JBS, Petrobrás, Copel e outras

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Janeiro abre quente no mercado de ações. Tradicionalmente fraco para ofertas de ações, este pode ser o janeiro mais forte da bolsa brasileira, batendo o de 2017, quando quatro ofertas de ações somaram R$ 2,4 bilhões. As ofertas de ações no primeiro bimestre podem chegar a R$ 30 bilhões, impulsionadas pelos desinvestimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Além disso, esta primeira semana do ano mostrará a nova composição da carteira do Ibovespa, válida até abril. Aliás, outra novidade em relação à B3 é a nova política de tarifação, com redução no mercado à vista de renda variável conforme aumento de volume por investidor. “As mudanças para esse mercado acontecem em um contexto de aumento significativo dos volumes negociados no mercado de ações e estão em linha com o compromisso da B3 de compartilhar com clientes os benefícios do ganho de escala e alavancagem operacional”, diz em comunicado, há pouco.

JBS

A JBS informou que o acordo de acionistas do BNDESPar com a J&F, que é controladora do grupo, não tem mais efeito, uma vez que o prazo de vigência se encerrou em 31 de dezembro de 2019. Isso abre espaço para a venda de metade da fatia que o banco detém no frigorífico, uma operação que deverá atingir R$ 8 bilhões. Segundo a Coluna do Broadcast, o roadshow pode começar dia 13. Para fevereiro está no cronograma a venda do lote das ações ordinárias que o BNDES possui na Petrobras, que valem R$ 24 bilhões.

A primeira oferta de ações (follow on) dessa estratégia de saída do BNDES foi a da Marfrig, em dezembro. O sócio-fundador e maior acionista da Marfrig, Marcos Molina, passou a deter 40% das ações da companhia, tanto diretamente quanto por meio da MMS Participações e de Marcia Aparecida Pascoal Marçal dos Santos. O BNDESPar era o segundo maior acionista antes da oferta, com 33,74% das ações, fatia que foi reduzida a zero.

Ainda no setor de proteína animal, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou que 7.815.201 suínos já foram eliminados em países asiáticos por causa da contaminação com a peste suína africana. O número representa um aumento de 10.487 animais em relação ao levantamento anterior da organização, de 19 de dezembro. Os números da organização divergem das estimativas de mercado por contabilizarem somente os dados divulgados pelos órgãos oficiais de cada país.

Petrobras

Voltando à Petrobras, ela pode ser beneficiada pela cotação do petróleo, que está em alta nesta madrugada, após o WTI ter encerrado 2019 com o maior ganho anual desde 2016, em meio ao otimismo com a relação entre Estados Unidos e China e tensões no Oriente Médio. Na última terça-feira, o presidente americano, Donald Trump, anunciou que assinará um acordo inicial com Pequim em 15 de janeiro e depois iniciará as negociações da próxima etapa. Além disso, ele ordenou o envio de tropas ao Oriente Médio, após a embaixada dos EUA no Iraque ser alvo de um grupo de milícias com apoio do Irã.

No noticiário corporativo, a companhia informou que o acordo com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), entrou em acordo de transição, o que estabelece as bases para renegociação das condições para aquisição de gás natural pela estatal brasileira. Com isso, há a mudança no direito que a empresa tem de requisitar 30,08 milhões de m³ diários, diminuindo esse volume para 20 milhões de m³/dia. Os termos preveem que a YPFB possa comercializar diretamente o excedente desse volume para outros agentes do mercado brasileiro. Este e outros aspectos comerciais devem ser redefinidos até o dia 10 de março.

Copel

Ainda sobre gás, a UEG Araucária, operada pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), fechou contrato com a Petrobras válido até o dia 20 de fevereiro, para que a estatal forneça 2,150 milhões de m³ de gás natural por dia para a usina elétrica. Em comunicado, a Copel informa que assim, a usina permanecerá disponível para o Sistema Interligado Nacional (SIN) e poderá ser acionada a critério do Operador Nacional do Sistema (ONS).

