Os mercados do velho continente operaram mais uma vez em queda, absorvendo os receios globais em relação à variante Delta e seus possíveis efeitos na atividade econômica global, além do desenrolar dos ruídos geopolíticos e as intervenções do governo chinês em seus mercados.
Em Nova York, os mercados também foram impactados pelos receios na geopolítica e do avanço da variante Delta em todo mundo. Adicionalmente, o discurso de Jerome Powell para um grupo de estudantes, gerou aumento da possiblidade de uma Ata do FOMC mais hawkish. Quanto aos dados de atividade econômica divulgados ao longo do dia, eles foram mistos, com o varejo ficando aquém do esperado, mas a indústria evidenciando recuperação.
No Brasil, além dos impactos externos citados acima, a política e o fiscal continuaram a afetar os principais índices brasileiros. Apesar de Campos Neto ter acalmado momentaneamente os DI’s e o dólar, o descompasso entre os três poderes e os riscos fiscais sobrepujaram a fala do líder do Bacen.
Para hoje (18/08)
Os mercados na Ásia tiveram correção após sucessivas quedas envolvendo a geopolítica e as intervenções por parte da China. Dentre os setores que contribuíram para a alta no continente, se destacaram os setores financeiro e de defesa na China.
Na Europa, os mercados operam majoritariamente em queda, com os investidores aguardando a Ata do FED. Quanto aos dados de atividade econômica de hoje, os indicadores de inflação da Zona do Euro ficaram dentro do esperado, mas os preços ao produtor e ao aos varejistas sobem no Reino Unido.
Nos Estados Unidos, os futuros também operam em queda devido à cautela com a Ata do FED, ruídos geopolíticos e os demais riscos inerentes ao avanço da variante Delta. Quanto à agenda de hoje, além da Ata do FOMC, se destacam os números do setor de construção e estoques de petróleo.
No Brasil, o contrato do mini índice futuro abriu em leve alta, mas já vira para queda, acompanhando seus pares globais.
Com a agenda econômica vazia, se destacam os eventos na política. Mais uma vez, a votação da Reforma do IR é adiada com a pressão do setor produtivo. Caso o modelo atual seja aprovado, o risco em relação às contas públicas pode permanecer, sendo mais generosa para municípios. Outro impasse é a questão da tributação de lucros e dividendos com os deputados defendendo alíquotas de 10% em 2022 e passe para 20% em 2023, enquanto a proposta do governo é de 20% em 2023.
O avanço no número de infectados pela variante Delta no Brasil também começa a ser observado. Ontem houve alta de 84% no número de casos positivos quando comparado com terça-feira passada, segundo os dados do Ministério da Saúde.
Também haverá atenção em relação à reunião trimestral dos diretores do Bacen, Fabio Kanczuk e Bruno Serra com economistas. A autoridade monetária também ofertará até 15.000 contratos de swap a partir das 11:30.
Por fim, hoje também haverá troca do índice de contrato futuro de Q21 para V21.
Autor: Matheus Jaconeli