Na chamada “superquarta”, como o mercado gosta de se referir por conta da dupla decisão de taxa de juros por parte do FED e do Bacen, fecharam o dia sem direção única, digerindo o anúncio de Jerome Powell.
Nos Estados Unidos, o dia começou em alta aguardando o anúncio de Powell, mas ao longo do dia a volatilidade passou a tomar conta dos mercados.
Apesar das perspectivas positivas por parte da instituição, aumentando a projeção para a taxa de crescimento do PIB americano e para inflação, além de considerar uma taxa de desemprego mais baixa para o fim do ano, a instituição demostrou uma postura mais hawkish do que se esperava. Pois o presidente do banco disse que pode mexer nos juros, caso veja a inflação sensivelmente acima da de 2%.
Apesar das perspectivas de melhora, a economia americana continuará precisando de estímulos fiscais, devido ao forte impacto da crise, os níveis elevados de desemprego e recuperação um pouco mais lenta de alguns setores.
O mercado de tecnologia foi impactado durante o pregão com a Comissão Federal do Comércio podendo apresentar um projeto antitruste contra o Facebook.
O Dow Jones, teve alta de 0,13%. O S&P 500, perdeu 0,46% e a Nasdaq, teve retração de 1,25%. Os principais índices europeus fecharam o dia em alta, com exceção da bolsa londrina.
Devido às expectativas de projeções positivas quanto à economia por parte do FED e com a OCDE, melhorando suas perspectivas para o crescimento da economia mundial, apesar da instituição enxergar uma possibilidade de vacina apenas em 2021.
Madri, subiu 1,06%. Frankfurt, ganhou 0,29%. Paris, teve alta de 0,13%. Milão ficou próximo do zero a zero em +0,04% e Londres perdeu 0,44%.
No Brasil, as indecisões mediante à política de renda por parte do governo federal que, na terça-feira (15) informou que não haverá mais o programa Renda Brasil e, ontem (16), houve pronunciamento de que um novo programa passará a existir, levou indecisão à bolsa brasileira fazendo o mercado ficar de lado.
Além disso, apesar do tom relativamente positivo do FED, os agentes aumentaram a cautela aguardando a decisão do Bacen.
Por fim, já após o pregão, a autoridade monetária brasileira divulgou o seu comunicado à imprensa, mantendo a taxa de juros em 2,00%. Apesar da melhora nas projeções para a queda do PIB, a recuperação é heterogênea e a demanda agregada está a ser sustentada pelo benefício emergencial que acaba por ser uma espada de dois gumes, pois também gera aumento dos riscos em relação às contas públicas.
O Banco Central se mostrou preocupado com a questão fiscal, assim não prevê aumento de taxa de juros, também pelo fato do hiato do produto estar elevado e quanto a cortes, ao menos em 2020, dificilmente ocorrerá. O Ibovespa teve queda de 0,62%, a 99.675,68 e o dólar perdeu 0,92%, a R$ 5,24.
O mercado de petróleo subiu fortemente nessa quarta-feira (16), mediante a queda nos estoques de petróleo nos Estados Unidos e com o FED melhorando suas expectativas para a economia americana.
O WTI teve alta de 4,91%, a US$ 40,16 e o Brent, também subiu forte, a avançar 4,17% a US$ 41,69.
Hoje (17), começando pelo mercado imobiliário, o Census Bureau publicará as licenças de construção para o mês de agosto. O indicador é importante para o setor, pois evidencia a condição do mercado imobiliário nos Estados Unidos. Além disso, também mostra quanto o setor de construção está a avançar após os principais choques do covid-19.
Como a construção possui sinergias importantes com outros da economia, o indicador acaba contribuindo para a formação de expectativas em relação à atividade econômica.
A expectativa do mercado é de que as licenças subam levemente, saindo de 1,483 milhões em julho para 1,520 milhões em agosto. A melhora nas expectativas se deve a alguns dados antecedentes.
Todavia, as construções de novas casas têm tendência de leve queda, saindo de 1,496 milhões em julho para 1,478 milhões em agosto.
Quanto ao mercado de trabalho, o Departament of Labor, como ocorre em toda quinta-feira, publicará os dados de pedidos por seguro desemprego.
A expiração dos benefícios concedidos aos americanos, fazendo com que o consumo americano caia, grande motor da economia americana, pode sinalizar uma recuperação mais lenta da economia.
Como a atividade econômica pode demorar mais que o esperado para se recuperar, os pedidos por seguro desemprego podem seguir o mesmo caminho, conforme está sendo mostrado nas últimas semanas. As expectativas do mercado são de leve queda na demanda pelo seguro, saindo de 884 mil para 850 mil pedidos.
O FED da Filadélfia disponibilizará o seu relatório de atividade industrial para a região, já com as perspectivas de setembro.
Apesar dos sinais de recuperação da economia americana, a perspectiva de elevação um pouco mais lenta, faz com que os agentes e a necessidade de estímulos, ficarem abaixo do esperado, os agentes consideram menor atividade para a região em suas expectativas. Espera-se que o indicador saia de 17,2 pontos em agosto, para 15, em setembro.
Na Europa, após a decisão do FED e do Bacen, o BoE (Bank of England) também definirá sua taxa de juros, além de divulgar seu comunicado em relação as expectativas econômicas.
Apesar de na última reunião o diretor do banco informar que não fará mudanças nas taxas de juros. Todavia, os últimos dados de atividade econômica para região, podem fazer os formuladores de política econômica levarem em conta medidas de estímulo.
No entanto, as expectativas do mercado, vão de acordo com Andrew Bailey em seu último pronunciamento, com a flexibilização de ainda em £ 752 Bilhões e a taxa de juros referenciais em 0,1%.
Para a Zona do Euro, a agência Eurostat publicará o relatório de inflação para o bloco.
Devido aos impactos da primeira onda do covid-19 e a retomada no número de infecções em países como França e Espanha podem fazem com que a atividade econômica ainda continue fraca, deixando o hiato do produto esticado.
A expectativa para IPC (índice de preços ao consumidor) de agosto para todos os bens continua em -0,4% em agosto e, ao ano, ainda em -0,2%. Já o núcleo, excluindo os preços de energia e alimentos, também tendem continuar pressionados, em -0,5% ao mês e 0,4% ao ano. Tais dados, pressionam o BCE (Banco Central Europeu) considerem políticas de estímulos à economia do bloco.