As bolsas europeias fecharam mistas com os investidores monitorando a decisão da política monetária dos Estados Unidos na véspera (16). No continente, a inflação mostrou mais uma alta, saindo de 5,8% para 5,9% em janeiro. No Reino Unido, o BoE elevou a taxa de juros de 0,50% para 0,75% com menos votos do que o esperado. O comunicado a autoridade monetária britânica, no entanto, foi mais suave que o esperado. Apesar da guerra na Ucrânia não ter nenhuma resolução, boa parte dos investidores ficaram na ponta compradora. As quedas foram em Frankfurt e Milão perdendo 0,36% e 0,66% respectivamente. Londres, com a alta das commodities avançou 1,285. Paris ganhou 0,36%. Madri teve alta de 0,38% e Lisboa teve alta de 1,25%.
Em Nova York os mercados acabaram por ignorar o tom mais contracionista do FED e a falta de acordo entre russos e ucranianos. Embora Joe Biden tenha dado sinalizações ainda mais contundentes contra a Rússia chamando Putin de “ditador assassino” e de “bandido”, o mercado ignorou. Ao longo do dia houve previsões de crescimento da economia e todas para baixo. Não obstante a tais fatores, as bolsas continuaram em alta. No mercado havia, em certa medida, a discussão de que os bancos centrais poderão reduzir o tom mais agressivo em termos de alta de juros por conta de haver expectativa recessiva como pôde ser visto na diminuição da diferença entre as treasuries de 2 e 10 anos. Todavia, a alta da inflação e a possibilidade de os efeitos da guerra serem permanentes, se nada for feito, podem deteriorar essa visão. O Dow Jones e o S&P 500 tiveram alta de 1,23% cada um e o Nasdaq ganhou 1,33%.
No Brasil, a bolsa seguiu o bom-humor dos mercados externos. Os ruídos na política continuaram como fatores negativos, como mais uma postergação da reforma tributária, as discussões em torno dos combustíveis e o aumento da ingerência política na Petrobras. Pelo lado positivo, a alta das commodities contribuíram para a alta do índice, além do dia de sell on nos mercados internacionais. O Ibovespa fechou com alta de 1,77% a 113.076 pontos.
Para hoje (18/03)
Os mercados asiáticos fecharam mistos com os investidores do continente aguardando a conversa entre Joe Biden e Xi Jimping. O mercado nessa madrugada (18) tentou acompanhar os ganhos ocidentais e também seguiu com a percepção positiva dos mercados locais na véspera. No Japão o BoJ informou que não há necessidade de aumento nos juros. Na China continental, o Xangai e o Shenzhen subiram 1,12% e 0,56% respectivamente. Em Seul houve alta de 0,64%. O Nikkei ganhou 0,65%. Taiwan teve alta marginal de 0,05% e Hong Kong, após fortes ganhos caiu 0,41%.
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 3,54%, a 833,50 iuanes, o equivalente a US$ 130,97.
Os futuros nos Estados Unidos operam em queda, com os investidores digerindo a política monetária e observando o que ocorre no leste europeu. Na agenda econômica, há poucos dados.
Os mercados europeus operam majoritariamente em queda realizando os ganhos dos últimos pregões, monitorando as negociações entre Ucrânia e Rússia.
No Brasil, o problema na política continua a ser mais um fator para ficar de olho podendo gerar impactos principalmente em Petrobras (PETR4; PETR3) por conta da possibilidade de ingerência devido à possível saída de Silva e Luna. A alta das commodities é uma variável positiva para o mercado.
O governo também planeja injetar mais de R$ 150 bilhões na economia através do programa Renda e Oportunidade, do Ministério do Trabalho e Previdência, divulgado ontem (17). O pacote prevê três medidas provisórias e um decreto estão a oferta de linha de crédito para empreendedores, saque extraordinário de parte do FGTS, antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS e liberação de empréstimos consignados para quem recebe benefícios assistenciais, como o Auxílio Brasil, sendo que essa última medida é um tanto controversa, pois quem já recebeu o auxílio, certamente, não está em condições de quitar dívidas, sendo mais uma amostra de populismo com olhos para a reeleição.
Tais medidas, no entanto, se por um lado podem gerar impacto negativo nas contas públicas, por outro pode gerar um efeito positivo de curtíssimo prazo em companhias do setor de consumo. Contudo, a inflação e alta de juros ainda são variáveis que mais pesam.
Na agenda econômica, os investidores ficarão de olho nos dados de emprego.
No corporativo serão divulgados os balanços de Eletrobras (ELET3;ELET6), M. Dias Branco (MDIA3) e Gafisa (GFSA3).
Em relação às negociações entre BrMalls (BRML3) e Aliansce Sonae (ALSO3), o conselho de administração da BrMalls (BRML3) decidiu, por unanimidade, recusar a nova proposta não solicitada de combinação de negócios enviada pela Aliansce Sonae Shopping Centers em 16 de março de 2022.
A Telefônica Brasil aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio no montante bruto de R$ 250 milhões, equivalentes a R$ 0,14929120379 por papel. O crédito dos proventos será realizado até 31 de julho de 2023, com base na posição acionária de 31 de março de 2022.
A Copasa (CSMG3) aprovou JCP no valor de R$ 33,8 milhões, o equivalente a R$ 0,0893 por ação. A data de corte será no dia 22 de março e o crédito ocorrerá em até 60 dias após a declaração (17/03). As ações serão negociadas ex-direito a partir de 23 de março deste ano.
A Lojas Renner (LREN3) registraram lucro líquido de R$ 415,8 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), cifra 17,5% superior ao registrado no quarto trimestre de 2020 e o conselho de administração da varejista aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio no montante bruto de R$ 141 milhões, correspondentes a R$ 0,143910 por ação. O pagamento será feito conforme definição na Assembleia Geral Ordinária de 2023, com base na posição acionária de 22 de março de 2022. Dessa forma, as ações serão negociadas ex-direito a partir de 23 de março deste ano.
A B3 (B3SA3) registrou um lucro líquido de R$ 1,091 bilhão no 4º trimestre do ano passado, praticamente estável na comparação anual, com queda de 0,5% frente ao mesmo intervalo de 2020.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917