A UEG Araucária assinou também um aditivo a um contrato de cessão de créditos de energia com a Petrobras, pelo mesmo prazo do acordo para fornecimento de gás. Assim, a unidade poderá ser acionada mesmo fora da requisição do ONS. A Petrobras vai informar semanalmente se precisará da energia gerada pela usina. Neste caso, o preço praticado não será o regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas sim o acordado entre as duas empresas.

Embraer

No âmbito da parceria com a Boeing, a Embraer concluiu a separação do negócio de aviação comercial. A segregação interna envolve a contribuição, pela Embraer, ao capital social da Yaborã Indústria Aeronáutica S.A., do acervo líquido de ativos, passivos, bens, direitos e obrigações referentes à essa unidade de negócio.

Em comunicado, a fabricante brasileira de aeronaves lembra que a consumação da parceria com a americana continua sujeita à aprovação pela Comissão Europeia e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e outras condições.

Natura

Olho também na Natura &co, que conseguiu as aprovações da U.S. Securities and Exchange Comission (SEC) e da Nova York Stock Exchange (Nyse) para começar a negociar American Depositary Shares (ADSs) no mercado de ações norte-americano. O código será NTCO. Cada ADS respresentará duas ações ON da Natura. A companhia espera que as negociações na Nyse comecem na próxima segunda-feira (06).

Eletrobras

A Eletrobras divulgou o resultado da sua operação de aumento de capital. Foram subscritas 201.792.299 ações ON, pelo preço unitário de R$ 35,72, e 14.504.511 ações PNB, a R$ 37,50 cada, totalizando um valor de R$ 7,751 bilhões. O volume corresponde a 77,61% do total aprovado, atingindo o montante mínimo para homologação parcial.

Após o aumento, o capital da Eletrobras passa a ser de R$ 39,057 bilhões. Os acionistas podiam condicionar sua participação ao atingimento do valor total aprovado. De acordo com esta condição, pode ser devolvido o valor total ou parcial, de acordo com a escolha feita, no dia 03 de janeiro.

GPA

O acionistas do GPA aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada na segunda-feira (30), a conversão de todas as suas ações preferenciais em ordinárias, e a migração da companhia para o segmento Novo Mercado da B3, o de maior padrão nos níveis de governança corporativa.

A conversão será à razão de uma para uma. Os preferencialistas terão direito de recesso, e caso optem pelo reembolso, ele será de R$ 41,54 por ação. O prazo para esta opção é de 30 dias da publicação da ata da assembleia especial dos titulares de ações PN, prevista para a próxima sexta-feira (03).

BB Seguridade

A BB Seguridade fará redução de capital no valor de R$ 2,7 bilhões, o correspondente a R$ 1,35 por ação da companhia. Segundo aviso aos acionistas, não houve manifestação contrária dos credores passado o prazo de 60 dias após a assembleia geral extraordinária, que ocorreu em 30 de outubro. Com essa redução de capital, o Banco do Brasil (BB) deve receber R$ 1,8 bilhão, conforme a própria instituição financeira divulgou no fim de setembro.

Conforme divulgado à época, a redução de capital foi proposta porque o capital da empresa foi considerado “excessivo” e a companhia afirmou que o movimento era um “resultado do comprometimento com a gestão eficiente do seu capital”.

A companhia informa que, dessa forma, terão direito ao recebimento de R$ 1,35 por ação os acionistas na data-base 09 de janeiro, ficando “ex” no dia seguinte. O pagamento será efetivado no dia 30 de abril.

Banco Pan

O Conselho de Administração do Banco Pan aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio referente ao exercício de 2019, no valor de R$ 198 milhões. O valor por ação é de R$ 0,164307700, a ser pago até o dia 19 de fevereiro de 2020, com base na posição do dia 14, ficando ex-direito a partir de 17 de fevereiro.

FONTE: AE BROADCAST

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