Mercados aguardam decisão do FED e internamente também há expectativa em relação ao IPCA-15

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As bolsas europeias se recuperaram da forte queda do dia anterior (24). Após perdas que passavam da casa dos 3%. Um dos fatores que contribuíram o bom desempenho foi a alta do petróleo, impactando positivamente, principalmente, a bolsa londrina, FTSE 100, com alta de 1,02%. Os bancos também subiram com as perspectivas de alta de juros. O economista chefe do BCE, Philip Lane, disse em entrevista que a autoridade monetária terá de agir caso a inflação da Zona do Euro permaneça acima dos 2%. Pelo lado da geopolítica, por mais que Putin diga que não tem intensão de invadir a Ucrânia, o cerco de manobras russas em torno do país e as tropas da Otan que estão nele continuou a deixar o mundo em alerta. Frankfurt teve alta de 0,75%. Paris subiu 0,74%. Milão ganhou 0,22%. Madri teve recuperação de 0,73%. Lisboa foi a única que fechou na direção contrária com queda de 0,38%.

Em Nova York as bolsas amargaram mais um dia de queda. A cautela dos investidores em relação à alta nos juros o que ficou traduzido no desempenho das treasuries de 10 anos, chegando próximo à casa do 1,80%. Assim, vimos um movimento de rotação entre setores, ao observar o S&P 500 e o Dow Jones, empresas dos seguimentos de energia financeiro e de materiais foram os destaques, tanto que o Dow Jones teve menor queda, 0,19%. Já os setores de consumo e tecnologia operaram em franca realização, fazendo com que o S&P 500 e o Nasdaq se desvalorizassem em 1,22% e 2,28% respectivamente.

Por aqui, o mercado contrariou as quedas de Nova York. A entrado do Brasil na OCDE e os anúncios da instituição afirmando que o Brasil está em estágios avançados de convergência com seus objetivos e visão. Tais afirmações e a confirmação do Brasil no órgão é positivo para a melhora da visão do país em relação à comunidade internacional, de modo que a notícia foi um dos fatores que contribuíram para a alta do Ibovespa de 2,35% aos 110.471,65 pontos. A alta nos preços das commodities também foi importante para o bom desempenho do principal índice da B3.

 Para hoje (26/01)

Os mercados asiáticos fecharam sem direção única nessa madrugada (26). Os investidores do continente estavam a ponderar a decisão de hoje por parte da autoridade monetária americana e o potencial conflito entre russos e ocidentais. Na China continental o Shenzhen teve valorização de 0,70% e o Xangai Composto, 0,66%. Hong Kong subiu 0,19% e Taiwan perdeu 0,15%. O japonês Nikkei e o índice sul-coreano perderam 0,44% e 0,41% respectivamente.

O minério de ferro em Qingdao teve alta de 0,08%, cotado a US$ 138,50.

As bolsas europeias sobem sem dados internos. Mesmo com o imbróglio entre ucrânios e russos no foco, o posicionamento mais hawkish do FED já está no preço e os investidores aguardam a decisão em relação às taxas de juros que devem continuar 0,25%. Entretanto, Jerome Powell pode dar mais detalhes da redução do balanço do BC americano.

Os futuros americanos seguem o mesmo ritmo dos mercados europeus. Adicionalmente, no país haverá a divulgação de dados do setor imobiliário e dos estoques de petróleo bruto.

No Brasil, mesmo que tom mais duro do FED ocorra, a possibilidade da inflação descendente por parte do IPCA-15 e a queda do dólar frente às moedas dos países emergentes pode contribuir para menor pressão à curva de juros.

O Bacen iniciará a rolagem integral de abril com oferta de até 15.000 swaps a partir das 11:30.

Na política, Sérgio Moro e Novo buscam aproximação ao passo em que TCU sugere pedir ao Coaf dados sobre honorários recebidos por Moro.

No PT, volta a discussão em torno do empresário Josué Gomes para a chapa com Lula.

Como nova sensação da internet, aparece Janones (Avante) como possível terceira via. Em dezembro segundo a pesquisa do Ipec, o candidato apareceu com a mesma intenção de votos de João Dória (PSDB).

Na agenda corporativa a BR Partners fixa preço em oferta de units a R$ 16,50 cada. O Bradesco cria vice-presidência de gestão de risco e reorganiza diretoria. A MRV aprova emissão de R$ 700 mi em debêntures simples.

Autor: Matheus Jaconeli

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