Mercados cedem às pressões nos juros americanos e questão dos funcionários públicos afetam o interno

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Os mercados europeus fecharam majoritariamente em alta no pregão de ontem (17). As notícias positivas advindas da China com o PIB a crescer 8,1%, como o esperado, e o corte de juros, foram fatores importantes para o desempenho, dado que se trata do maior importador e exportador do mundo. Internamente, os destaques foram o anúncio da joint venture entre GSK e Pfizer. Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,91%, Frankfurt subiu 0,32%. Paris teve ganhos de 0,82%. Milão ganhou 0,52% e na península ibérica Madri teve avanço de 0,36% e Lisboa perdeu 0,02%.

No Brasil, em dia de pouca liquidez por conta do feriado nos Estados Unidos, a bolsa teve queda de 0,52% a 106.374 pontos. Mesmo com os dados positivos da China e a alta das commodities, o mercado não resistiu às pressões internas relacionadas à greve dos servidores públicos. Na agenda econômica, O IGP-M teve alta de 1,8% contra expectativa de queda de 0,5% e o IBC-Br de novembro veio próximo do esperado com avanço de 0,69%.  

Para hoje (18/01)

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em queda devido aos sinais de cortes monetários nos Estados Unidos ao passo em que o petróleo sobe fortemente. Dentro do continente, o BC japonês descartou a possibilidade de cortar juros, adotando um perfil fortemente acomodatício. Na China continental o Xangai Composto foi a exceção com alta de 0,80%, o Shenzhen teve desvalorização de 0,33%.  O índice japonês Nikkei caiu 0,27%. O sul-coreano Kospi cedeu 0,89%. Taiex registrou perda de 0,79% em Taiwan.

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 1,0% a US$ 112,54.

Na Europa, com a agenda econômica sem dados, os mercados operam em queda devido as altas de juros nos Estados Unidos e tensões na geopolítica envolvendo a Rússia devido à um vídeo com tanques russos sendo transportados para Belarus, país que também faz fronteira com a Ucrânia, aumentando a suspeita de uma invasão de Moscou ao país ao passo em que os EUA, a OTAN e a Alemanha se opõem as investidas do Kremlin.

Nos Estados Unidos também há uma agenda vazia de dados econômicos, o mercado se volta para o avanço dos rendimentos das treasuries de 10 anos que chegam a níveis não vistos em dois anos, acima de 1,80%. Os investidores se preocupam com alta da inflação e a possibilidade do FED subir a taxa de juros e retirar estímulos de forma mais abrupta. Inclusive, na semana passada, James Bullard disse que acredita que a autoridade monetária americana poderá subir não apenas três, mas quatro vezes a taxa de juros. Outro fator importante de hoje, foi o ataque drone nos Emirados Árabes pressionando os preços do petróleo.

No Brasil, o mercado deve seguir os movimentos do mercado externo, mesmo que empresas do setor de commodities se beneficiem das altas do minério de ferro e do petróleo.

As altas nos juros americanos devem impactar os DIs além dos ruídos fiscais que serão gerados por conta da greve dos servidores públicos pressionando o governo federal a conceder reajustes de salários para as categorias. Caso isso aconteça, teremos mais fragilidade das contas públicas. Tal movimento do lado fiscal, afetará as companhias que compõem o índice de consumo e imobiliário dado que são os setores mais sensíveis à elevação dos juros e da inflação.

No corporativo temos o Banco Inter a informar que foi comunicado pela Ponta Sul sobre a alienação de Units da companhia. Após o movimento, a gestora carioca de Flávio Calp Gondim, passa agora a deter 3,94% dessa categoria de papéis da instituição financeira.

Acionistas da BRF aprovaram em AGE proposta de aumento de capital via oferta follow-on de até 325 milhões de ações ordinárias. Do total da oferta, R$ 500 milhões serão destinados ao capital social e saldo remanescente à formação de reserva de capital.

A retomada das atividades de extração e mineração na mina Casa de Pedra da CSN, planta de beneficiamento do Pires e operação portuária de carregamento de minério no Terminal de Carvão (Tecar), no porto de Itaguaí, no Rio.

A Cogna informa que foi comunicada pela Alaska Investimento que sua participação alcançou 15,23% do total de emissões da companhia. O porcentual representa 285.779.108 papéis ordinários.

Direcional e a Cyrela assinaram Memorando de Intenções, para aquisição, pela Direcional, de 60% de participação em quatro projetos de empreendimentos imobiliários em desenvolvimento, cujos direitos são do Grupo Cyrela.

Even registrou R$ 925,1 milhões em valor geral de vendas (VGV) de lançamentos no quarto trimestre de 2021, alta de cerca de 73% ante o mesmo período de 2020. A cia lançou cinco empreendimentos entre outubro e dezembro, sendo três em SP e dois no RS.

A MRV registrou volume de R$ 3,243 bilhões em lançamentos no quarto trimestre de 2021, de acordo com prévia operacional. O volume representa alta de 52,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Tratativas da United Health para vender o controle da Amil seguem de vento em popa, mas entre os quatro pretendentes (Rede D’Or, Dasa, Sul América e Bradesco), um deles está quase sem apetite. É o Bradesco. Já a Dasa segue como favorita.

Unipar informou que a Vila Velha – Administração e Participações aumentou sua participação societária na companhia de 16.412.175 de ações ordinárias, equivalentes a 49,72% do total dessa classe de ação, para 16.504.265, ou 50,01%.

Por Matheus Jaconeli, analista de investimentos da Nova Futura Investimentos, CNPI 2917

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