Mercados caem de olho na permanência do riscos geopolíticos e na Ata do FOM

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Os mercados europeus fecharam mistos no pregão de hoje com os investidores tentando ponderar os bons resultados dos PMIs de serviços e composto em contraposição aos ruídos e tensões geopolíticas advindas da Ucrânia. O massacre na cidade de Bucha, nas proximidades de Kiev fez com que os investidores temessem a aplicação de novas sanções contra os russos impactando ainda mais nos preços da energia.  O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,19%. Londres teve alta de 0,72%. Frankfurt teve recuo de 0,65%. Paris perdeu 1,28%. Milão teve recuou de 0,86%. Na península ibérica, Lisboa e Madri tiveram alta de 1,67% e 1,20% respectivamente.

Nos Estados Unidos os mercados fecharam em queda com os investidores temendo os embargos à Rússia, o que gerou avanço nos preços do petróleo impactando as perspectivas de inflação e pressionando as treasuries de 10 anos. Adicionalmente, os anúncios dos membros do FED também contribuíram para a alta dos juros. O Dow Jones teve queda de 0,80%. O S&P 500 e Nasdaq perdem 1,26% e 2,26% respectivamente.

No Brasil o Ibovespa acompanhou seus pares globais fechando com queda de 1,97% cotado a 118.885 pontos e o dólar, com alta de 1,11% a R$ 4,659. Não obstante a alta do petróleo, a Petrobras (PETR4) teve perdas devido às incertezas de quem tomará o posto da companhia. Ademais, vimos rotação dentro dos setores com destaque para companhias de consumo não cíclico como foi o caso das ações de supermercados como Pão de Açúcar (PCAR3) e Carrefour (CRFB3). Os receios em torno dos lockdowns na china, podendo atrapalhar o crescimento do país penalizou as mineradoras o que também afetou negativamente o índice.

Para hoje (06/04)

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em queda devido ao PMI decepcionante do setor de serviços na China. O indicador saiu de 50,2 pontos e foi para 42 pontos em fevereiro e foi para 42 em março. Adicionalmente, os receios presentes nos mercados do ocidente também impactaram negativamente as bolsas do continente. Na China continental, o Xangai e Shenzhen ficaram no zero a zero. Taiwan perdeu 0,58% e Hong Kong perdeu 1,87%. No Japão, o Nikkei teve recuo de 1,58% e em Seul o Kospi cedeu 0,88%.

O minério de ferro em Singapura teve queda de -1,01% a US$ 161,40.

Nos Estados Unidos, os futuros abrem em queda com o aumento dos receios em relação à questão russa. Os investidores também ficarão atentos a Ata do FOMC. Ao passo em que os receios se elevam, os rendimentos das treasuries de 10 anos se elevam, o que certamente penalizará companhias do setor de tecnologia.

Na Europa, os mercados operam em queda sendo influenciados pelos receios inerentes relacionados à questão envolvendo Rússia e Ucrânia. A morte de cidadãos na cidade de Bucha, acabam por gerar mais sanções contra os russos. Adicionalmente, o Kremlin informou que não há avanço significativo nas negociações.

No Brasil, o mercado deve seguir os seus pares globais, dado o cenário de risco global. A alta do petróleo e as expectativas hawkish da Ata do FOMC devem gerar pressão nos DIs e no dólar, afetando setores cíclicos. Na agenda econômica, o IGP-DI teve avanço 2,37% sendo impactado pelo avanço de todos os subíndices, mas com destaque para o IPA que avançara 2,80%. O mercado também aguarda o Fluxo Cambial Estrangeiro.

No Corporativo, temos mais ruídos para Petrobras (PETR4; PETR3), com o cotado para presidência da estatal sendo suspeito de acesso indevido a dados fiscais.

A Weg (WEGE3) fechou parceria com JEEP, com um acordo que prevê o fornecimento de estações de recarga para o lançamento do Jeep Compass 4xe híbrido plug-in. Tal acordo é muito positivo para a companhia, evidenciando um bom potencial de ganho de receita para a empresa.

A Vale (VALE3) iniciou as obras de implantação da primeira planta comercial da Tecnored, em Marabá, no Estado do Pará, um importante passo para apresentar à cadeia siderurgia uma solução tecnológica viável para seus investimentos de descarbonização, evidenciando esforços na linha do ASG, o que é muito bom para a mineradora, dado que o setor em si já apresenta diversos riscos ambientais.

A operadora aérea Gol (GOLL4) registrou aumento de 46,5% na demanda (RPK) total por voos no primeiro trimestre deste ano. Já a oferta total (ASK) da companhia aumentou em 44,4%, resultando em uma taxa de ocupação de 81%, incremento de 1,1 ponto percentual.

A Moura Dubeux (MDNE3) registrou lançamentos de R$ 354 milhões em valor geral de vendas (VGV) líquido no primeiro trimestre de 2022 (1T22), crescimento de 292,5% na comparação com o trimestre de 2021. As vendas contratadas somaram R$ 426,5 milhões nos três primeiros meses do ano, um incremento de 58,6% frente às vendas do mesmo período de 2021.

Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917  

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