Mercados globais ainda de olho na decisão do FED de amanhã

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As bolsas europeias fecharam em forte queda ontem (24) devido à aversão ao risco nos mercados globais. A cautela com o a decisão da política monetária nos Estados Unidos que ocorrerá na quarta-feira (26) gera muita expectativa aos investidores com parte do mercado acreditando em um corte mais abrupto dos estímulos. Internamente, os ruídos geopolíticos eclipsaram os números do PMI próximos das expectativas na Zona do Euro. Além do risco geopolítico envolvendo os países que fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte e a Rússia, os problemas afetam as relações comerciais entre os países podendo gerar pressões inflacionárias, principalmente na Europa, pois a região depende do gás russo. Londres teve queda de 2,63%. Frankfurt caiu 3,80%. Paris caiu 3,97%. Milão teve recuo de 4,02%. Madri e Lisboa caíram 3,18% e 2,75% respectivamente.

Nas praças de Nova York houve muita volatilidade. Tendo em vista que os ventos dos riscos geopolíticos do Mar Negro chegam no Atlântico Norte. Em nota, a importante consultoria Eurasia, acredita que há 60% de chances de um desfecho diplomático, principalmente por conta da intervenção dos Estados Unidos na questão, o risco ainda é elevado. O índice VIX chegou a superar a casa dos 30 pontos, algo que foi observado somente apenas em 2020. Todavia, ao fim do pregão o mercado americano virou para a alta. O Dow Jones teve elevação de 0,29%. O S&P 500 ganhou 0,28% e o Nasdaq teve alta de 0,63%.

Por aqui, os fatores citados acima no mercado internacional afetaram o Ibovespa, pois a cautela global fez com que os investidores saíssem do risco, fazendo com que os investidores saíssem de mercados emergentes. A queda nas commodities como o minério de ferro e o petróleo Brent também afetaram importantes companhias nacionais. Internamente, o risco fiscal também foi gatilho importante para o mercado de ações. A proposta de zerar impostos dos combustíveis geraram expectativas negativas em relação à fragilidade fiscal, tal como o Orçamento de 2022 com o governo impedindo R$ 3 bi para a educação, ciência e tecnologia e destinando R$ 1,7 bi para o fundo eleitoral e reajuste para uma categoria de funcionários públicos, pressionando as demais.  No entanto, a melhora do mercado americano ao fim do pregão ajudou o Ibovespa a reduzir as perdas fechando com queda de 0,91% a 107.945 pontos.

 Para hoje (25/01)

Na Ásia, os mercados fecharam em queda absorvendo os receios e a volatilidade nos mercados ocidentais no pregão anterior (24). Também há cautela em torno da decisão do FED que ocorrerá amanhã (26).

O minério de ferro em Qingdao teve alta de 3,68% cotado a US$ 138,39.

Os mercados europeus operam em alta tentando se recuperar das fortes baixas de ontem e aproveitando o impulso final de Nova York depois que as bolsas do velho continente estavam fechadas.

Os futuros nos Estados Unidos cedem aos temores de alta nos juros. Outro fator que os investidores também ficam atentos aos dados corporativos. No pré-mercado, ações de empresas como General Eletric e J&J caem devido à balanços decepcionantes.

No Brasil, o índice de confiança dos consumidores teve queda de 1,4 ponto em janeiro chegando a 74,1 pontos sendo impactado pelas perspectivas de inflação.

O Tesouro ofertará LFTs para os vencimentos 2025 e 2028 e NTN-Bs para 2027, 2035 e 2060. Volume de títulos será divulgado às 10:30,

O Bacen afetará até 20.870 swaps para rolagem a partir das 10:30.

Na agenda corporativa, o a ISH Tech e Madeiro desistem de IPO.

A alta nos preços do minério de ferro e do petróleo ajudarão companhias do setor de petróleo e de mineração.

Autor: Matheus Jaconeli

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