Mercados caem com piora na perspectiva econômica, internamente, mudança na Petrobras e mau-humor global afetará a Bolsa

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Na Europa, mais notícias positivas advindas da China foram, novamente, um dos percursores que fizeram os mercados europeus fecharem em alta, internamente, foi o índice de confiança dos empresários da Alemanha avançando acima do esperado (86,9 pontos) para 93 pontos.  De olho no FED e nas declarações de aperto monetário no continente, os bancos tiveram bom desempenho, ao passo em que as commodities contribuíram para o avanço das companhias de energia e materials. O Stoxx 600 teve alta 1,29%. Londres ganhou 1,67%. Paris teve ganho de 1,17%. Frankfurt avançara 1,38%. Na península ibéria, Madri e Lisboa tiveram avanço de 1,67% e 2,67% respectivamente.

Nos EUA, os mercados também tiveram bom desempenho com destaque para os bancos como JP Morgan Chase, Bank of America, Wells Fargo e Citigroup acompanhando a alta das Treasuries de 10 anos. Adicionalmente, a melhora do cenário externo com a reabertura de China também foi um fator positivo. Contudo, ainda é preciso ponderar que o cenário macroeconômico é desafiador para os países do norte do globo, conforme foi divulgado em um relatório em Davos com a avaliação de 47 economistas evidenciando que os EUA estão entre os países com maior expectativa de inflação. Entre os indicadores, o índice de atividade de Chicago subiu 0,47% ante expectativa de 0,50%. O Dow Jones teve alta de 1,98%. O S&P 500 e Nasdaq avançaram 1,86% e 1,59% respectivamente.

Hoje o dia vem sendo positivo para os mercados globais e o Brasil foi beneficiado pelos ventos positivos do exterior. Na China, a reabertura se ampliou fazendo com que as perspectivas de retomada da atividade econômica da segunda maior economia do mundo impulsionando o preço das comodities, fazendo com que as ações de companhias como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4; PETR3) impulsionassem o Ibovespa.

Ademais, bancos também foram destaques do pregão com perspectivas de que tais companhias pagarão bons dividendos. Apesar da queda nos DIs, a volta da alta das commodities gera receio inflacionário fazendo com que o setor imobiliário e saúde fosse um dos poucos setores prejudicados no dia. Assim, o Ibovespa teve alta de 1,71% a 110.346 pontos.

Para hoje (24/05)

Os mercados asiáticos fecharam em queda influenciados pela forte baixa nas ações do setor de tecnologia. No noticiário econômico, o PMI industrial subiu abaixo do esperado em 53,2 pontos e o núcleo da inflação anual no país subiu em 1,4%. Adicionalmente, a Toyota Motor disse nesta terça-feira que cortará a produção global em cerca de 100.000 a 850.000 em junho, devido à escassez de semicondutores gerando piora na perspectiva global para a produção mundial. O Shanghai teve queda de 2,41%. O Nikkei teve perda de 0,94%. O Hang Sang teve perda de 1,75% e o Kospi perdeu 1,57%.

O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 3,54%, a 830,50 iuanes, o equivalente a US$ 124,58.

Nos Estados Unidos, os futuros declinam influenciados pelo resultado ruim da Snapchat que passa a cair aproximadamente em 30% nos pre-market. Outro fator é o de que a economia em meio à queda da deterioração das tendências da macroeconomia. No dia, serão divulgados a prévia do PMI, Vendas de Casas Novas e discurso de Powell também ficarão no radar.  

As bolsas europeias seguem seus pares globais com as notícias ruins para o setor de tecnologia e a falta de semicondutores. Internamente, as prévias dos PMIs da Zona do Euro e do Reino Unido ficaram abaixo das expectativas.

O mau-humor global e a queda das commodities tende a afetar negativamente a bolsa brasileira. Adicionalmente, o político afetando o corporativo com a troca repentina de presidente da Petrobras (PETR4; PETR3), também gerará receios no mercado.  José Mauro Ferreira Coelho foi demitido após 40 dias no cargo e quem assume no lugar é Mário Paes de Andrade, que ocupava o cargo de secretário da Desburocratização, no Ministério da Economia. O principal receio do mercado em relação à mudança e a declarada insatisfação com o reajuste de preços da companhia. Além da demissão, Adolfo Sachsida, ministro de Minas e Energia, haverá mudanças no conselho da petroleira. O mercado enxerga tal evento como interferência direta na companhia, uma ingerência governamental, podendo gerar conflito entre interesses. As consequências são vistas no pre-market em Nova York, com as ADRs da companhia caindo mais de 11%.

Na agenda econômica, os investidores ficam atentos ao IPCA-15 fica no radar dos investidores, dando sinais referentes ao avanço dos preços no país. Na parte política, a votação do ICMS também fica no radar.

Dentre outras notícias corporativas temos a Embraer (EMBR3) a informar que tomou conhecimento da intenção da União de reduzir unilateralmente de 22 para 15 o número total de aeronaves dos contratos 002/DCTA-COPAC/2014 e 10/DCTA-COPAC/2014, firmados em 2014 entre a União, a Embraer e uma de suas subsidiárias. Não há previsão contratual de redução adicional.

A Ânima (ANIM3) anunciou a criação do seu primeiro Corporate Venture Capital (CVC), que terá a quantia de R$ 150 milhões destinada para investimentos ao longo dos próximos 10 anos em startups das mais variadas especialidades. O fundo de investimento Ânima Ventures deverá investir não somente em edtechs, mas também em startups de diferentes setores que permeiam o segmento de educação e buscam soluções ágeis transformacionais.

A CPFL informou a entrada em operação do empreendimento de Maracanaú. O empreendimento é composto pelas linhas de transmissão LT C-1 CE – CPFL Maracanaú e a nova Subestação Maracanaú II com potência de 450 MVA e tensão de 230/69 kV, a partir da obtenção do Termo de Liberação Definitivo emitido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para as instalações. Maracanaú é um empreendimento do lote 09, do leilão de transmissão nº 002/2018, realizado em junho de 2018, 100% controlado pela CPFL Geração. Maracanaú tem uma RAP de R$ 7,9 milhões para o ciclo 2022-2023.

Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917  

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