A terça-feira (07), foi marcada por uma queda em todas as bolsas globais, mediante ao aumento de 1,8% dos casos de covid-19 nos Estados Unidos e avanço de 0,6% no número de mortes, com destaques para Flórida, Arizona e Califórnia.
Além disso, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou um relatório informando que as economias desenvolvidas não voltarão para o estado que em que estava antes da crise até 2022.
Tais informações geraram expectativas negativas nos agentes, ofuscando os esforços de empresas buscando uma nova solução para a covid-19, como a Regeneron que assinou um contrato para criação de coquetel ou o anúncio de estímulos econômicos.
O S&P 500 teve retração de 1,04%. A Nasdaq caiu 0,86% e o Dow Jones teve retração de 0,51%.
O VIX, mediante ao ressurgimento das incertezas, teve elevação de 5,05%.
Na Europa, os dados da indústria alemã foram aquém do esperado de 10%, registrando 7,8% de elevação no mês de maio. Assim, levando mau humor para os mercados europeus, a evidenciar fortes impactos em uma das principais economias do ocidente.
Além disso, a Comissão Europeia reduziu a expectativa de crescimento para economia da Zona do Euro em 1 ponto percentual, para retração de 8,7% para o ano de 2020.
Os agentes também ficaram de olho no aumento dos casos de covid-19 nos Estados Unidos, também foi um fator importante na decisão dos investidores.
Londres caiu 1,53%. Madrid teve retração de 1,44%. Frankfurt e Paris perderam 0,92% e 0,74% respectivamente. Milão teve queda de 0,10%, muito próximo da estabilidade.
No Brasil, os investidores seguiram foram impactados pelo exterior. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro testou positivo para o covid-19, o que também levou certa negatividade para o mercado. Todavia, o presidente informou que está bem, tentando amenizar a situação.
O presidente do banco central, Roberto Campos Neto, informou que a economia brasileira pode retornar o mais rápido que o esperado, apesar dos percalços decorrentes da pandemia, e que ainda há espaço residual para a flexibilização monetária.
No cenário político, Rodrigo Maio disse que CPMF não passarão, também citou o fim das taxas de juros para o cartão de crédito e cheque especial e sobre o aumento da tributação aos bancos.
O Ibovespa teve queda de 1,19%, aos 97.761 pontos. O dólar subiu 0,63%, cotado a R$ 5,38.
Em um dia com grandes receios em relação à segunda onda de covid-19, impactando na demanda por petróleo, a commodity fechou o pregão em queda, porém próximo da estabilidade.
O Brent caiu 0,05%, cotado US$ 43,08 e o WTI perdeu 0,02%, a US$ 40,62.
Estados Unidos: mercado hipotecário e petróleo
Começando pelos dados do setor hipotecário, a Associação de Bancos Hipotecários (MBA em inglês), divulgará os índices de pedidos pro Hipotecas e o Índice do Mercado Hipotecário.
O pedido por hipotecas evidencia o quanto a demanda por hipotecas está aquecida em uma perspectiva semanal, evidenciando a força compradora do mercado ao longo do tempo.
Como o indicador é semanal, é possível ter uma boa percepção do comportamento dos agentes e espera-se que o indicador tenha melhora, conforme o que estava a ocorrer nas semanas anteriores. Todavia, os receios em relação à possível segunda onda de covid-19 podem fazer com que o indicador continue no negativo.
Já o Índice do Mercado de Hipotecas é um indicador mais abrangente, levando em conta as perspectivas para o mercado como um todo.
O indicador, também semanal, estava a revelar melhora. Contudo, as perspectivas da possiblidade de uma nova onda de covid-19, fez com o indicador começasse ater leve retração.
No mercado de petróleo, os esforços para buscar o equilíbrio pelo lado da oferta, o mercado espera que os estoques de petróleo bruto continuem a se reduzir, porém em quantias menores, com expectativa de redução de 3.114 milhões de barris, ante diminuição de 7.195 milhões de barris na semana anterior.
Por outro lado, o estoque de petróleo em Cushing, Oklahoma, tem expectativa de aumento, por conta dos ininterruptos cortes na produção.
Europa: Relatório da Comissão Europeia e anúncios do BCE
Na Europa, a Comissão Europeia divulgará o seu relatório de projeções econômicas para a União Europeia.
Tal qual o relatório da OCDE, divulgado ontem (07), o documento informará as perspectivas econômicas por parte dos formuladores de política e poderão impactar as principais bolsas europeias.
Por parte do BCE, o vice-presidente da instituição, Luis de Guindos, fará anúncios em relação à economia e os rumos da política monetária.
Brasil: varejo e IGP-DI
Quanto ao setor de varejo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará as vendas do setor para o mês de maio.
Apesar da melhora em esperada para o mercado, os esforços com o objetivo de conter a pandemia do novo coronavírus no país geraram forte impacto no comércio, tanto pelo lado da demanda por conta da queda nos empregos, quanto pelo lado oferta, com a impossibilidade de abertura do comércio.
Apesar dos ganhos em e-commerce, boa parte dos comerciantes, no caso os pequenos e médio empresários, não conseguiram se adaptar ao momento de adversidade, fazendo que os dados negativos sejam inevitáveis.
A esperança é de que o indicador saia de -16,8% em abril, para -12% em maio. No entanto, como alguns indicadores antecedentes surpreenderam positivamente, existe a possibilidade de números acima do esperado para o indicador.
A FGV divulgará o IGP-DI, abrangendo os preços do setor atacadista, com 60% do de sua composição, o IPC, que se refere ao índice de preços ao consumidor, o que equivale a 30% e o INCC, relacionado à construção civil, compondo 10% do indicador.
Por sua abrangência, o indicador é importante para que os agentes façam suas projeções e tenham a percepção do comportamento dos preços no país.
Após alta acima do esperado em 1,07% no mês de maio, ocasionado pelo preço dos alimentos e do petróleo, os agentes esperam que ocorra aceleração de 0,34% no indicador de junho. Contudo, assim como no varejo, o indicador pode trazer números maiores, por conta de dados acima do esperado de atividade econômica para o país como o PMI e a produção industrial.
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