As principais bolsas do continente Europeu fecharam em alta na última sexta-feira (15), em meio ao apetite pelo risco devido aos balanços positivos nos EUA e indicadores econômicos acima do esperado. Dentro do velho continente, as exportações cresceram 0,3% em agosto e as importações, avançaram 1,6%, indicando aumento do consumo de bens importados por parte do bloco, culminando em um saldo da balança comercial de € 4,8 bilhões, ante expectativa de € 16,1 bilhões.
Os principais índices de Nova York tiveram avanço, refletindo o apetite pelo risco oriundo dos bons números dos balanços corporativos e dados acima do esperado das vendas no varejo. O indicador ampliado teve alta de 0,7% em setembro, contra as projeções de queda em 0,2%. A cotação nos preços do petróleo também contribuiu para o avanço dos índices estadunidenses. A commodity energética teve alta de 1,19% a US$ 82,28 no que diz respeito à sua referência cotada em Nova York. O Brent também teve avanço, de 1,02%, cotado a US$ 84,86.
No Brasil, não obstante o avanço dos juros e do dólar, em dia de vencimento de opções, o Principal Índice da B3 e outras referências de renda variável fecharam em alta, fortemente influenciados pelo setor financeiro como pode ser evidenciado pelo IFNC (índice de ativos ligados ao setor financeiro), fechando com alta 3,17% impactado pelos resultados de bancos no exterior.
Para hoje (18/10)
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em queda mediante aos dados aquém do esperado para o PIB e Produção Industrial. Mesmo que o Varejo tenha superado as perspectivas do mercado, os outros indicadores impactaram mais o desempenho dos ativos no continente.
O minério de ferro em Singapura teve recuo, redução de 0,33% cotado a US$ 123,55.
Na Europa, os mercados operam em queda seguindo os dados ruins da China. Adicionalmente, ontem (17) o diretor do Banco Central da Inglaterra afirmou que pode haver elevação de juros para conter a inflação, tendo em vista o choque dos preços de energia.
Os futuros em Nova York também operam em queda, seguindo o mesmo movimento das bolsas asiáticas e europeias. As Treasuries voltam para o patamar 1,60 contribuindo para queda dos futuros. Ao longo do dia os investidores ficarão atentos aos dados de atividade econômica.
No Brasil, o Relatório Focus do Bacen mais uma vez evidenciou alta da inflação, pela 28° vez seguida, agora ajustando o indicador para 8,69% para o fim do ano. O PIB teve revisão para baixo, saindo de 5,04% para 5,01%.
O Bacen fará oferta de 10.000 contratos de swap em leilão extra entre 9:30 e 9:40. Também haverá a oferta ainda 14.000 contratos de swap hoje para overhedge entre 10:30 e 10:40 e oferta até 15.000 contratos de swap para rolagem das 11:30 às 11:40.
Na política, o texto da PEC dos precatórios já está bem consolidado, deve ser aprovado na comissão especial nesta terça-feira e ir a plenário até quinta-feira, informou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressista). As discussões em torno do Auxílio Brasil também ficarão no radar dos agentes.
Assim, o mercado interno tende a seguir seus pares globais, podendo ter efeito adicional oriundo da agenda política.
Autor: Matheus Jaconeli