Mercados de olho em inflação global

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As bolsas na Europa fecharam majoritariamente em queda na tarde de ontem (09). Os índices de atividade econômica divulgados no dia deixaram o cenário ainda mais incerto com os dados das contas externas da Zona do Euro tendo desempenho aquém do esperado. Na Alemanha, o Índice ZEW de condições atuais ficou em 12,5 pontos, o que representa uma queda de 42,13% em relação ao mês anterior e aquém das projeções (18 pontos). Os problemas inerentes à cadeia produtiva também contribuíram para a realização nos principais índices do Velho Continente. Londres teve queda de 0,36%, com Bailey, presidente do Banco Central da Inglaterra, informando que pretende aumentar os juros se houver repasse da inflação para os salários. Frankfurt teve queda de 0,04/%. Paris perdeu 0,06%. Milão teve queda de 0,97%. Na península ibérica, Madri e Lisboa subiram 0,05% e 0,33% respectivamente.

Em Nova York os agentes aproveitaram os dados de alta do Índice de Preços ao Produtor para realizar os lucros após sucessivas altas. Mesmo que o índice tenha ficado dentro das expectativas do mercado em 0,6% no mês e 8,6% no ano, há preocupações em saber o quanto a inflação ao produtor será repassada aos consumidores. Por outro lado, Jerome Powell, presidente do FED, mais uma vez defendeu o aquecimento do mercado de trabalho, diminuindo os temores da possibilidade de aumento nas taxas de juros. O Dow Jones teve queda 0,31%. O S&P 500 teve redução de 0,35% e Nasdaq perdeu 0,60%.

No Brasil, o principal índice da B3 fechou em alta, com ganho de 0,72%. Os ativos locais contrariaram o movimento baixista do exterior com o prosseguimento da votação da PEC dos Precatórios na Câmara. A votação contribuiu para afastar os temores em torno de novas brechas para ampliar a fragilidade fiscal do país e dando maior previsibilidade ao orçamento. Assim, com a queda no risco percebido, houve alívio para setores que estavam a sofrer de forma considerável, como foi o caso do setor varejista e de outras companhias de consumo. O Ibovespa teve alta de 0,72% a 105.535 pontos.

Para hoje (10/11)

Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em queda. Os números decepcionantes de inflação, mais uma vez afetaram fortemente o mercado. No entanto, alguns mercados conseguiram driblar o mau-humor devido os relatos do Banco Central chinês em relação à facilitação de financiamento.

O minério de ferro em Singapura teve queda de 3,14% cotado a US$ 88,00%. Em Qingdao, a perda foi de 3,68%.

As bolsas na Europa operam em queda com a inflação ao consumidor na Alemanha subindo, como era esperado, e aguardando a alta da inflação nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, as bolsas operam em queda. Há cautela com os números de inflação após a divulgação do IPP de ontem (09). O dado é importante porque vidência o quanto as altas nos custos de produção estão sendo repassadas aos consumidores. Hoje, por conta do feriado de amanhã, também serão divulgados os números pedidos por seguro-desemprego.

No Brasil, os agentes vão repercutir a aprovação da PEC dos Precatórios no segundo turno, agora a PEC irá para o Senado.

O IPCA, principal índice de inflação do país, teve alta de 1,25% no mês e de 10,67% em 12 meses, superando as expectativas do mercado. O dado pode trazer perspectivas de que a próxima alta nos juros seja maior que 150 pontos base.

A partir das 10:30, o Bacen fará a oferta de 14.000 contratos de swap para overhedge.

A agenda de balanços está cheia com a divulgação de: JBS, BRF, Oi, Caixa Seguridade, Copel, Equatorial, Aliansce Sonae, Allied, Allpark, Banrisul, Enauta, Even, Helbor, Hermes Pardini, Locaweb, Melnick, Moura Dubeux, Notre Dame, Porto Seguro, Simpar, SLC Agrícola, Smartfit, Sul América, Taesa, Totvs, Tupy, Valid, Via, Vivara pós-mercado.

Autor: Matheus Jaconeli

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