Mercados globais se recuperam após o tombo de ontem.

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Os principais mercados europeus fecharam em queda no pregão da tarde de ontem (28). As ações recuaram em meio a alta dos rendimentos dos títulos do governo, mediante à expectativa de alta nas taxas de juros ao redor do mundo, em especial, nos Estados Unidos. Além disso, os lucros industriais e as perspectivas de crescimento menor na China, juntas com as perspectivas de crise energética ao passo que o inverno se aproxima na Europa, fez com que os mercados europeus tivessem tal desempenho.

Nos Estados Unidos, as altas nos rendimentos treasuries afetou, principalmente as ações do setor de tecnologia, fazendo com que o Nasdaq tivesse o pior desempenho entre as principais bolsas americanas. Os anúncios de Janet Yellen também geraram receios ao mercado, falando de riscos inerentes ao endividamento da maior economia do mundo.

No Brasil, o mercado sofreou com o ambiente de aversão ao risco externo e com a realização nas commodities como o petróleo e minério de ferro e as perspectivas de ciclo de aumento de juros no exterior. Internamente, a Ata do Copom se mostrou menos hawkish, evidenciando perspectiva de novos aumentos de 1 ponto base nas próximas decisões de política monetária, mediante as perspectivas recessivas internas gerando expectativa de continuação do ciclo de normalização da política monetária para o ano que vem. Na política, a discussão de Lira com executivos da Petrobras com o objetivo de alternativas para o aumento dos combustíveis assustou o mercado. Ainda em relação aos preços dos combustíveis, respingando na inflação, os agentes olham a possiblidade de medidas populistas ao passo em que as eleições se aproximam.

Para hoje (29/09)

Os mercados asiáticos fecharam em queda repercutindo o tombo de Nova York e das demais praças ocidentais no pregão de ontem (28). Os cortes de energia na China geram perspectivas menos pujantes para o crescimento da economia da segunda maior economia do mundo. Indo na contramão, o Hang Seng fechou em alta, com a Evergrande informando que venderá parte de suas unidades para o banco Shengjing Bank por US$ 1,5 bilhões.

Após as fortes quedas, o minério de ferro cotado em Cingapura registrou alta de 2,57% a US$ 115,75.


Na Europa, as bolsas operam em alta, recuperando as perdas consideráveis de ontem, ao passo que os agentes observam o indicador de confiança da indústria superar as expectativas.

Nos Estados Unidos, os futuros operam em alta, também recuperando as perdas de ontem (28). O foco do dia ficará na questão da negociação do teto de dívida da maior economia do mundo. As previsões negativas para a Micron Technology, uma das fornecedoras de chips de memória do mundo também pode gerar impacto no mercado.  Na agenda econômica, as vendas no varejo, estoques de petróleo bruto e os discursos de membros do FOMC também ficarão no radar.

No Brasil, o exterior pode gerar efeitos positivos no mercado local com a diminuição de aversão ao risco e recuperação do minério de ferro. Dentro da agenda econômica, vale atenção para os indicadores fiscais, o IPP e o IGP-M.

O IGP-M, teve retração devido ao forte impacto do IPA (índice de preços ao produtor amplo) que teve queda de 1,21% devido à redução nos preços das commodities, em especial, do minério de ferro.

O Bacen ofertará 14.000 contratos de swap entre 10:30 e 10:40, para ajuste do overhedge e 15.000 contratos de swap para rolagem a partir das 11:30.

Na política, a Câmara aprovou prorrogar isenção de ICMS p/ comércio por 15 anos e Lira quer votar proposta que prevê valor fixo do ICMS por litro do combustível, criticando o anúncio da Petrobras de aumento no preço do óleo diesel, o que impactaria mais 22 centavos no tanque para os caminhoneiros.

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