Na Europa, os mercados fecharam em alta com otimismo advindo da Ásia e dos EUA. Em um momento diferente os números dos Estados Unidos seriam considerados ruins, principalmente para economia real, agora é visto como uma variável amenizadora para que os bancos centrais não precisem ser tão agressivos na alta de juros. Assim, em dia sem muitos dados no continente, mas com diminuição da massa monetária, com avanço de 6% em abril ante 6,3% em março. Assim, Londres teve alta mais modesta, mediante às perspectivas de o governo interferir no mercado de energia, com alta de 0,27%. Frankfurt teve alta de 1,62%. Paris ganhou 1,64%. Milão teve ganho de 0,37%. Na península ibérica, Lisboa e Madri, ganharam 1,02% e 0,50% respectivamente.
Nos Estados Unidos, a expectativa de Soft Landing contribuiu para que os ativos cíclicos e de tecnologia fechassem em alta impulsionando o S&P 500 com alta de 2,47% e Nasdaq subindo 3,33%. O Dow Jones também se beneficiou com avanço de 1,76%. Tudo isso ocorreu por conta do PCE em 6,3% ante expectativa de que o indicador deveria continuar a subir em 6,6%. Além disso, a confiança do consumidor, percepção e de condições atuais ficaram abaixo do esperado, tal como as expectativas de inflação. Apesar do alívio, há de se considerar que o PCE continua historicamente alto.
A bolsa brasileira fechou com alta de 0,05% 111.936 pontos. Os setores cíclicos têm mais um dia de alta, acompanhando o exterior. O rendimento das Treasuries de 10 anos operava em queda devido as perspectivas do soft landing, isto é, a retirada de estímulos da economia, de forma mais suave de modo que impeça uma recessão. Tal expectativa se deve, em grande medida, aos números mais fracos de atividade econômica nos EUA. Tal movimento fez os DIs operarem mistos contribuindo, em certa medida, para o desempenho de companhias cíclicas como é o caso de Localiza (RENT3), Americanas (AMER3) e outras. As empresas do setor de saúde também tiveram bom desempenho como Hapvida (HAPV3), Rede D’Or (RDOR3) e Droga Raia (RADL3). Ademais, as companhias do setor de mineração e petróleo (exceto Petrobras) tiveram boa performance, juntamente com o avanço do minério de ferro e petróleo. Dentre as principais quedas, o destaque é para Petrobras que teve realização com Lira informando que o governo pode vender ações da empresa de modo que ela não tenha o Estado como acionista maioritário.
Para hoje (30/05)
Na Ásia, os mercados sobem com a melhora da percepção em relação ao avanço da Covid-19 na China, dado que é registrado o menor número em termos de contaminação em três meses. Ademais, há confiança por parte dos investidores de que ocorrerá um plano de recuperação econômica para o país, com autoridades anunciando um plano com 50 políticas, inclusive volta do trabalho presencial. O Shanghai composto teve alta de 0,60%. O Nikkei teve ganhos 2,19% e o Hang Seng teve ganhos de 2,06%, acompanhando a percepção de bancos centrais menos agressivos. Kospi teve alta de 1,20%.
O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 2,81%, a 878,00 iuanes, o equivalente a US$ 131,87.
Os futuros nos Estados Unidos operam em alta, com destaque para o Nasdaq, com os investidores ainda a absorver as perspectivas de soft landing. Como é feriado, o mercado de juros não opera no dia. A agenda econômica está vazia e o destaque é o discurso de Waller.
Na Europa, os indicadores de confiança dos serviços e da indústria têm resultado abaixo do esperado. Mas a confiança das empresas sobe em relação as expectativas e quando comparado ao período anterior. Os preços de bens importados na Alemanha ficaram abaixo do consenso.
No Brasil, os investidores ficam atentos às pesquisas eleitorais indicando vantagem de Lula no primeiro turno. Outra questão que fica no radar é o ICMS, com os secretários estaduais da Fazendo pressionando o Senado para a tirada do teto de 17% para as alíquotas de ICMS sobre itens como gasolina, diesel, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo. Tal discussão merece atenção, pois pode impactar companhias dos setores comentados. Na agenda econômica, o IGP-M saiu de 1,41% para 0,52%, porém acima das expectativas de 0,46%. Para a bolsa, o bom humor global pode dissipar os ruídos advindos da política com a alta das commodities ajudando moedas emergentes e companhias petroleiras e mineradoras, apesar de a ADR de Vale operar próximo do zero-a-zero.
No corporativo. Vibra (VBBR3), Enauta (ENAT3), Melnick Even (MELK3), Syn Prop e Tech (SYNE3) e Aliança da Bahia (PEAB3) pagam proventos nesta segunda-feira.
A Suzano (SUZB3) informou que venceu o leilão de energia nova A-4 no mercado regulado, realizado na última sexta-feira (27), para o fornecimento de 50 megawatts médio (MWm) pelo valor de R$ 315 megawatts/hora, reajustado anualmente pela inflação oficial do país a partir de junho. O valor total do contrato sem considerar reajuste representa, aproximadamente, R$ 2,8 bilhões.
A Light (LIGT3) adquiriu energia no leilão de Energia Nova A-4. Foram contratados 77,8 MW médios, ao preço médio de R$ 258,16/MWh, com início de fornecimento em janeiro de 2026 e vigência de até 20 anos. Foram comercializados apenas energias oriundas de empreendimentos de fontes renováveis de energia, como hidrelétricas, eólicas, solares e térmicas que utilizam biomassa como combustível.
A Enjoei (ENJU3) informou na última sexta-feira (27) que desistiu formalmente da aquisição da Gringa.
A Getnet (GETT11) contratou a consultoria KPMG para prestar assessoramento no âmbito da oferta pública de cancelamento de registro no Brasil e da oferta pública de deslistagem nos Estados Unidos.
O Banco do Brasil (BBSAS3) desistiu de vender sua unidade na Flórida, o BB Américas. Banco decidiu ainda incorporar os 12.000 clientes da agência que tem em Miami ao BB Américas até o fim do ano.
C&A (CEAB3) informou que recebeu notificação de seu acionista Verde Asset Management, informando que a soma das ações detidas pelo conjunto de fundos de investimento geridos pela Verde atingiu 4,98% das ações ordinárias da companhia.
Eneva (ENEV3) fez uma oferta de R$ 6 bilhões pela Celse (Centrais Elétricas de Sergipe), a maior usina termelétrica da América Latina, com 1.551 MW instalados. A transação está na reta final, mas ainda não está assinada.
Rede D’Or (RDOR3) começou a construir um hospital em Guarulhos, que deve ser inaugurado em 2024. Obra de 55.000 m² deve custar R$ 420 milhões. Hospital terá 268 leitos.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917