e estoques de petróleo bruto.
As bolsas europeias operam mistas aguardando o sentimento global negativo e aguardando a Ata do FOMC. Quanto aos dados de atividade econômica, o PIB alemão cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2022 dentro das expectativas do mercado.
No Brasil, como fatores positivos temos a alta do petróleo e do minério de ferro em Dalian. Todavia, é dia de Ata do FOMC podendo fazer com que a volatilidade nos mercados globais possa afetar o mercado interno. Na agenda econômica, após dado de inflação acima do esperado o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE recuou 3,1 pontos em maio, para 75,5 pontos.
Na agenda corporativa, a Petrobras (PETR3; PETR4) confirmou nesta terça-feira (24) a redução no fornecimento de gás natural boliviano e afirmou que vai tomar as providências cabíveis visando o cumprimento do contrato. Em nota, a Petrobras informou que recebeu, em média, cerca de 14 MM m³/dia da YPFB no mês de maio. Volume 30% abaixo dos 20 MM m³ do aditivo celebrado junto à estatal boliviana em março de 2020.
A compra do Grupo Big pelo Carrefour Brasil (CRFB3) foi aprovada pelos acionistas da empresa em assembleia geral extraordinária (AGE) na semana passada. O próximo passo para a transação será dado na próxima quarta-feira (25), quando a transação será avaliada em sessão ordinária do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A proposta de compra do Grupo Big inclui o pagamento, em dinheiro, de R$ 5,25 bilhões aos atuais controladores da varejista, o fundo de private equity Advent International e Walmart; e a incorporação dos 30% remanescentes do capital social pelo Carrefour Brasil.
A Eneva (ENEV3) informou que a Usina Termelétrica Jaguatirica II, no estado de Roraima, recebeu autorização da Aneel para iniciar a operação comercial da terceira unidade geradora, com capacidade de 43,528 MW.
A Vale (VALE3) informou que a CRGI reduziu sua participação acionária na companhia, passando a administrar um total de 245.154.011 ações ordinárias, que representam 4,9040% dessa espécie de ação.
A Usiminas (USIM5) realizou com êxito a liquidação da 8ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em duas séries, para oferta pública com esforços restritos de distribuição, no valor de R$ 700 milhões.
O GPA (PCAR3) informou sobre a abertura de um programa de recompra de ações da Éxito, sociedade de capital aberto com sede na Colômbia, na qual o GPA detém 96,57% da participação acionária. A oferta de recompra de ações de Éxito será publicada pela Bolsa de Valores colombiana e, em seguida, os acionistas interessados terão um prazo de dez dias úteis para aderir à oferta. Estima-se que todo o procedimento de recompra seja concluído até o final do segundo trimestre de 2022.
A Cruzeiro do Sul (CSED3) informou que realizará, em 27 de maio, o pagamento integral dos dividendos referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2021, no montante total de R$ 50 milhões, e valor bruto de R$ 0,1309 por ação ordinária.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917