Atualmente, não há assunto mais importante no mundo das finanças do Brasil do que discutir a possibilidade de uma queda na taxa de juros. Com as altas recentes tanto no Brasil quanto no mundo, a inflação parece estar sob controle.
Agora, com a aprovação do arcabouço fiscal, melhores dados de IPCA e ajustes para baixo nas expectativas do Focus do Banco Central, há espaço para um ciclo de afrouxamento monetário.
A primeira questão é saber quando esse ciclo começará. Alguns agentes do mercado sugerem que poderá ter início no mês de agosto, enquanto outros possuem a opinião de que é melhor esperar até setembro.
Analistas ainda apostam em uma possibilidade de amaciar o terreno para então, em setembro, começar com um corte mais expressivo.
Contudo, a segunda discussão é a mais importante: qual é o limite para esse ciclo de afrouxamento monetário? Para estimar a taxa mínima de juros que o Brasil pode alcançar, uma possibilidade é compará-la com a taxa de juros norte-americana.
Entretanto, dadas as condições econômicas em que o país se encontra atualmente e levando em conta o prêmio de risco, é pouco provável que a selic fique perto dos 8% ou 9%.
Um diferencial de 4% entre as taxas de juros brasileira e americana parece um prêmio de risco baixo para se aplicar no Brasil e poderia levar a um aumento significativo do dólar, o que seria prejudicial para o mercado.
A taxa final poderia ficar por volta dos 10%, porém dificilmente abaixo disso. É importante ressaltar que a taxa de juros no México também pode afetar o resultado final, caso o país possua uma taxa maior que a do Brasil.
Nesse sentido, o Banco Central deve considerar todos esses possíveis fatores ao planejar o ciclo de afrouxamento monetário.
Por fim, é importante salientar que a diminuição da taxa de juros poderia influenciar negativamente o câmbio em um determinado momento.
Caso a taxa real seja inferior a 5%, ou o diferencial de juros fique abaixo de 5,5%, a situação pode se agravar ainda mais.
Portanto, uma selic abaixo de 10,5% ou 10,25% poderia se tornar um problema para o câmbio e novamente desancorar as expectativas do mercado.
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Obrigado pela leitura, e até a próxima vez!
Autor: Alex Martins, Analista CNPI-T 2419