Mercados globais operam mistos com inflação na Europa e balanços nos EUA

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Os mercados europeus fecharam mais um dia em alta em dia de agenda vazia e bom humor global até o momento do fechamento nos mercados do velho continente.

As perspectivas são de que o FED tenha mais cuidado com a elevação dos juros. Contudo, houve um fator redutor importante. Segundo à agência de notícias Reuters, a Gazprom emitiu uma carta que existe a possiblidade de não poder cumprir as suas obrigações em relação ao fornecimento de gás por conta de circunstâncias “extraordinárias”.

Tal situação fez com os mercados do continente fechassem mais distantes das máximas pelo fato de que isso começa a trazer instabilidade em relação às perspectivas não apenas de longo, mas também de curto prazo. O gás é importante para a produção industrial e, por consequência, para a economia da região.

Londres teve alta de 0,9%. Frankfurt teve avanço de 0,74%. Paris subiu 0,93%. Milão teve alta de 1,13%. Na península ibérica, Madri e Lisboa tiveram altas de 0,22% e 0,90% respectivamente.  

Nos Estados Unidos, os mercados abriram o dia em alta impulsionados pela perspectiva de que o FED poderá ser menos hawkish nas altas de juros repercutindo as falas de dirigentes na semana passada.

Adicionalmente, os investidores também ficavam de olho na performance dos balanços de importantes companhias como Bank of America, IBM e Goldman Sachs. Os balanços das duas primeiras companhias citadas vieram aquém do esperado com o lucro por ação ficando baixo das projeções em 2,17% e 1,8% respectivamente. Já o Goldman teve avanço de 16,29% em comparação ao que foi estimado pelo mercado.

Todavia, no início do pregão, tais companhias não apresentaram queda, mas o setor bancário acabou virando ao longo do dia, juntamente com Apple que divulgará perspectivas negativas em relação à lucratividade da companhia sendo um sinal negativo para economia do país, levando em conta a inflação impactando o consumo. Com tal cenário, o Dow Jones teve queda de 0,69%. O S&P 500 e o Nasdaq tiveram caíram 0,84% e 0,81% respectivamente.

No Brasil, mesmo com a queda da maioria das ações da carteira teórica do Ibovespa, o principal índice da B3 ainda conseguiu registrar alta de 0,48% a 97.011 pontos. A alta das commodities e a forte alta de ativos cíclicos, outrora descontados, contribuíram para o avanço do índice.

No dia, dentre um dos destaques foi um anúncio de Luiza Trajano, fundadora do Magazine Luiza (MGLU3), falando de aprovação de crédito prévia e volta do carnê, incentivando consumidores. Tal fala gerou impacto na mídia especializada.

A perspectiva é de que, ao menos no curto prazo, o feito seja uma estratégia da fundadora, sinalizando estratégias de gerar receita em um momento de alta inflação e, isso somado ao Auxílio Brasil, gerando alta na primeira parte do pregão, mas acabou fechando em queda tendo em vista a alta dos DIs e o IGP-10 subindo acima do esperado com avanço de 0,6%.

Outros destaques foram Rumo (RAIL3 +2,93% e 29,40 pontos) com venda de ativos e gerando perspectiva de foco em suas operações. Petrobras (PETR4 +2,29% e 157 pontos e PETR3 +3,33% e 147 pontos), Vale (VALE3 0,53% com 72,89 pontos) e o setor financeiro como B3 (B3SA3 +2,39% com 77,20 pontos) entre outros.

Para hoje (19/07)

Na Ásia, os mercados fecharam mistos, com os investidores ponderando as percepções do Banco Central da Austrália e os temores advindos do exterior. Shanghai teve alta de 0,04%. O Nikkei subiu a 0,65%. Hong Kong e Seul perderam 0,89% e 0,18% respectivamente.

O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de -0,98%, a 656,50 iuanes, o equivalente a US$ 97,42.

Os índices nos EUA operam em queda continuando as perdas da véspera. O mercado aguarda os números do setor de construção e o pronunciamento de Brainard. As projeções de Apple ontem geram receios, pois é um sinalizador negativo para economia americana, dado que a empresa falou da passibilidade de menor crescimento.  Na agenda de balanços segue J&J, Novartis e outras.

Na Europa, o mercado opera em queda observando os riscos externos e aguardando a decisão do BCE. O mercado espera elevação de 50 ponto base para a próxima reunião. Na agenda econômica, a inflação na Zona do Euro tem mais um avanço, saindo de 8,1% para 8,6%.

No Brasil, os investidores devem ficar atentos às commodities. Internamente, a agenda é vazia o que faz o mercado acompanhar a direção dos mercados globais.

No corporativo, a EcoRodovias informou que sua controlada Ecovias do Araguaia obteve linhas de crédito de longo prazo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco da Amazônia (BASA), no valor total de R$ 4,2 bilhões e com prazo de vencimento em setembro de 2051.

A Verde Asset Management reduz participação acionária de 5% para 4,97% na Light, passando a deter 18,5 milhões de papéis ON.

A CCR, informou que a concessionária Renovias, assinou com o governo paulista um termo retificando o reconhecimento do desequilíbrio da equação político-financeira do contrato de concessão em favor da empresa decorrente da alteração do índice de reajuste das tarifas de pedágio.

As vendas líquidas da Trisul somam R$ 193 milhões no 2TRI, queda de 22% na comparação anual, segundo prévia operacional. Lançamentos registram valor geral de vendas (VGV) R$ 383 milhões no período, recuo de 7% ante o mesmo trimestre de 2021.

Hermes Pardini comunicou, que seu conselho de administração junto com o Laboratório Fleury aprovou, no último dia 29 de junho, a convocação das Assembleias Gerais Extraordinárias para 18/10/2022, a fim de deliberar sobre a reorganização societária.

A Gafisa registrou vendas contratadas líquidas de R$ 203,4 milhões no segundo trimestre de 2022, um crescimento de 13% na comparação anual, segundo prévia operacional. Vendas brutas totalizaram R$ 227,6 milhões no período, alta de 13% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

A Tenda informou que os lançamentos somaram R$ 769,1 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 22% na comparação anual.

O Conselho de Administração da Hypera aprovou emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em 3 séries, da espécie quirografária, para colocação privada, no valor total de R$ 750 milhões.

A Omega comunicou que assinou memorando de entendimentos com a Apolo Asset visando a celebração de contratos vinculantes para consecução de potencial transação envolvendo novos investimentos em centrais geradoras de energia solar.

Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917

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