No aguardo pelo anúncio oficial da liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), hoje às 16h, as construtoras podem ter um dia de recuperação das perdas de ontem. Isso porque, após pressão do setor, segundo apurou o Broadcast, o ministro da Economia, Paulo Guedes ajustou de R$ 42 bilhões para R$ 30 bilhões o valor potencial que poderá sair do Fundo. Diante disso, as varejistas, que ontem reagiram com otimismo em relação à medida de estímulo à economia, poderão sofrer alguma realização de lucros no pregão de hoje. Hoje também acontece o fechamento do preço da ação do follow on do IRB Brasil Re, que marca a saída de BB e União do bloco de controle do ressegurador numa oferta que pode chegar a R$ 8,5 bilhões.
A liberação do saque do FGTS deve atingir contas ativas e inativas dos trabalhadores e será anunciada hoje, em cerimônia para comemorar os 200 dias de governo do presidente Jair Bolsonaro. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Guedes exigiu manter intocado o funding do FGTS direcionado à construção civil. Depois que a reportagem revelou ontem (16) os detalhes da medida, o setor da construção ficou preocupado e buscou informações para garantir os recursos do fundo para a habitação.
Os R$ 42 bilhões anteriormente previstos com a medida do governo federal seriam suficientes para se construir aproximadamente 420 mil moradias populares no País, ao custo de R$ 100 mil cada. Esse montante equivale a aproximadamente um ano de Minha Casa Minha Vida (MCMV), de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
“A decisão do governo de manter intocado o funding do FGTS direcionado à construção civil deve impulsionar as ações de construtoras. Além disso, a perspectiva de que os bancos reduzirão os juros para financiamentos imobiliários também deve ajudar. Embora seja algo já esperado pelo mercado diante da expectativa de corte da Selic, inflação controlada e economia ociosa, existe espaço para esta redução, o que beneficia as construtoras”, disse o analista da Guide Investimentos, Rafael Passos. Hoje, o presidente do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto se reúne com Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, e Alexandre Xavier Ywata de Carvalho, vice-presidente da Caixa, às 10h, para tratar de assuntos institucionais.
Segundo a Folha de S. Paulo, a Caixa aguarda autorização do Banco Central para anunciar, nas próximas semanas, redução de até 31,5% dos juros dos financiamentos imobiliários. Diferente do que foi feito em 2012, quando a redução dos juros gerou prejuízos aos bancos, a ideia agora é reduzir os juros ao trocar o indexador dos contratos, o que permitirá usar o fluxo de pagamento dos financiamentos como lastro para a emissão de títulos a serem negociados no mercado – um processo conhecido como securitização.
No exterior, cautela com a tensão comercial entre os EUA e China volta ao radar dos investidores, o que levou as bolsas asiáticas a fecharem em queda e pressiona as praças na Europa. A imprensa internacional traz que a Huawei Technologies é o maior empecilho para a continuidade das negociações que estão em curso há meses entre as duas maiores potências econômicas do globo. Nos EUA, os futuros de Nova York operam em queda de olho também em balanços corporativos abaixo do esperado.
Light e Cemig
A Light informa que, com o encerramento da sua oferta pública de distribuição primária e secundária de ações ordinárias (follon on), a Cemig passou a deter 22,6% das ações ordinárias da empresa e o BNDESPar, 6,3%. Outros acionistas possuem 71,1% dos papéis.
A Light informa também que o Conselho de Administração de sua subsidiária Light Serviços de Eletricidade S.A. (Light Sesa) deliberou a convocação de Assembleia Geral Extraordinária, cuja ordem do dia será o aumento do capital, mediante subscrição de ações ordinárias, no montante de R$ 1,832 bilhão, recurso este proveniente da liquidação da oferta pública.
Banco Inter
O Banco Inter informou, por meio de fato relevante, que o seu programa de conversão de Units teve a adesão de 58,2% do total das ações do banco. De acordo com o comunicado, houve a adesão de 258.881.931 ações preferenciais, correspondendo a aproximadamente 85,0% do total de ações PN, e 95.388.816 ações ordinárias, que equivalem a 31,3% das ações ON, totalizando 354.270.747 ações de emissão do banco.
Tecnisa
A Tecnisa confirmou nesta quinta-feira que o valor da ação ordinária em sua oferta subsequente (follow on) primária foi de R$ 1,10, totalizando R$ 445,5 milhões. O Broadcast antecipou a informação ontem no final da tarde. A demanda superou a oferta em cinco vezes. A ação encerrou o pregão de ontem cotada em R$ 1,58.
De acordo com a companhia, foi determinado que a totalidade do preço por ação será destinada integralmente ao capital social da empresa.
A Tecnisa está em dificuldades financeiras, e a oferta injetará recursos que serão utilizados para o pagamento de dívidas. No mercado, a interpretação é de que o sucesso da emissão é a grande prova do momento de otimismo, já que ofertas consideradas de segunda linha estão encontrando espaço.
“A oferta foi muito positiva porque a empresa vai conseguir abater parte da dívida e também investidor em valores operacionais. Diante disso, o papel, que ontem caiu 7%, hoje tende a se recuperar”, apontou Passos, da Guide Investimentos.
Celesc
A Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) divulgou suas prévias operacionais relativas ao segundo trimestre no mercado de distribuição. O consumo de energia cresceu 2,6% de abril a junho relação ao mesmo período de 2018, para 6.319 Gwh.
O consumo do mercado cativo teve leve queda de 0,1% para 3.965 Gwh. Já o mercado livre teve expansão de 7,5% no segundo trimestre para 2.354 Gwh.
Outras notícias
A Estácio Participações, que recentemente aprovou a mudança da sua marca para Yduqs, vai alterar também o código de negociação de suas ações na B3. O código deixará de ser ESTC3 e passará a ser YDUQ3, a partir da próxima terça-feira (23). Os American Depositary Receipts (ADRs) também mudam, passando de ECPCY para YDUQY.
O conselho de administração da Marfrig Global Foods retificou parcialmente item da reunião realizada na última sexta-feira (12) sobre a sexta emissão de debêntures da companhia. O valor máximo da emissão será de R$ 300 milhões, e não mais de R$ 360 milhões, conforme anunciado na ocasião. Os títulos servirão de lastro para uma emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).
A Fitch atribuiu rating de longo prazo em moeda estrangeira e local BB- à companhia aérea Azul, com perspectiva estável. Segundo a agência, os ratings da empresa são apoiados por sua posição “forte” no mercado regional no setor de companhias domésticas do Brasil, bem como por suas margens operacionais “sólidas”. Por outro lado, eles são contidos pela diversificação geográfica limitada e pela exposição cambial.
A Marcopolo adquiriu uma participação de 49% na empresa argentina Metalsur Carrocerias, por US$ 9 milhões. Além disso, por meio de uma reorganização societária, a companhia brasileira vai passar a ter 70% do capital da Metalsur e assim, controlar indiretamente, com 51% de participação, a também argentina Loma Hermosa, que até então era uma joint venture na qual a Marcopolo tinha fatia de 50%.
FONTE: AE BROADCAST
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