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JBS, B3, Petrobras, Omega Geração e Log | Nova Futura

Written by Nova Futura | 20/10/2023 19:42:14

ECONOMIA E MERCADOS – CORPORATIVO

Sinais de alívio nas tensões comerciais entre os EUA e a China contribuem para certo otimismo nas bolsas ao redor do mundo, com destaque para o setor de commodities, após o presidente dos EUA, Donald Trump, adiar o aumento de tarifas sobre US$ 250 bilhões em produtos da China de 1º para 15 de outubro, “como gesto de boa vontade”. No entanto, é a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e a coletiva de imprensa do presidente da instituição, Mario Draghi, que deverá dar o rumo dos negócios nesta quinta-feira. Em meio a expectativa de que a economia chinesa e global tendem a melhorar com o arrefecimento das disputas, Vale, CSN e Petrobras podem se beneficiar no pregão de hoje. Atenção também para Oi, Tim e Vivo, após o Senado aprovar ontem à noite o projeto que atualiza o marco legal das telecomunicações no País. Fique de olho ainda em B3, Eztec e aéreas.

A construtora e incorporadora Eztec lançou nesta manhã oferta subsequente (follow on) com distribuição primária, ou seja, de novas ações, na quantidade inicial de 20 milhões de papéis, que pode ser acrescida em lote adicional de 35%. Assim, pela cotação de ontem ao término do pregão, R$ 36,50, a oferta pode girar até R$ 985,5 milhões. O preço da ação na oferta será definido após procedimento de coleta de intenções de investimentos, o bookbuilding, que tem início hoje e se encerra no dia 24.

Os bancos coordenadores são BTG Pactual (líder) e Itaú BBA, com esforços de colocação no exterior. O período de reserva da oferta prioritária vai de amanhã, 13, até 20 de setembro. O início das negociações das ações objeto da oferta está previsto para o dia 26.

“Com a expectativa de que a economia vai crescer no ano que vem, as incorporadoras já estão se mexendo para captar dinheiro para investir e se beneficiar lá na frente. Pelo lado da liquidez a notícia é positiva, mas o papel pode sofrer num primeiro momento porque a tendência é o mercado forçar a média do preço para baixo e comprar mais barato”, apontou o analista da Guide Investimentos Pedro Galdi.

No exterior, a decisão de Trump de adiar as tarifas veio horas depois de a China decidir isentar 16 tipos de produtos dos EUA de tarifas extras por um ano, a partir do dia 17. Trump comentou em seu Twitter que decidiu tomar a decisão a pedido de Liu He, vice-premiê chinês, e diante do fato de que a República Popular da China estará celebrando seu 70º aniversário em 1º de outubro.

O ímpeto das bolsas, porém, tem um contraponto. Investidores aguardam nesta manhã a decisão de política monetária do BCE, às 8h45, e discurso de Draghi, às 9h30, na expectativa por novas medidas de estímulos. Análises consultadas pelo Broadcast apontam que a instituição deverá cortar sua taxa de depósito e ajustar o guidance. Um reinício do programa de compra de títulos (QE, na sigla em inglês), porém, ainda gera dúvidas (leia mais no nota retransmitida às 7h55).

Incertezas em torno do Brexit também colocam as bolsas europeias sem direção única, após um documento de Downing Street, apontar vários cenários do governo britânico para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

B3

A ação da B3, que tem se beneficiado nos últimos dias em meio a perspectiva de maior fluxo de investidores diante do avanço no número de ofertas, pode sofrer um revés na sessão de hoje, destacam analistas. Isso porque ontem, a B3 perdeu na última instância do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) um processo que envolve R$ 2,7 bilhões sobre a amortização de ágio na operação de incorporação da Bovespa Holding pela empresa em 2008.

Depois do término de todos os procedimentos no Carf, a B3 vai levar o caso à Justiça e recorrer. “A B3 reafirma seu entendimento de que o ágio foi constituído regularmente, em estrita conformidade com a legislação fiscal”, disse a companhia em Fato Relevante. A 1ª Turma da Câmara Superior do Carf julgou ilegal o uso de ágio pela B3 em 2010 e 2011 para reduzir o valor a pagar do Imposto de Renda e CSLL.

Teles

Após mais de três anos em tramitação no Congresso, o Senado aprovou na noite desta quarta-feira, 11, o projeto que atualiza o marco legal das telecomunicações no País. O projeto atualiza a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) e permite que as empresas que fornecem serviços de telefonia fixa migrem do regime de concessões para o de autorizações, em que há preços livres, já praticado nos serviços de telefonia celular, TV por assinatura e internet. A proposta segue agora para sanção presidencial.

