Mais uma vez, as bolsas globais fecharam sem direção única, a Europa levou em consideração os dados do PMI industrial, enquanto os mercados nos Estados Unidos e no Brasil levaram em conta os problemas em relação à atividade econômica, o risco de covid-19 e o fiscal.
Conforme os depoimentos dos membros do FOMC e Jerome Powell afirmando que são necessários mais estímulos fiscais, democratas e republicanos ainda não encontram um consenso quanto as medidas a serem tomadas.
Além disso, Donald Trump disse que existe a possibilidade de as eleições serem decididas na justiça gerando aumento do risco político, afetando os mercados.
A exemplo da Europa, o número de casos de infectados pelo covid-19, também acabou afetando o mercado. A Nasdaq, teve queda de 3,02%. O S&P 500, teve perdas de 2,37% e o Dow Jones, fechou com realização de 1,92%.
Os dados do PMI para a indústria divulgados pela a consultoria britânica IHS Markit, animaram os mercados do velho continente, a despeito do aumento do covid-19 na Espanha, França e Reino Unido.
No entanto, os PMI’s do setor de serviços para todos os países ficaram aquém do esperado. Além disso, o setor é mais sensível em relação ao possível aumento de Lockdown.
Apesar das bolsas fecharem em alta, Nova York acabou por limitar os ganhos do continente, juntamente com o anúncio de Christine Lagarde mostrar incerteza após os estímulos advindos da política fiscal.
Na contramão, Londres não fechou em suas mínimas, com o Tesouro a informar que tomará medidas de proteção aos trabalhadores britânicos, o que pode sustentar a demanda durante novas medidas de isolamento social.
Londres, teve ganhos de 1,20%, seguido de Paris, com elevação de 0,62%. Frankfurt e Milão, tiveram valorização de 0,39% e 0,18% respectivamente. Madri, fechou próxima do zero a zero, com elevação de 0,08%.
O Brasil, foi fortemente influenciado por Nova York e pelo risco externo fazendo os ativos nacionais caírem. Tendo em vista o clima arriscado no exterior e no país, mediante as incertezas quanto às contas públicas e alguns números da economia como a inflação de alimentos e números elevados de desemprego, levaram os investidores a colocarem o lucro no bolso.
A elevação nos preços de alimentos faz com que a renda destinada ao consumo autônomo, isto é, o consumo menos sensível em relação à variação nos preços, aumente, nesse caso entram gastos com alimentação, por exemplo, e o consumo com outros itens acabam caindo. Além disso, ações de frigoríficos e de empresas ligadas à commodities agrícolas também tiveram queda, haja vista o aumento dos custos para os produtores.
Apesar das altas no petróleo, a Petrobras caiu com a decisão do STF em relação à venda dos ativos da companhia. Como a empresa têm forte peso no Ibovespa, acabou influenciando o principal índice da B3.
O Ibovespa teve queda 1,60%, fechando próximo da mínima em 95.734,82 pontos e o dólar, devido ao aumento do risco, teve elevação de 2,18%, cotado a R$ 5,59.
Os contratos futuros do petróleo fecharam o dia em alta, impulsionados pela diminuição nos estoques em solo americano com queda de 1,639 milhões de barris na semana passada, ante expectativa de recuo de 1,4 milhão de barris.
O WTI para novembro, teve elevação de 0,33%, cotado a US$ 39,93 por barril. O Brent, também para novembro, se valorizou em 0,12%, finalizando a sessão a US$ 41,77.
Estados Unidos: Mercado Imobiliário, Powell, Munichn e Pedidos por Seguro-Desemprego
Nos EUA, como ocorre toda quinta-feira, o Departament of Labor divulgará os pedidos iniciais por seguro-desemprego. Haja vista que o número de pessoas a demandar pelo benefício não vem evidenciando queda considerável ao longo das semanas, destacando que o mercado de trabalho americano ainda não se recuperou da crise, os agentes esperam leve queda no indicador. A expectativa é de 843 mil pedidos, ante 860 mil da semana imediatamente anterior.
Quanto ao mercado Imobiliário, a associação de corretores dos EUA, publicará a venda de novas casas durante o mês de agosto. Uma vez que os estímulos a economia não ocorrem por conta dos ruídos políticos entre democratas e republicanos, mesmo que Powell veja melhora no cenário para a economia americana, os agentes se mostram cautelosos no que diz respeito ao comprometimento de renda durante o mês de agosto.
Assim, os agentes projetam 1,0% na venda de novas casas, contra o avanço de 13,2% em julho. Os formuladores de política econômica, Jerome Powell e Steven Munichn darão novos depoimentos, para informar a situação da economia e quais devem ser os passos tomados para contribuir com a recuperação da economia do país.
Europa: BCE, indicadores IFO na Alemanha. BoE e indicadores de tendência no Reino Unido
Após a divulgação dos PMI, o BCE (Banco Central Europeu), trará informações importantes quanto a política monetária do bloco. O relatório mensal da instituição traz consigo um conjunto importante de informações, que servem como subsídio para que os agentes criem suas expectativas. Além disso, o Banco divulgará o montante liberado para operações de financiamento de longo prazo, a evidenciar os caminhos da política monetária para o grupo.
O relatório mensal da instituição traz consigo um conjunto importante de informações que servem como subsídio para que os agentes criem suas expectativas. Além disso, o Banco divulgará o montante liberado para operações de financiamento de longo prazo, a evidenciar os caminhos da política monetária para o grupo.
Na Alemanha, ocorre a divulgação os indicadores do instituto IFO, a mostrar as expectativas e o clima de negócios com base em uma pesquisa realizada com aproximadamente 7.000 companhias.
Para o mês de setembro, as expectativas para todos os indicadores são positivas, com vistas para a recuperação da economia alemão está voltando a se recuperar e os casos de covid-19 estão controlados em comparação a países como Espanha e França.
Para as expectativas de negócios, espera-se leve melhora, com o indicador saindo de 97,5 pontos e podendo atingir 98. A avaliação da situação atual, tende a registrar maior elevação segundo as expectativas dos agentes, saindo de 87,9 pontos para 89,5.
Por fim, o Indicador de Clima, segundo o mercado, pode atingir 93,8 pontos, ante 92,6 em agosto. No Reino Unido, o CBI (Confederação da Indústria Britânica), divulgará seus indicadores de tendência da indústria e para o setor de varejo e distribuição.
Como o Reino Unido apresentou leve melhora nas condições econômicas em agosto, os agentes acreditam que a indústria possa ter melhora, saindo de -46 pontos e passando para -35.
Já o setor de varejo e distribuição tende a ter piora de 4 pontos, saindo de -6 para -10 em agosto, evidenciando que muitas famílias acabaram por optar por destinar mais renda para a poupança precaucional, em detrimento do consumo.
Apesar da melhora em alguns indicadores, olhando para frente, os próximos indicadores podem evidenciar possível queda. Em conclusão, o governador do BoE fará um novo pronunciamento, mostrando quais são as percepções da entidade monetária, quanto a economia e seus próximos passos para tentar estimular a economia em meio à crise e a possível segunda onda.
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