Ontem (07), os mercados no norte fecharam todos em alta, mesmo com dados de conjuntura econômica ruins, as expectativas de alívio às restrições sociais deixaram os investidores animados. Outro fator que contribuiu para o ânimo dos mercados foi um possível acordo que pode ocorrer semana que vem, para amenizar as tenções entre Estados Unidos e China.
Nos Estados Unidos, os pedidos por seguro-desemprego decepcionaram, alcançando a marca de 3.169 milhões de pedidos por parte dos trabalhadores americanos. Contudo, o mercado subiu com base na esperança em uma retomada econômica após a reabertura da economia e com os bons resultados das empresas de tecnologia.
Assim, a Nasdaq liderou novamente os avanços na américa, com ganhos de 1,41%. O S&P 500 registrou ganhos de 1,15% e o Dow Jones subiu 0,89%. O VIX, fechou o dia com queda de 7,85%, atingindo 31,44 pontos.
Na Europa, apesar do colapso da indústria alemã, com retração de 9,2% em sua produção a alcançar o pior nível desde 1991, os mercados reagiram bem com o anúncio de afrouxamento do isolamento social por parte da Alemanha e Reino Unido, sendo o principal propulsor de alta das bolsas no velho continente.
As altas foram lideradas por Paris, com aumento de 1,54%. A cidade luz foi seguida por Frankfurt e Londres com ganhos de 1,44% e 1,40% respectivamente. Madrid ganhou 0,89% e Milão subiu 0,5%.
No Brasil, o dia foi marcado por muita volatilidade. No início do pregão até houve ensaio de alta. No entanto a política interna fez com que os investidores devolvessem os ganhos, por conta do risco percebido em relação ao país.
A ida de Jair Bolsonaro com uma comitiva de empresários e ministros ao STF com o objetivo de pedir o fim de medidas restritivas, com o objetivo de amenizar impactos futuros das medidas de isolamento social na economia que segundo o próprio presidente e o Ministro da Fazenda, Paulo Guedes, seriam irreversíveis trouxe temor aos investidores.
Além disso, novamente, houve reação contrário ao pacote de auxílio aos estados e municípios, com o presidente da República a declarar que vetará a trecho do projeto que permite aumento salarial para o setor público.
Com todas as desavenças políticas, o Ibovespa fechou o dia com queda de 1,20%, a alcançar os 78.118,57 pontos. O dólar, após o corte nos juros e aumento do risco percebido em relação ao país o dólar escalou novo recorde, cotado a 5,8324 e elevação de 2,05%.
Hoje (08), nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho divulgará um dos dados mais esperados pelo mercado, o relatório de payroll, trazendo as informais mais consistentes em relação ao mercado de trabalho.
Porém, conforme os formuladores de política, especialistas e acadêmicos vinham informando, o relatório deve trazer forte contração. Pois todos os indicadores antecedentes decepcionaram o mercado, evidenciando a fragilidade do mercado de trabalho americano frente aos efeitos gerados pelo coronavírus na economia.
Assim, a expectativa do mercado é de que os dados do payroll informe que 22 milhões de americanos tenham perdido seus empregos em decorrência da crise, segundo a perspectiva do mercado. Quanto ao payroll privado, 21.050 milhões deve ser o número de vagas destruídas no setor privado.
Com base em tal perspectiva, o mercado espera que a taxa de desemprego nos Estados Unidos alcance o número histórico de 16%, para o mês de abril. Outro indicador importante divulgado pelo relatório do Departamento do Trabalho é o salário ganho por hora trabalhada.
O mercado não espera muita mudança no indicador, tanto na perspectiva mensal, quanto na anual, 0,4% e 3,3% respectivamente, a registrar níveis muito próximos ao do mês anterior.
Todavia, como a abertura ainda não estava a ser realizada durante mês de abril, ainda existe a possibilidade dos salários caiam devido à queda na demanda devido ao fechamento de muitos estabelecimentos. Um possível aumento ocorrerá somente se parte dos empresários comecem a demandar trabalhadores com expectativas do relaxamento das restrições sociais.
Na Alemanha, principal economia da União Europeia, a agência Destatis apresentará os dados das contas externas referente ao mês de março. Tendo em vista que o mês registrou aprofundamento da crise econômica nos países da Europa, com alívio apenas em abril, os dados referentes ao comércio exterior do país devem ter retração.
As importações devem ter queda 4% e as exportações devem retroceder 5%, segundo as perspectivas do mercado, dado que as importações dependem da renda do próprio país para crescerem, a evidenciar a demanda dos alemães por bens e serviços de outros países; e as exportações dependem da renda externa, considerando o poder de adquirir bens e serviços de outros países dispostos a compra-los da Alemanha.
Assim, a balança comercial, indicando a diferença entre exportações e importações devem ter retração saindo do saldo de € 21,6 bilhões e alcançar € 18,9 bilhões.
O indicador é importante, pois é um termômetro para o comércio global e da União Europeia, uma vez que o país é o mais rico e um dos mais influentes da do bloco.
A FGV divulgará o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) levando em conta outros indicadores de preços IPA-M (índice de preços ao atacado), IPC-M (índice de preços ao consumidor) e o INCC-M (índice nacional de custos da construção).
Como o indicador é amplo, ele é uma forte medida para entender o comportamento dos preços na economia. Apesar do forte aumento registrado no mês passado em 1,64%, levando em conta o aumento da demanda com os agentes realizando estoques de produtos, o mercado espera aceleração fraca (+0,27%), levando em conta o fraco desempenho da economia brasileira.
O indicador mais importante de inflação, o IPCA (índice de preços ao consumidor amplo), os agentes esperam retração de 0,20% na perspectiva mensal e avanço de 2,49% na análise anual.
Ele é utilizado como medida para o Bacen (Banco Central do Brasil) realizar sua política monetária, sendo que quanto mais longe da meta (4,50% ao ano), mais espaço para cortar a taxa Selic há.
Caso as expectativas do mercado sejam alcançadas, os indicadores corroborarão com a decisão do Conselho Monetário Nacional (COPOM) para redução na taxa juros, deixando-a em 3% ao ano.