Com a mudança, as empresas não precisarão mais assumir obrigações como a universalização dos serviços e a instalação de orelhões, reduzindo os custos. Em troca, assumem compromissos de investimentos e ficam com os bens reversíveis das concessões, estimados em cerca de R$ 20 bilhões pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Tramitando no Congresso desde 2015, a proposta é vista como um fôlego para a situação da operadora Oi, em um processo de recuperação judicial que se arrasta desde 2016. Atualmente, Oi, Vivo e Embratel (Claro) operam sob o regime de concessões. A AT&T apresentou um plano de investimentos no País e sinalizou interesse na Oi, mas o negócio era condicionado à aprovação do projeto.

“Todas essa mudanças foram reformuladas por causa da situação da Oi. A aprovação é positiva para o setor, mas tudo depende da Oi e os próximos passos e o quanto ela se beneficiará. Porque a empresa tem colocado dinheiro, mas não consegue se sustentar. Ainda assim, as ações no geral devem se beneficiar hoje”, apontou Galdi.

Aéreas

O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, acredita que o mercado de aviação do Brasil deve ter até sete companhias aéreas operando, mas ainda passará por um momento inicial volátil, a exemplo do que aconteceu com a abertura do setor bancário anos atrás. “Algo em torno de seis a sete empresas seria totalmente palatável para o mercado brasileiro, passado esse momento inicial de abertura”, afirmou durante sua participação no salão International Brazil Air Show.

Segundo Glanzmann não há como prever em quanto tempo isso se dará, pois depende de uma série de fatores, principalmente de uma melhora no ambiente de negócios. Além da abertura para entrada do capital estrangeiro no setor, o secretário aponta ainda, entre os esforços do governo para estimular a concorrência no setor, a extinção da franquia de bagagem, a liberação de visto para viajantes da Austrália, Canadá, EUA e Japão e a elevação da cota Duty Free, que passou de US$ 500 para US$ 1,000.

JBS

As apurações do BNDES sobre operações com a JBS indicam indícios de alguns erros do banco nos negócios com a família Batista, aponta o Valor Econômico. Um dos supostos erros tratados pela Comissão de Apuração Interna (CAI) do BNDES refere-se à operação de aumento de capital de R$ 2,5 bilhões realizada pela JBS, em 2008, com supostos erros de cálculo na formação do preço de compra das ações. Também teria havido erro no cálculo do preço justo da ação no caso das compras das empresas americanas Nationa Beef e Smithfield. Na compra da Swift Argentina se discute um possível descumprimento das regras de limite de risco de crédito pelo banco na operação.

Petrobras

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou os Acordos de Individualização da Produção (AIP) das jazidas compartilhadas de Atapu e de Sépia, na Bacia de Santos, operadas pela Petrobras. Segundo explica a companhia em comunicado, esse acordo é celebrado em situações em que as jazidas se estendem para além das áreas concedidas ou contratadas.

Após o acordo, a jazida compartilhada de Atapu passa a ter 89,257% de participação da Petrobras, 4,258% da Shell, 3,832% da Total, 1,703% da Petrogal e 0,95% da União, por meio da PPSA.

A jazida de Sépia passa a ter 97,586% de participação da estatal, e 2,414% da Petrogral. Com o processo de individualização da produção das jazidas, haverá uma equalização entre os gastos incorridos e as receitas relativas aos volumes produzidos até o acordo se tornar efetivo.

Omega Geração

A Omega Geração confirmou a aprovação de uma oferta subsequente de ações (follow on), com distribuição primária, ou seja, os recursos captados entrarão no caixa da companhia. A operação foi antecipada pela Coluna do Broadcast.

De acordo com a ata da reunião do conselho de administração que aprovou a oferta, serão oferecidas 27.692.308 ações ON da companhia, e de acordo com a demanda, poderá ser lançado um lote adicional de 9.692.307 papéis. Baseado na cotação de fechamento de ontem, a R$ 32,50, o follow on pode movimentar cerca de R$ 1,2 bilhão.

Log

O conselho de administração da Log Commercial Properties e Participações aprovou a 17ª emissão pela companhia no valor de R$ 230 milhões. Serão emitidas 230 mil debêntures simples, em série única, no valor unitário de R$ 1.000,00, não conversíveis em ações, da espécie quirografária. As debêntures terão vencimento em 60 meses contados da data de emissão e farão jus a juros remuneratórios equivalentes a 116,50% do CDI.

FONTE: AE BROADCAST