Os mercados europeus fecharam majoritariamente em alta após os pregões. Não obstante aos receios em torno da alta de juros nos Estados Unidos e os riscos advindos da continuidade da guerra na Ucrânia, alguns dados da Europa vieram dentro do esperado como a percepção econômica ZEW da Alemanha (-34,3 contra -42,0 exp.) e na Zona do Euro (29,5 contra -42 exp.). Londres teve alta de 0,57%. Frankfurt subiu 1,15%. Paris teve alta de 0,51%. Milão avançou 0,97%. Madri ficou estável e Lisboa teve ganho de 1,12%.
Nos Estados Unidos, os mercados fecharam mistos e com certa volatilidade com os investidores ponderando as perspectivas de alta de juros em meio aos comentários de membros do FED ao longo do dia aliada à cautela inerente aos dados de inflação que serão os divulgados amanhã. O Dow Jones teve queda de 0,26%. O S&P 500 e o Nasdaq tiveram alta de 0,25% e 0,98% respectivamente.
No Brasil, o Ibovespa fechou com queda de 0,14% a 103.110 pontos. A queda no minério de ferro mediante aos temores de que a economia Chinesa e, consequentemente, global tenham perdas por conta dos lockdowns afetaram Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4) e outras companhias do setor de mineração. Internamente, a Ata do Copom foi mais hawkish indicando que as condições financeiras estão se deteriorando, o que indica um cenário de um Bacen mais rígido e combate contra a inflação.
Para hoje (11/05)
Os mercados asiáticos fecharam em alta nessa madrugada. O anúncio de que oito distritos tiveram contenção do avanço do vírus em nível comunitário e redução das contaminações em Pequim contribuiu para o avanço dos papéis do continente. Quanto aos dados da agenda econômica, a inflação ao produtor na China teve alta anualizada de 8% contra expectativa de 7,7% o IPC avançou 201% ante projeções de 1,8%, evidenciando, principalmente pelo lado da oferta, dificuldades para a economia do país. Shanghai teve alta de 0,75%. O Nikkei ganhou 0,18%. Hong Kong ganhou 0,97% e, contrariando seus pares, Seul teve queda de 0,17%.
O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 5,32%, a 821,00 iuanes, o equivalente a US$ 122,15.
Antes da divulgação dos dados de inflação, tão aguardados pelo mercado, os rendimentos dos títulos de 10 anos cedem e os futuros das principais bolsas do país sobem. As expectativas de inflação anual saia de 8,5% para 8,1%. Outro dado importante é estoque de petróleo bruto que deve ter de 457 barris.
Na Europa, as bolsas sobem com os investidores aguardando os dados dos Estados Unidos. Internamente, a inflação alemã ficou dentro do esperado avançando 7,4%. e Lagarde disse que a alta de juros deverá subir após o APP (programa de recompra de ativos).
No Brasil, os investidores ficarão atentos aos números do IPCA, a expectativa é de que o desempenho mensal do indicador seja de alta de 1,00% em abril ante elevação de 1,62% no mês imediatamente anterior. A inflação nos EUA e como os rendimentos de 10 anos reagirão também vão mexer com o mercado.
Como fatores positivos, temos a recuperação das commodities e a melhora das perspectivas do Covid na China. A temporada de resultados corporativos continua com Agribrasil (GRAO3), Aliansce Sonae (ALSO3), Allpark Estapar (ALPK3), Banco do Brasil (BBAS3), Banco Pine (PINE4), Boa Vista (BOAS3), Braskem (BRKM5), Copel (CPLE6), D1000 (DMVF3), Dimed (PNVL3), Enjoei (ENJU3), Equatorial (EQTL3), Fras-Le (FRAS3), JBS (JBSS3), Lavvi (LAVV3), Light (LIGT3), Lojas Marisa (AMAR3), Mahle Metal Leve (LEVE3), Mater Dei (MATD3), Mills (MILS3), Minerva (BEEF3), Moura Dubeux (MDNE3), Multilaser (MLAS3), Positivo (POSI3), Profarma (PFRM3), RNI (RDNI3), Rossi (RSID3), Santos Brasil (STBP3), SLC Agrícola (SLCE3), SulaAmerica (SULA11), Tenda (TEND3), Ultrapar (UGPA3), Unifique (FIQE3) e Vittia (VITT3).
Ademais, no corporativo, a Petrobras (PETR3; PETR4) pagará dividendos complementares na próxima segunda-feira. Os proventos são referentes ao exercício de 2021, com base na posição acionária de 13/04/2022, conforme comunicado divulgado na mesma data. O valor por ação dos dividendos será corrigido pela taxa Selic de 31 de dezembro de 2021 até o dia 16 de maio de 2022, chegando ao valor total de R$ 2,97 por ação.
A Telefônica (VIVT3) lucrou R$ 750 milhões no 1º trimestre, queda de 20,4% na base anual. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 1,3% no 1T22, totalizando R$ 4,5 bilhões.
A Qualicorp (QUAL3) viu lucro líquido recuar 35,3% no 1º trimestre de 2022, para R$ 74 milhões. O Ebitda ajustado foi a R$ 252,8 milhões no trimestre analisado, o que representa uma queda de 9,2% em relação aos R$ 278,3 milhões do mesmo período de um ano atrás. A margem Ebitda recuou 2,9 pontos percentuais, para 50,3%.
A CVC (CVCB3) registrou prejuízo de R$ 166,8 milhões no 1º trimestre, alta de 104,7% na base anual. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi positivo em R$ 33,3 milhões no 1T22, ante resultado negativo de R$ 56,4 milhões.
Azul (AZUL4) registrou crescimento de 84,0% na demanda consolidada de passageiros (RPK) em abril na comparação com abril de 2021. A demanda subiu 30,9% nos quatro primeiros meses do ano. Já a oferta de assentos (ASK) aumentou 78,8% na mesma comparação. A taxa de ocupação subiu 2,3 pp, para 79,8%.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917