Nos Estados Unidos, os números dos pedidos iniciais por seguro desemprego passaram de 3,28 milhões, na semana encerrada no dia 20, para 6,648 milhões na semana passada, ficando muito acima do esperado.
O motivo do ânimo para os mercados, foram as expectativas em torno de uma possível resolução do conflito comercial no mercado de petróleo entre russos e sauditas. O presidente dos Estados Unidos, informou em suas redes sociais, que o príncipe da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman conversou com Vladmir Putin e o governante americano que os dois membros da OPEP+ reduziriam consideravelmente a produção da commodity.
Sendo assim, os preços do petróleo subiram e impactaram positivamente os mercados americanos, por conta do impulso dado às empresas desse segmento.
Assim, o Dow Jones fechou em 2,24%. O S&P 500, teve ganhos de 2,28% e a Nasdaq subiu 1,72%.
O petróleo foi negociado com ganhos históricos. O Barril Brent teve avanço de 21,02%, fechando o dia cotado US$ 29,94 e o petróleo WTI fechou a sessão subindo em 24,67%, cotado a US$ 25,32.
Com o ânimo no mercado, o VIX, registrou queda de 10,78%, alcançando 50,91 pontos.
No Brasil, a alta ocorreu por conta da melhora nas expectativas dos agentes em relação ao mercado de petróleo, impulsionando a bolsa brasileira. Assim, aumentando o apetite pelo risco dos investidores, elevando os preços de muitos ativos do principal índice da B3.
Desse modo, o Ibovespa fechou o dia com ganhos de 1,81%, sendo cotados a 72.253,46. O dólar fechou o dia cotado a R$ 5,2662, avançando sensivelmente em 0,06%.
No velho continente, as principais bolsas encerraram o dia em alta. Ademais a forte oscilação, a ponto de operarem no negativo por conta dos dados vindos dos Estados Unidos e no avanço do novo coronavírus, o fechamento foi positivo devido o avanço nos preços do petróleo e o ânimo nas bolsas americanas.
Milão, registrou avanço de 1,75%, Londres se elevou em 0,47%, Paris teve ganhos de 0,33%. Frankfurt, acumulou ganhos singelos de 0,27% e Madrid, com o agravamento no avanço da pandemia, a ponto da Catalunha pedir auxílio militar para o governo madrileno, tendo queda de 0,08%.
EUA: Desemprego, PMI e dados de petróleo
Após a forte elevação nos pedidos iniciais por seguro desemprego, a evidenciar um impacto mais profundo que o esperado no mercado de trabalho, o Departament of Labor anunciará hoje (03), o relatório de payroll do setor não agrícola e mais dados referentes a falta de empregabilidade.
A esperança do mercado em relação ao relatório de emprego (payroll), é negativa. Tendo em vista o avanço do número de óbitos e infectados por conta do covid-19, somado ao fortalecimento das políticas de controle social para conter o avanço da pandemia nos Estados Unidos, muitos postos de trabalho são destruídos, aumentado o desemprego.
A perspectiva do mercado é de que 100 mil vagas foram destruídas durante o mês de março, contra a criação de 273 mil novos postos de trabalho em fevereiro para o setor não agrícola.
Quanto ao dado referente ao setor privado, os especialistas consultados pela Bloomberg, estimam que serão destruídas 163 mil vagas em março, contra as 228 mil vagas geradas em fevereiro.
Porém, as expectativas em relação a taxa de desemprego subiram, com o mercado a projetar elevação de 3 pontos percentuais no nível de desemprego anual, de 3,5% para 3,8%.
Hoje (03), para os EUA, também haverá dados de PMI por parte da agência Markit e do instituto ISM divulgarão os PMI’s compostos, de serviços e não manufaturados.
No que diz respeito ao PMI composto e de serviços divulgados pela agência Markit, espera-se manutenção no nível dos indicadores por parte do mercado. Para o PMI composto, espera-se 40,5 pontos e para o setor de serviços, 39,1.
A expectativa para setor de serviços medidos pelo instituto ISM é de manutenção, mantendo-se em 39,1 pontos. A instituição também divulgará o PMI da indústria não manufatureira, a projeção é de queda, alcançando 44 pontos em março, contra 57,3 pontos. Além disso, o instituto também divulga um indicador de emprego, o qual também deve apresentar diminuição por conta da fraca atividade econômica decorrente do covid-19.
A empresa Baker Hughes divulgará a contagem de sondas de perfuração de petróleo ativas nos EUA. O indicador é importante por ser de atividade da indústria petroleira semanalmente. A tendência é que ocorra queda no número de sondas, tendo em vista a diminuição da demanda pela commodity.
Europa: PMI e varejo
Na Europa, os principais dados de hoje (03), serão os PMI’s da Alemanha e Zona do Euro. As expectativas do mercado para o indicador mais importante da economia Europeia, ainda são negativas, tendo em vista que o índice já estava em valores recessivos por conta dos impactos advindos do novo coronavírus.
Contudo, não deve ocorrer muita variação, sendo que a projeção é de que o PMI composto saía de 34,5 pontos registrados em fevereiro e vá para 34,3 no mês de março. Para o PMI de serviços, dado que o setor é mais sensível quando comparado com a indústria, o índice deve sair de 37,2 para 36,8.
Na Zona do Euro, a situação é mais agravante. Levando em conta que o indicador para o bloco engloba economias mais frágeis e impactadas pela pandemia como Itália e Espanha, o índice apresenta números ainda piores.
Para o PMI de serviços, espera-se que o resultado de março seja igual ao de fevereiro, alcançando os 28,4 pontos. Da mesma forma ocorre com o PMI composto, segundo as projeções do mercado, o dado deve chegar aos 31,4 pontos.
Quanto ao setor varejista, a agência de estatísticas da Zona do Euro, Eurostat, divulgará o os dados referentes a fevereiro.
Na comparação mês a mês, as vendas do varejo devem subir apenas 0,1%, contra 0,6% em janeiro. Porém em relação a anual, a expectativa é de que o índice continuará acelerando 1,7%.
Apesar da expectativa para o indicador ser negativa, não será surpresa os dados com queda mais acentuada, visto que os efeitos advindos do covid-19, afetaram a renda. Como o consumo depende da renda, a demanda pelas vendas no varejo, tendem a cair.
Brasil: Receita e PMI’s
Será divulgada a receita tributária para o mês de fevereiro, sendo uma prévia dos dados das contas públicas.
A eficiência do recolhimento de tributos depende da renda, pois os tributos são incididos sob a renda das famílias e das firmas.
Com a retração econômica, a renda de tais agentes diminui, interrompendo os avanços recentes no que diz respeito à melhora das contas públicas.
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