Os mercados europeus fecharam em queda devido a mais pressões contra a Rússia. Agora, é a oferta do carvão e do gás. Apesar de ser algo ruim para os russos, isso também pressiona as perspectivas de inflação e, inclusive de produção para os europeus, dado que tais insumos são necessários para tal e estarão mais escassos e caros com as medidas contra os russos. Ademais, o mercado também estava bem avesso ao risco devido às perspectivas de uma Ata hawkish do FOMC. O índice FTSE, referência em Londres, recuou 0,44%. Frankfurt teve perda de 1,89%. Paris cedeu 2,21%. Milão teve queda de 2,06%. Na Península Ibérica, o Ibex 35, de Madri, caiu 1,64% e em Lisboa, o PSI 20 baixou 0,56%.
Nos Estados Unidos, o dia também foi de forte queda. A aversão ao risco devido aos problemas no leste europeu e as perspectivas em torno do aperto monetário afetaram fortemente os mercados americanos, em especial o Nasdaq (-2,22%) com os rendimentos das treasuries de dez anos chegando 2,60%. O Dow Jones perdeu 0,42% e o S&P 500 caiu 0,97%.
No Brasil o dia foi de realização, com os investidores considerando o risco global. Os dados fracos da China e os lockdowns podem trazer perspectivas ruins dado que o país é o maior parceiro comercial brasileiro. Adicionalmente, a aversão ao risco e a alta dos juros no exterior, elevando o dólar (+1,19%) a R$ 4,71 e os DIs pressionaram companhias de setores cíclicos e deram espaço para o avanço para exportadoras. O Ibovespa também sofreu com a queda do petróleo, após de anúncios de aumento da oferta. Assim, o principal índice da B3 teve queda 0,55% cotado a 118.228 pontos.
Para hoje (07/04)
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em queda no pregão de hoje (07). Os investidores absorveram o mau-humor dos pregões ocidentais devido ao anúncio hawkish por parte da Ata do FOMC. Os desdobramentos do conflito entre Ucrânia e Rússia que desaguam em mais sanções acabaram por gerar desconforto. Internamente, o aumento dos casos de Covid-19 na China continua a ser uma variável negativa. Na China Continental o Xangai e o Shenzhen tiveram queda de 1,42% e de 1,90% respectivamente. Hong Kong perdeu 1,23% e Taiwan teve queda de 1,96%. Em Tóquio, o Nikkei caiu 1,69% e o sul-coreano Kospi cedeu 1,43%.
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 3,02%, a 900 iuanes, o equivalente a US$ 141,43.
Nos Estados Unidos os futuros operam mistos com os investidores digerindo as sinalizações do FED advindas da Ata do FOMC. As evidências de possíveis crimes de guerra por parte dos russos em solo ucraniano continua a gerar receios. Na agenda econômica, os investidores ficarão de olho em discursos de membros do FOMC, nos pedidos iniciais por Seguro-Desemprego e Crédito ao Consumidor.
Na Europa, os mercados operam mistos, mas a maioria em alta tentando se recuperar das últimas quedas devido ao BCE bem mais brando comparado com o FED. Na agenda econômica, os preços dos imóveis nos EUA continuam a disparar, a produção industrial alemã supera as expectativas e as vendas no varejo da Zona do Euro ficaram piores que as expectativas.
No Corporativo, a Petrobras (PETR3; PETR4) continua no destaque com a disputa para quem será o diretor da estatal. Até a Abin entrou na questão com a avaliação do currículo de todos indicados.
A Eletrobras (ELET3; ELET6) informou que realizará diálogo público para discutir modelo de capitalização da estatal no TCU –Tribunal de Contas da União, com a participação do CEO da Eletrobras, Rodrigo Limp Nascimento. Além disso, a estatal vai receber R$ 1,101 bilhão da CPFL (CPFE3) pela venda da totalidade de sua participação acionária (32,66%) da CEEE-T.
O Bradesco (BBDC4) comunicou que o Banco Central homologou o aumento de capital do banco, no valor de R$ 4 bilhões, elevando-o de R$ 83,1 bilhões para R$ 87,1 bilhões, com bonificação de 10% em ações.
A BRF (BRFS3) anunciou que seu atual CFO, Carlos Moura, e o vice-presidente de operações brasileiras, Sidney Manzaro, estão deixando a empresa. A companhia também anunciou ainda o lançamento de um e-commerce B2B no Chile, no intuito de dobrar sua presença no país que é o maior mercado para a empresa na América, depois do Brasil.
A CBA (CBAV3) informou que foi fixado, nesta quarta-feira (6) pelo Conselho de Administração da acionista vendedora, o preço por ação de R$ 19,00, totalizando a oferta restrita no valor de R$ 904,4 milhões, mediante a alienação de 47.600.000 ações, sem considerar a eventual colocação das ações suplementares.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917
Deixe um comentário