Os mercados europeus fecharam em queda na tarde de ontem. O mercado teve certa precipitação com as falas de Zelensky e da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia. Hoje Sergey Lavrov informou que sua conversa com o ministro das relações exteriores da Ucrânia não tiveram o cessar-fogo como foco principal e, além disso, não houve aceitação por parte do lado ucraniano às exigências russas. A decisão da política monetária continuou neutra com a taxa de depósitos em -0,5%, de refinanciamento em 0% e a taxa de empréstimos em 0,25%, mas a intensidade da redução de compra de ativos foi elevada e a fala de Lagarde evidencia que o BCE, possivelmente, deve começar o ciclo de elevação de juros no segundo semestre. Londres teve queda de 1,72%. Frankfurt caiu 2,93%. Paris teve redução 2,83%. Milão reduziu 4,20%. Na península ibérica houve redução de 1,15% e 1,29% respectivamente.
Nos Estados Unidos os mercados também caíram com a aversão ao risco oriunda da questão russo-ucraniana. Outro fator importante que resultou na queda em Nova York foi o avanço da inflação que chegou a 7,9%, a mais elevada dentro de 40 anos. Desse modo, o mercado acabou por devolver os ganhos de ontem e também houve avanço nos rendimentos das Treasuries de 10 anos ficando a 1,994%. O Dow Jones teve queda de 0,34%. O S&P 500 0,43% e o Nasdaq teve redução de 0,95%.
O Ibovespa teve redução de 0,21%, aos 113.663 pontos. O momento de aversão ao risco fez a bolsa ceder, dado que os investidores globais estavam buscando ativos mais seguros. Pela ponta positiva, companhias como Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3) se destacando, mesmo com a queda do minério de ferro e no caso de Petrobras, os investidores corresponderam positivamente decisão do governo de não interferir nos preços da companhia, mas fazer a criação de um fundo de compensação para amortecer a volatilidade do barril de petróleo e do câmbio no preço dos postos do país, além da proposta que altera a incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, ICMS, sobre os combustíveis.
Para hoje (11/03)
Os receios com a alta da inflação e a falta de resolução entre Ucrânia e Rússia gerando a ampliação do risco global no ocidente também afetou as bolsas asiáticas fazendo com que a maioria fechasse em queda. O Nikkei teve queda de 2,05%. Seul cedeu 0,71%. Hong Kong e Taiwan tiveram perda de 1,61% e 0,97% respectivamente. Na China Continental o mercado teve alívio com o Xangai Composto avançando 0,41% e o Shenzhen com alta de 0,56%.
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 3,79%, a 822,00 iuanes, o equivalente a US$ 129,91
Nos Estados Unidos, as bolsas operam em leve alta com os investidores ainda ponderando a inflação e a situação russa. Na agenda econômica se destaca os indicadores de percepção de Michigan.
As bolsas europeias também iniciam o dia tentando a recuperação, mas de olho na situação na Ucrânia. Os russos continuam com dificuldade para entrar em Kiev, mas tentam a estratégia de entrar pelo leste da cidade. Na agenda econômica os dados de PIB e produção industrial do Reino Unido, entre outros, surpreenderam positivamente. Na Alemanha, a inflação segue forte.
No Brasil, os olhos dos investidores se voltarão aos dados de inflação. A expectativa é de que em fevereiro, o principal índice de preços tenha avanço.
As altas nas commodities e o apetite pelo risco visto no exterior podem contribuir para o desempenho de hoje do Ibovespa.
Na política, segundo o Broadcast, a Câmara aprovou o texto-base do projeto que altera a cobrança do ICMS sobre os combustíveis, dando aval à maioria das alterações feitas pelo Senado na proposta. O plenário ainda vai analisar destaques que podem alterar o texto. Adicionalmente, líder dos caminhoneiros reclama do aumento nos preços dos combustíveis e Jair Bolsonaro volta a fazer críticas à Petrobras (PETR4; PETR3), pois ele acredita que o reajuste dos combustíveis poderia ter sido feito na próxima semana após a votação do congresso na PEC dos combustíveis.
No corporativo, a B3 (B3SA3) informou que o volume médio diário negociado no segmento de ações somou R$ 32,738 bilhões em fevereiro.
A Arezzo (ARZZ3) registrou lucro líquido de R$ 103,9 milhões no quarto trimestre de 2021, o que representa um crescimento de 32,8% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
A C&A (CEAB3) registrou lucro líquido de R$ 154,4 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), cifra 41,2% superior ao reportado no mesmo trimestre de 2020.
Hoje também será divulgado os números de Gol (GOLL4).
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917