Os mercados globais mostraram entusiasmo em relação às eleições americanas, esperando um forte estímulo assim que for confirmado o resultado. Os agentes precificam uma vitória de Joe Biden o que pode trazer um estímulo mais brando à economia dos Estados Unidos.
No velho continente, os mercados fecharam em elevação mostrando que os investidores no continente acreditam em uma “onda azul”, isto é, uma vitória considerável do candidato democrata, o que garante um estímulo fiscal mais agressivo, quando comparado aos planos de Donald Trump.
Milão e Frankfurt tiveram as maiores altas, com ganhos de 3,19% e 2,55% respectivamente. Madri, teve ganhos de 2,52% e Paris, subiu 2,44%. Londres teve aumento de 2,33%. Lisboa, teve ganhos mais modestos, com alta de 0,76%.
O dólar mais fraco, contribui para a elevação do metal precisos com entrega prevista para dezembro. Após as perdas recentes, o dia foi de recuperação para a commodity metálica registrando alta de 0,64%, negociada a US$ 1.879,90.
A possibilidade da vitória do democrata Joe Biden também animou os mercados de petróleo, devido a possibilidade de estímulos nos estados ser robusto após a vitória do ex-vice de Obama. Além disso o ministro de energia russo, Alexander Novak, discutiu a hipótese de realizar mais cortes na produção de petróleo por parte do país.
O WTI, teve alta de 2,31%, a US$ 37,66. O Brent com entrega para janeiro, ganhou 1,90%, a US$ 39,71.
Nos Estados Unidos os agentes também apostaram em uma onda azul e, com ela, fortes estímulos fiscais para a economia do país. Todavia, o mercado também aguarda a possibilidade de eleições contestadas, caso a margem entre os dois candidatos seja estreita, o que pode ser um fator de aumento da volatilidade para o mercado.
O Dow Jones teve elevação de 2,06%. O S&P 500, teve aumento de 1,78% e a Nasdaq, ganhou 1,85%.
No Brasil, o principal índice da B3 acompanhou os ganhos das ADR’s brasileiras no feriado (02) que já antecipavam a alta de ontem (03). Internamente, PMI industrial alcançou mais um número elevado, chegando 66,7 pontos. A alta das bolsas externas também contribuiu para o impulso ao mercado brasileiro. Contudo, também houve proteção no dólar, haja vista a possibilidade de um processo longo para a definição do candidato americano.
O Ibovespa, teve alta de 2,16%, em 95.979,71 pontos. O dólar fechou em alta de 0,42%, a US$ 5,76.
Em meio a apuração dos resultados, as bolsas asiáticas operaram majoritariamente em alta. Diferentemente do que era esperado por boa parte do mercado, as eleições caminham para um acirramento, mas com Biden ainda na frente das pesquisas.
Na China continental, o Xangai Composto e o Shenzhen fecharam em alta de 0,19% e 0,31%. Ainda na China, Hong Kong teve perdas de 0,21% e Taiwan subiu 1,04%.
No Japão, após um feriado local, o Nikkei teve ganhos de 1,72% e Seul, ganhou 0,60%.
Para hoje (04/11):
O acirramento da disputa pela presidência dos Estados Unidos da América mostra-se mais acirrada que o esperado pelo mercado na tarde de ontem (03), fazendo os mercados europeus abrirem sem direção única. Nos Estados Unidos, os futuros abrem da mesma forma, com certa cautela em relação ao pleito americano.
Após a paralização da contagem em alguns estados em que Donald Trump estava com vantagem, o atual presidente afirmou que recorrerá ao processo jurídico, caso o resultado final das eleições seja favorável a Joe Biden, o traz aumento da volatilidade aos mercados.
No Brasil, além das eleições americanas, o mercado ficará de olho nos balanços de Gol, Alpargatas, BR Properties, BrasilAgro, Ecorodovias, Hering, Ultrapar e São Calor. Em relação aos números que saíram ontem, Itaú e Marfrig Iochpe-Macion e PetroRio também estarão no radar dos agentes.
