Os mercados europeus fecharam majoritariamente em queda. Por um lado, os investidores estavam a considerar o tom mais dovish de Powell e por outro, as consequências futuras de tal posicionamento. Internamente, o BoE manteve a taxa de juros conforme o esperado e os dados dos PMIs no Reino Unido superaram as expectativas dos investidores tanto nas perspectivas dos números de serviços e o composto. Assim, Londres foi a bolsa que teve alta devido ao BoE, os dados e o lucro da Shell, com avanço de 0,13%. Frankfurt teve perda 0,49%. Paris perdeu 0,43%. Milão caiu 0,60%. Na península ibérica, Lisboa e Madri caíram ,72% e 0,77% respectivamente.
Nos Estados Unidos as bolsas tiveram forte perda devido às perspectivas de que um FED com argumentos menos agressivos pode fazer com que a as perspectivas de um ajuste a frente seja mais forte por conta dos impactos de inflação no longo prazo pressionando o rendimento das Treasuries de 10 anos e impactando, principalmente, as empresas de tecnologia. O Dow Jones teve perda de 3,12%, o S&P 500 e Nasdaq perderam 3,56% e 5% respectivamente.
O Ibovespa seguiu os receios do mercado externo. Após o mercado fechar em alta por conta de um posicionamento dovish de Jerome Powell, hoje as bolsas tiveram perdas consideráveis. Um dos motivos da queda é o fato que tom menos agressivo do presidente do FED pode sinalizar displicência para com o avanço da inflação, fazendo com que, mais tarde, o banco central americano faça movimentos mais abruptos na alta de juros e na redução de seu balanço. Internamente, o pós-COPOM também foi algo a ser considerado, com o Bacen deixando a porta aberta para a possiblidade de mais altas na Selic, podendo passar de 13,25% conforme era esperado anteriormente, sinalizando que o Bacen acredita em maiores riscos de inflação.
Tal cenário, afetou principalmente ativos cíclicos como foi caso de Magazine Luiza (MGLU3), Cielo (CIEL3), Americanas (AMER3). Totvs (TOTS3) acompanhou o movimento das companhias de tecnologia no exterior, com o Nasdaq perdendo 5% no dia, impactado pelas Treasuries de 10 anos que chegou a ter rendimentos acima de 3%. Entre os ativos em alta se destacaram Gerdau Siderúrgica (GOAU4) e Gerdau (GGBR4) devido aos ótimos resultados apresentados pelo grupo, principalmente pelas receitas advindas dos Estados Unidos. Com o aumento do risco e, consequentemente, do dólar, Suzano (SUZB3), que também teve balanço acima das expectativas do mercado, teve alta e Klabin (KLBN11) seguiu o mesmo caminho.
Para hoje (06/05)
As bolsas na Ásia fecharam majoritariamente em queda devido às pressões advindas do ocidente. A alta nos rendimentos dos títulos públicos de 10 anos aliado às perspectivas de inflação acabou por afetar as perspectivas dos investidores no continente. Adicionalmente, os dados mostram que os recentes bloqueios de Covid na China estão atingindo mais do que apenas Pequim e Xangai, onde a maior parte das novas infecções foram encontradas. Shanghai teve perda de 2,16%. Hong Kong teve queda de 3,81% e Seul caiu 1,23%. No Japão, o Nikkei teve alta de 0,69%.
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 5,12%, a 825,00 iuanes, o equivalente a US$ 123,50
Nos Estados Unidos, os futuros operam em queda, dando continuidade aos temores da véspera. Na agenda, também há dados que ampliam o sentimento de parcimônia do mercado com a divulgação do payroll, da taxa de desemprego e anúncios de membros do FED.
Na Europa, as bolsas caem acompanhando o fraco desempenho das bolsas americanas na tarde de ontem e com os dados de produção industrial da Alemanha com perda de 3,9% ante expectativa de recuo de 1,0%.
No Brasil, o cenário externo pode poluir a bolsa, dado a perspectiva de risco percebido e o processo de fly to quality ao passo em que os rendimentos dos títulos americanos de 10 anos passam de 3%. Pelo lado positivo, temos o IPG-DI saindo de 2,37% para elevação de 0,51% em abril. Na agenda de balanços temos Porto (PSSA3) e Sabesp (SBSP3).
A Petrobras (PETR3;PETR4) registrou um lucro líquido de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 3.718%, frente os R$ 1,167 bilhão de um ano antes. A estatal aprovou dividendos no valor de R$ 3,715490 por ação. O pagamento será realizado em duas parcelas iguais, sendo que a primeira parcela, no valor de R$ 1,857745 por ação preferencial e ordinária em circulação, será paga em 20 de junho de 2022. Já a segunda parcela, no valor de R$ 1,857745 por ação preferencial e ordinária, será paga em 20 de julho de 2022.
O Bradesco (BBDC3;BBDC4) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 6,821 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), representando alta de 4,7% frente igual período de 2021, quando registrou um lucro de R$ 6,515 bilhões. O banco divulgou seus números nesta quinta-feira (5).
A Natura (NTCO3) registrou prejuízo líquido de R$ 643,1 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), o que representa um crescimento de 314,4% em relação ao mesmo trimestre de 2021.
A Loja Renner (LREN3) registrou lucro de R$ R$ 191,6 milhões no 1º trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 147,7 milhões de um ano antes.
Carrefour registra lucro líquido ajustado ao controlador de R$ 421 milhões no 1TRI, alta de 0,2% na comparação anual. O Ebitda ajustado soma R$ 1,3 bilhão, crescimento de 13,3% em relação ao mesmo período de 2021.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917