As bolsas na Europa fecharam em queda na sexta-feira (07). Após o pregão de alta, os investidores repercutiram o posicionamento hawkish do FED e os dados do mercado de trabalho americano que corroboraram para o argumento da autoridade monetária americana. Internamente, a inflação da Zona do Euro fechou em 5% no ano, valor observado apenas em 1991. Paris teve queda de 0,42%. Frankfurt teve queda de 0,65%. Milão caiu 0,13%. Madri desacelerou 0,43%. Na contramão, Londres e Lisboa tiveram avanço de 0,47% e 0,07% respectivamente.
Nos Estados Unidos, as bolsas também fecharam negativas. Os dados do mercado de trabalho americano contribuíram para as altas dos rendimentos das treasuries de 10 anos. Embora o payroll tenha vindo abaixo do esperado, os salários a subir 4,7% e a taxa de desemprego ficando em 3,9% foram mais que suficientes para os rendimentos dos títulos longos ficarem acima de 1,7% e fazer o mercado de ações cair. O índice S&P 500 fechou sexta em queda de 0,41%, a 4.677,03 pontos. O Dow Jones teve variação negativa de 0,01%, a 36.231,66 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 0,96%, a 14.935,90 pontos.
No Brasil, o mercado conseguiu resistir ao mau-humor externo. O Ibovespa teve avanço de 1,14% cotado a 102.719,47 pontos. Em grande medida, o que ajudou a bolsa brasileira foram o desempenho das companhias relacionadas ao setor de commodities dado a alta do minério de ferro que ainda repercute o posicionamento da China em relação aos estímulos. O setor de bancos também ajudou o mercado, pois a alta nos juros aqui dentro foi positiva para o setor.
Para hoje (10/01)
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta no pregão desta segunda-feira (10). Não obstante a queda nos mercados ocidentais de sexta-feira (07), a ponta compradora teve mais força. Na China, as empresas do setor de energia foram destaque ajudando o Xangai e o Shenzhen terem avanço de 0,39% e 0,59% respectivamente. Em Hong Kong a alta foi de 1,08% devido a incorporadora Shimao Group estar a vender projetos imobiliários. Taiwan teve alta de 0,38% e o Kospi teve queda de 0,95%. Tóquio não abriu devido a um feriado local.
O minério de ferro em Singapura teve realização de 1,76% a US$ 125,25.
As bolsas na Europa abrem em queda repercutindo o avanço das treasuries americanas que se aproximam dos 1,80% mantendo a alta evidenciada no pregão de sexta-feira. Os dados internos foram positivos, mas o mercado está mais atento à política monetária e toma cautela com a agenda da semana.
Os futuros nos Estados Unidos operam mistos próximos da estabilidade. Mesmo com a agenda relativamente vazia, os agentes estão de olho no PCI que sai essa semana, fator importante para a tomada de decisão do FED.
No Brasil, podemos esperar cautela. Os mercados globais cedem e o dólar opera em alta contra as outras moedas. Em nota, o FMI disse que os países emergentes devem se preparar para a alta de juros nos Estados Unidos, o que já é de se esperar, principalmente para o Brasil, pois mesmo com ativos tão descontados e um P/L abaixo da média, os riscos inerentes ao país podem gerar um “voo para a qualidade”.
Por aqui, o relatório Focus manteve as expectativas de inflação desse ano em 5,03% e para o PIB, terceira semana de queda, com projeção de +0,28% ante +0,36%.
Em Brasília, o ministro da Economia e o diretor do BC retomam a agenda, com a carta que deve ser divulgada ainda nesta semana com os motivos e explicações da inflação ter ficado acima da meta.
No corporativo, além da queda do minério de ferro, a paralização de parcial da circulação de trens e a produção dos Sistemas Sul e Sudeste por conta das chuvas em Minas devem afetar as ações da empresa.
A Suzano anuncia pagamento de R$ 1 bi de dividendos, equivalente a R$ 0,74 por ação.
Petrobras e Braskem divulgaram os comunicados que informam o fechamento de cinco contratos de propeno grau polímero e corrente de retorno substituindo contratos fechados nos anos de 2001 e 2005.
No mercado de proteína animal, a notícia foi de crescimento das exportações de 2021 em 9% em relação a 2020. O Faturamento chegou a US$ 9,236 bi no ano passado. Apesar da boa notícia, é preciso ficar atento aos movimentos de Biden em relação às suas medidas protecionistas.
Autor: Matheus Jaconeli
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