Mercado local vai na contramão dos mercados globais e cede aos riscos fiscais

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Os mercados europeus fecharam majoritariamente em queda no pregão de ontem (18).  Os dados ruins de China, os números aquém do esperado da produção industrial americana e o anúncio austero do banqueiro central britânico, contribuíram para continuação das quedas evidenciadas durante a manhã. 

Os principais índices de Nova York tiveram recuperação ao longo do dia, com a melhora do S&P 500 e o Nasdaq, com os investidores ignorando as altas nos rendimentos das Treasuries. Os dados de atividade econômica foram ruins, refletindo os problemas da cadeia de suprimento. A produção industrial teve queda de 1,3% em setembro na perspectiva anual, contra a expectativa 0,2%.  No mês houve queda de 0,7% contra expectativa 0,1%.


O principal índice da B3 fechou em queda. Mesmo com a recuperação em Nova York, os investidores brasileiros tiveram certo receio com as condições internas, principalmente no que diz respeito às discussões internas quanto ao auxílio emergencial e à PEC dos precatórios, ampliando os receios fiscais como pode ser visto no comportamento dos juros.

Para hoje (19/10)

Os mercados asiáticos tiveram um dia de recuperação, repercutindo o bom desempenho do setor de tecnologia nos Estados Unidos. Na geopolítica, o lançamento de um míssil balístico oriundo da Coreia do Norte aumentou a atenção dos governantes da Coreia do Sul e do Japão.

O minério de ferro em Singapura teve recuo de 0,12%, cotado a US$ 123,50.

Na Europa, os mercados operam majoritariamente em alta, seguindo o bom-humor global e repercutindo no desempenho das bolsas americanas de ontem (18), embora o leilão para nov/21, a Gazprom ofertou 30,0 milhões m³/dia, bem abaixo da capacidade máxima de 86,5 milhões.

Os futuros dos principais índices americanos sobem junto com a continuação da temporada de balanços. A alta também está relacionada aos anúncios do senador Democrata Joe Manchin em relação ao estímulo fiscal também ajuda os mercados.

No Brasil, indo na contramão dos mercados globais, mini índice do Ibovespa opera em forte queda, com cenário político negativo. A PEC dos precatórios, a reforma do IR e a nova proposta de auxílio de R$ 400,00 até o fim de 2022 geram risco ao mercado, trazendo perspectivas de rompimento do Teto de Gastos.

O Bacen ofertará 15.000 000 contratos de swap para rolagem e o Tesouro fará oferta de NTN-Bs para 2026, 2030 e 2055.

Ao longo do dia, o fiscal continuará afetando o mercado, podendo afetar especialmente os ativos mais cíclicos como consumo e imobiliário.

Autor: Matheus Jaconeli

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