Mercados globais se recuperam, China informa estímulos e há divulgação de prévia da inflação no Brasil

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As bolsas europeias fecharam majoritariamente em queda com a permanência dos receios relacionados ao crescimento econômico menor na China podendo afetar toda a economia do país. Um fator interno muito importante para a queda dos mercados da região foi o anúncio de Sergey Lavrov de que há possiblidade de um conflito mundial, mas que o Kremlin busca negociações com os ucranianos. Na agenda econômica, o destaque foi Núcleo dos Pedidos de Bens Duráveis, que teve alta de 1,1% contra a expectativa de 0,6%. Londres conseguiu manter a alta impulsionada pelo desempenho de exportadoras influenciadas pelo desempenho da libra, a retomada do petróleo, favorecendo Glencore e BP também foram fatores positivos para que o FTSE fechasse com avanço de 0,08%. As demais bolsas do continente seguiram os impactos oriundos dos riscos citados acima. Frankfurt teve queda de 1,20%. Paris perdeu 0,54%. Milão teve queda de 0,95%. Na península ibérica, Madri e Lisboa tiveram queda de 1,58% e 1,32% respectivamente.

Em Nova York os receios advindos dos ruídos da China, gerando perspectivas de crescimento menor também impacta os Estados Unidos. Adicionalmente, não obstante à queda nos rendimentos das Treasuries de 10 anos, o mercado ainda teme um FED hawkish. Os balanços também impactaram os mercados como foi o caso da General Electric, Universal e Health Services. O Dow Jones teve queda de 2,38%. O S&P 500 e o Nasdaq tiveram perda de 2,81% e 3,95% respectivamente.

No Brasil, o mercado acompanhou seus pares globais, às vésperas do IPCA-15, o aumento do risco percebido globalmente fez com que o dólar subisse, chegando a voltar aos R$ 5,00. Apesar da recuperação do minério de ferro e do petróleo, as perspectivas de crescimento menor da economia chinesa devido às notícias de lockdowns em mais cidades. Tendo em vista o risco, os investidores buscaram ativos mais defensivos como companhias de energia e algumas petroleiras como Petro Rio e 3R Petroleum. O Ibovespa fechou com queda de 2,23% cotado a 108.212,88 pontos.

Para hoje (27/04)

As bolsas asiáticas fecharam mistas com o destaque para a recuperação das ações chinesas após dias de queda devido à política de Zero Covid implantada pelo governo do país. A retomada se deve, em grande medida, ao anúncio de Xi Jimping na Reunião do Comitê Central para Assuntos Financeiros e Econômicos endossando impulso à economia com mais investimentos. Shangai teve alta de 2,49%. Tóquio e Seul foram impactadas pelo mau humor advindo dos EUA e tiveram queda de 1,17% e de 1,10% respectivamente. Hong Kong teve leve alta de 0,06%.

O minério de ferro com o anúncio de estímulos teve avanço de 2,61% a US$ 126,05.

Nos Estados Unidos, os futuros buscam recuperação, após forte recuo na véspera devido às preocupações com a atividade econômica global. Hoje, o foco dos investidores é em balanços de importantes companhias, como é o caso da Meta, controladora do Facebook. Após o pregão, teremos T-Mobile, Boeing, PayPal e Ford. Na agenda econômica, se destacam a produção de petróleo bruto com expectativa de 2 milhões de barris em estoque e as vendas pendentes por moradias, que podem ter queda de 1,6% ante 4,1% na observação de fevereiro. A balança comercial de março também será publicada.

Na Europa, as bolsas abrem majoritariamente em alta acompanhando a melhora da percepção na China e os futuros em Wall Street. Contudo, a interrupção do fornecimento de gás de origem russa para a Polônia e Bulgária pelo fato dos países se negarem a pagar em rublo, coloca sinal de alerta nos investidores da região.  Os investidores também aguardam as falas de Lagarde.

No Brasil, o bom humor advindo do exterior pode melhorar o movimento da bolsa. A alta nos preços das commodities e o anúncio de Pequim pode trazer alívio. Na agenda econômica, o IPCA-15 fica no radar, com expectativa de alta 1,85% em abril, contra 0,95% em março, algo que pode afetar os DIs e companhias do setor de consumo. A FGV já divulgou os dados de Confiança da Indústria, com crescimento de 2,4 pontos, chegado a 97,4. Os investidores também ficarão na expectativa pelos dados corporativos de Vale e Petrobras.

Os dados de Vale (VALE3) é a divulgação do balanço da companhia, os investidores aguardam lucro abaixo do registrado no quarto trimestre de 2021 devido às informações presentes nas prévias operacionais. A Petrobras (PETR3; PETR4) publicará os dados de produção de petróleo e gás.

A Neoenergia (NEOE3) teve lucro líquido R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre de 2022, número 20% maior do que os R$ 980 milhões registrados em igual período do ano passado. Em parte, a alta do lucro líquido acompanha a alta da receita líquida da companhia de energia elétrica, que saltou 15%, chegando a R$ 9,5 bilhões.

A Indústrias Romi (ROMI3) registrou lucro líquido de R$ 30,5 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), o que representa um crescimento de 47% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

A Oi (OIBR3) adiou a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2021 para 4 de maio. Este é o segundo adiamento da divulgação dos números trimestrais da companhia, prevista inicialmente para 29 março.

A WEG aprovou o aumento do capital social da companhia de R$ 5,504 bilhões para R$ 6,504 bilhões, através da incorporação de parte do saldo da conta de Reserva de Lucros / Retenção de Lucros para Investimentos no valor de R$ 1 bilhão, sem aumento do número de ações.

A Enauta (ENAT3) informou que serão distribuídos dividendos relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2021 no valor total de R$ 450 milhões, equivalente a R$ 1,7084 por ação ordinária.

A Lavvi (LAVV3) anunciou que foi aprovada a distribuição de dividendos intermediários no montante total de R$ 17,7 milhões, equivalente a R$ 0,0879 por ação.

A BR Properties informou que foi aprovada a distribuição de dividendos no montante de R$ 41,3 milhões, que correspondem a R$ 0,0891 por ação. Fizeram jus aos proventos os acionistas registrados como tal ontem (26). O pagamento ocorrerá em três parcelas, em 30 de junho, 30 de setembro e 20 de dezembro de 2022.

O Carrefour aprovou o pagamento de dividendos no valor bruto de R$ 39 milhões, equivalente a R$ 0,0196 por ação. Fizeram jus aos proventos as pessoas inscritas como acionistas da companhia ontem (26), e o pagamento ocorrerá até o final do ano.

A Localiza aprovou a distribuição de dividendos complementares no valor de R$ 206,1 milhões. O pagamento ocorrerá no dia 20 de maio, com base na posição acionária de 29 de abril.

A Movida aprovou a distribuição de dividendos complementares no valor de R$ 307 milhões, correspondentes a R$ 0,84 por ação, com base na posição acionária de 4 de maio. O pagamento ocorrerá em 16 do mesmo mês.

A JBS criou uma unidade de negócios dedicada ao aluguel de caminhões elétricos para distribuição de cargas refrigeradas ao varejo, em uma iniciativa que ajudará a companhia a avançar com seu plano de redução de emissões de carbono, além de reduzir custos logísticos no médio e longo prazo.

Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917  

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