A semana começou positiva para os mercados financeiros nas Américas, com a expectativa de retomada econômica advinda da reabertura nos Estados Unidos e nos demais países desenvolvidos. A queda na Europa não passou de uma realização dos lucros da semana passada, com os agentes de olho nas perspectivas que serão divulgadas pelo FED e pela OCDE em relação ao nível de atividade econômica no pós pandemia.
Nos Estados Unidos, os números positivos em relação ao covid-19, com apenas 1,2% dos nova-yorkinos a serem contaminados de acordo com os testes realizados no domingo, gerou esperança em relação ao fim dos antigos elevados níveis de contaminação no país.
Assim, o rali Wall Street foi liderado pelo Dow Jones, com avanço de 1,70%, o S&P 500 subiu 1,20% e a Nasdaq ganhou 1,13%.
Na Europa, apesar da expectativa positiva em relação à reabertura e o ministro do trabalho francês anunciar que a economia já opera com 80% da capacidade, não foram suficientes para conter a cautela dos investidores no velho continente.
Madrid e Milão tiveram elevação de 0,30% e 0,22% respectivamente. Paris, Frankfurt e Londres tiveram realização de 0,43%, 0,22% e 0,18% respectivamente.
No Brasil, os ganhos foram de alta, seguindo as expectativas em torno do retorno das economias do primeiro mundo gerou aumento do apetite pelo risco, fazendo com que os agentes investissem em ações cíclicas como as ligadas ao setor de aviação e viagens.
Todavia, apesar de não gerar preço, com os agentes olhando para o exterior e a retomada da economia, a questão política continua trazendo problemas para o país. Os julgamentos no STE e no STF continuam a ser os fatores principais do risco político para o país.
Assim, o Ibovespa teve aumento de 3,18%, alcançando os 97.644 pontos. Com o aumento da demanda por reais, com os agentes buscando risco, o dólar comercial, teve baixa de 2,66%, cotado a R$ 4,85.
O petróleo teve baixa com as incertezas quanto ao compromisso dos membros da OPEP, apesar da extensão do acordo que mantêm os cortes na produção da commodity. Os Sauditas disseram que não continuarão com os cortes voluntários e os iraquianos não estão cumprindo o acordo proposto pelo cartel.
Assim, o petróleo Brent teve queda de 3,54%, cotado a US$ 40,80 e o WTI fechou com retração de 3,43%, fechando o pregão a US$ 38,19.
EUA: atacado, varejo, mercado de trabalho e expectativas dos agentes
Hoje (09), a agenda econômica dos Estados Unidos tem dados importantes no que diz respeito ao atacado, varejo, mercado de trabalho e expectativas dose agentes.
Começando pelo atacado, o US Sensus Bureau divulgará os dados referentes às vendas e estoques por atacado para o mês de abril. O indicador referente ao atacado é importante porque, de forma indireta, mostra o quanto a demanda está evoluindo, pois caso o indicador tenha elevação, os consumidores estão consumir menos. No caso das vendas, um aumento é positivo, haja vista que maiores vendas ao setor atacadista mostram que há estímulo para aquisição de bens e serviços produzidos por eles.
Como os dados são referentes ao mês de abril, quando a crise advinda do covid-19 ainda escalava fortemente em solo americano, as expectativas ainda não são positivas. O mercado espera que os estoques saiam de retração de 0,8% para aceleração de 0,4% e, para as vendas, espera-se queda 4,0%.
Ainda pensando na demanda dos agentes a agência Redbook Inc. divulgará o relatório mensal de vendas no varejo, sendo um importante indicador, pois leva em conta 9.000 lojas de grandes empresas em sua análise.
Há expectativa de elevação no índice, por conta da esperança em torno da reabertura econômica do país e, além disso, da retomada econômica endossada pelos dados e emprego da semana passada.
Falando em mercado de trabalho, o Bureau of Labor Statistics divulgará mais dados completando ainda mais os dados de emprego, as ofertas de empregos JOLT’s.
O dado mostra a quantidade de vagas estão a ser ofertadas nos Estados Unidos complementando as informações referentes ao mercado de trabalho, a evidenciar o quanto a economia americana está a se recuperar.
Os agentes esperam que sejam ofertadas 6.769 milhões de vagas sejam criadas no país, o que significa uma elevação de aproximadamente 9% em relação à última observação.
No que diz respeito às expectativas dos agentes, a Federação Nacional de Negócios Independentes (National Federation of Independent Business) divulgará o índice de otimismo entre pequenas empresas.
Apesar do retorno da economia, a expectativa para o indicador é de retração com queda de 5,30%.
Isso ocorre pelo fato de que as pequenas empresas terem sofrido muito mais com os efeitos das medidas de restrição social, uma vez que as pequenas empresas possuem menos caixa para suportar o momento econômico.
Europa: contas externas da Alemanha, emprego e PIB na Zona do Euro
A agência Destats divulgará dados referentes às contas externas na Alemanha para o mês de abril. Tendo em vista a diminuição do volume de comércio e retração na renda da economia global e da própria Alemanha, faz com que os dados de comércio exterior tenham queda, ainda mais que o mês de abril ainda era crítico nos países desenvolvidos. Isso faz com que as importações tenham queda de 16,0% contra 5,1% registrado no mês anterior.
Já as exportações, tendo em vista a queda na renda dos demais países, elas podem continuar a retrair fortemente, saindo de -11,8% e alcançando -15,6% no mês de abril.
Com tais quedas o esperado é que a balança comercial (exportações menos importações) tenha queda de 21,78%, saindo de € 12,8 bilhões para € 10 bilhões.
Para Zona do Euro, a agência de pesquisa econômica Eurostats divulgará dados referentes ao mercado de trabalho e atividade econômica.
Começando pelos dados do mercado de trabalho, há esperança de manutenção nas taxas de desemprego tanto na perspectiva trimestral como na perspectiva anual, evidenciando cautela dos agentes e, de certa forma, estagnação da economia europeia no primeiro trimestre do ano.
Assim, espera-se que trimestralmente a variação do emprego continue com números negativos em -0,2%, e no ano avançando de forma muito sensível em 0,3%.
Quanto aos dados de atividade, por conta da força da pandemia do covid-19, principalmente países como Espanha, Itália e a paralização de importantes economias como a da Alemanha, o mercado espera que ocorram nova queda no PIB para o trimestre.
Na perspectiva anual, os agentes esperam queda de 3,2% na atividade econômica e para o ano, queda de 3,8%.
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