Mais uma vez os mercados europeus fecharam em queda. Os dados de conjuntura da Alemanha que superaram as expectativas com as vendas no varejo tendo avanço 2,0% em janeiro e acumulando 10,3% em doze meses não geraram preço devido à falta de resolução na questão entre Rússia e Ucrânia. os Russos para parar com guerra pedem para que a Ucrânia se desmilitarize, faça uma nova constituição proibindo a entrada do país em blocos ou a formação de alianças, reconhecimento da Criméia como território russo e independência das repúblicas de Donetsk e Luhansk. Todavia, os ucranianos não estão dispostos a negociar em tais termos. Adicionalmente, a Alemanha não concorda em boicotar a importação de petróleo, carvão e gás da Rússia. Londres teve queda de 0,40%. Frankfurt perdeu 1,98%. Paris teve recuo de 1,31%. Milão perdeu 1,36%. Em Lisboa, tivemos a única alta, de 1,16% e Madri perdeu 0,99%.
Nos Estados Unidos os receios em torno da alta dos preços elevando a inflação e pressionando as expectativas de alta de juros. O níquel, trigo, petróleo e outras commodities acaba por assustar os agentes. Adicionalmente, congressistas americanos aprovaram tarifas de importação de petróleo e impedimento da compra da commodity energética produzida pelos russos. O Dow Jones teve queda de 2,37%. O S&P 500 e o Nasdaq tiveram queda de 2,95% e 3,62% respectivamente.
No Brasil, o mercado também caiu consideravelmente em 2,91% aos 111.139,62 pontos. A aversão ao risco e a volatilidade acabou por fazer os agentes realizarem seus lucros, fazendo com que o Ibovespa, que se descolava sempre de seus pares globais, acompanhasse o mesmo rumo. Como ponto negativo interno do dia, tivemos as expectativas de intervenção na Petrobras devido à política de intervenção nos preços dos combustíveis. Tendo em vista a aproximação das eleições, a medida acaba por ampliar o risco percebido.
Para hoje (08/03)
A possibilidade de sanções mais duras à Rússia com os EUA e seus parceiros europeus em banir o fornecimento de gás natural, petróleo e carvão russos impactou negativamente os mercados asiáticos nessa madrugada. Na agenda econômica, as transações correntes do Japão ficaram aquém do esperado. Na China continental, o Xangai Composto teve queda de 2,35% e Shenzhen perdeu 2,89%. Hong Kong e Taiwan perderam 1,39% e 2,06% respectivamente. Em Tóquio a perda foi de 1,71% e em Seul, de 1,09%.
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 0,36%, a 844,50 iuanes, o equivalente a US$ 133,70.
Em Nova York, os futuros tentam a recuperação, após fortes quedas de ontem (07). No dia, a agenda econômica trará os números do setor externo, perspectiva energética e estoques de petróleo.
Os mercados europeus também buscam recuperação em meio ao ambiente de volatilidade. Os receios em torno da possiblidade de fim do fornecimento de produtos estratégicos da Rússia seguem no radar. A Alemanha já anunciou que não concorda o banimento das importações de gás e petróleo de origem russa e a Bulgária informou que pode pedir exclusão da UE caso o bloco imponha proibição da importação de tais produtos russos.
No Brasil, o movimento de recuperação do exterior pode contribuir positivamente para a bolsa. No entanto, os dados de inflação evidenciados pelo IGP-DI e o pelo IPP merecem atenção, pois devem subir, dado o avanço nas commodities.
Após a queda em Petrobras (PETR4; PETR3) ontem e a manutenção da alta do petróleo, podemos ver uma correção do papel, tal como em PetroRio (PRIO3) que, sem motivos específicos, teve um movimento de realização técnica no pregão de ontem. Quanto à política de preços da Petrobras (PETR4; PETR3), o Planalto acredita que o ideal é continuar com a política atual de preços e a possível saída para governo deve ser o subsídio podendo durar entre três e seis meses.
Na agenda corporativa, a VALE (VALE3), informou que fortes chuvas causaram movimentação de terra na ferrovia Estrada de Ferro Carajás (EFC) no trecho KM378+200, no município de Bom Jesus das Selvas, Maranhão, causando a suspensão temporária da circulação de trens. Segundo a companhia, não houve vítimas e as atividades já devem voltar na quarta-feira (09).
O Banco do Brasil (BBAS3) informou ontem (7) o valor a ser pago em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). O montante atualizado para os dividendos é de R$ 0,36227695458 por ação. Já para o JCP, o valor foi atualizado para R$ 0,46244453749. A data de pagamento é no dia 11.
A B3 (B3SA3) informou a renúncia do vice-presidente financeiro, corporativo e de RI, Daniel Sonder, que deixará o cargo em 29 de abril, para assumir novas responsabilidades em empresa no exterior.
Também serão divulgados os balanços de Marfrig (MRFG3), GPS (GPS3), Log-In (LOGN3) e Vulcabras (VULC3).
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917