Na política, o senado aprovou por 56 votos a 12 a proposta que visa conceder autonomia formal ao Bacen (Banco Central). Agora, é preciso aguardar que o projeto seja apoiado na câmera.
Quanto à conjuntura econômica, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicará os números da produção industrial.
Europa: Continuação dos números do PMI e inflação ao produtor na Zona do Euro
Hoje, após os números positivos do PMI Industrial de agosto, a IHS Markit publicou os números dos indicadores compostos e do setor de serviços. Devido à sensibilidade do setor em relação às medidas de distanciamento social, os agentes esperam que os números dos serviços tenham queda de modo que em alguns países e na Zona do Euro o indicador fique abaixo dos 50 pontos, o que significa uma retração no índice. Os índices compostos, por conta da força do PMI Industrial, ainda possuíam expectativas de elevação.
O PMI de serviços da Alemanha e Zona do Euro atingiram 46,9 e 49,5, respectivamente contra expectativas de 48,9 e 46,2 pontos. Para os indicadores compostos para a economia alemã e para a Zona do Euro foram de 55 e 50 pontos.
Ainda dentro da Zona do Euro, a agência Eurostat, divulgou os números do índice de Preços ao Produtor, atingindo -2,4% ao mês e 0,3 ao ano, em linha com as expectativas do mercado.
No Reino Unido, também foram divulgados os PMI’s do setor de serviços e do composto com números de 52,1 e 51,4. As expectativas para o país insular, apesar de ser fortemente impactado pelo o aumento no número de infectados eram um pouco melhores em relação aos seus pares continentais.
EUA: Eleições, Variação dos Empregos Privados (ADP), setor externo, indicadores da IHS Markit e da ISM Inc
Hoje, as eleições no país continuam a ser o foco dos mercados, com a continuação da contabilização dos votos em todo os estados americanos. Apesar do mercado considerar uma vitória de Biden, conforme os números vão ficando mais acirrados, mais risco pode ser incorporado nas expectativas dos agentes, principalmente se os números levarem à tendência de uma judicialização do pleito.
Em relação aos números de conjuntura econômica, um dos principais indicadores relativos ao mercado de trabalho será divulgado pela ADP Systems, evidenciando a criação de postos de trabalho no mercado privado. O mercado espera aumento de 650 mil vagas de empregos criadas em outubro, ante avanço de 749 mil vagas em setembro.
Quanto às contas externas, o Bureau of Economics Analisys divulgará os números da balança comercial, tal como as exportações e importações do país. Há expectativa de diminuição do déficit da balança comercial do país, siando de US$ -64,10 bilhões para US$ -63,80. Caso as expectativas do mercado se concluam, se deverão ao aumento das exportações do país que vêm mostrando tendência de alta.
Seguindo os números do PMI IHS Markit e da ISM Inc. divulgados ontem (03), os agentes esperam avanço considerável para os índices das duas agências que serão divulgados hoje (04). As estimativas do mercado apontam para um PMI composto de 55,5 pontos e o de serviços em 56. O PMI da ISM de Não-Manufaturados poderá chagar a 57,5 pontos segundo as perspectivas dos especialistas.
Quanto ao mercado de petróleo, há expectativa de que a produção da commodity energética divulgada pela EIA (Energy Information Administration) seja menor em relação à semana anterior saindo de 4,320 milhões de barris para 890 mil.
Brasil: Produção Industrial
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicará os números da produção industrial brasileira em setembro. Há expectativa de que o indicador tenha alcance de nova alta. Tais perspectivas se baseiam no aumento da demanda por parte do setor e de outros indicadores antecedentes como a produção de veículos e o PMI. Os números esperados pelo mercado segundo a Broadcast é de 2,30% ao mês e de 2,21% ao ano. A aceleração menos intensa ao mês evidencia normalidade no avanço da atividade econômica, mas interanualmente, há destaque com a o primeiro número positivo ao longo da crise.
Autor: Matheus Jaconeli
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