Os mercados globais fecharam a sessão de terça-feira (22) sem direção única, com alguns importantes índices da Europa não passando pela correção, considerando o fato das autoridades temerem uma segunda onda de covid-19. Nos EUA, Powell acalmou os mercados, influenciando o Brasil.
A correção em Nova York se deveu principalmente ao depoimento de Jerome Powell, a evidenciar que a economia americana está demonstrando sinais de melhora. Além disso, o chairman do FED e Steve Mnuchin, diretor do Tesouro Americano, mais uma vez falaram da necessidade de aumento dos estímulos para a economia.
Além disso, as empresas de tecnologia também voltaram a subir, contribuindo para o S&P 500 e a Nasdaq. O Dow Jones teve alta de 0,52%. O S&P 500, teve ganhos de 1,05% e a Nasdaq, se elevou em 1,71%.
Na Europa, os índices fecharam sem direção única evidenciado uma correção técnica heterogênea. Entre os acontecimentos, o diretor do BoE, Bailey, informou que pode realizar cortes nas taxas de juros, em virtude do aumento dos riscos em torno da segunda onda de covid-19 e as políticas de Lockdown que podem voltar ao Reino Unido.
Na Itália, os mercados as eleições regionais diminuíram um risco de uma antecipação de eleições, com a manutenção da base governista em algumas regiões.
Na Espanha, um dos países que mais sofreram com a pandemia e, além disso, é um dos que registra maior elevação de novos casos, seguida pela França, a aversão ao risco ditou o tom do comportamento dos preços dos ativos.
Do ponto de vista dos indicadores de conjuntura econômica, para a Zona do Euro, a confiança do consumidor registrou leve melhora, saindo de -14,6 pontos para -13,9 pontos em setembro.
No Reino Unido, as tendências industriais de setembro tiveram piora, saindo de -40 pontos em agosto para -48.
Milão e Londres tiveram as maiores altas do continente, em 0,54% e 0,43% respectivamente. Em Frankfurt, teve elevação de 0,41%. Madri e Paris tiveram perdas de 0,65% e 0,40% respectivamente.
No Brasil, sem muitos dados econômicos e com risco em relação às contas públicas já precificado nas expectativas dos agentes, o mercado brasileiro correspondeu aos movimentos de Nova York.
O Ibovespa teve alta de 0,31%, a 97.293,54 pontos. O dólar, se elevou em 1,27%, fechando a sessão cotado a R$ 5,47.
Quanto ao mercado de petróleo, os agentes ponderaram que o aumento das exportações da commodity advindas da Líbia pode fazer os membros da OPEP+ a considerarem redução no volume de petróleo produzido, como forma de compensar o aumento de oferta do país com a demanda internacional pelo petróleo constante.
O WTI teve recuperação, com elevação de 0,66%, fechando a sessão cotado a US$ 39,80 o barril e o Brent, ganhou 0,68%, cotado a US$ 41,72.
Hoje (23) nos Estados Unidos, a agenda econômica estará relativamente cheia. Começando pelos dados do PMI, publicados pela IHS Markit, a evidenciar a demanda por parte dos gerentes de compras durante o mês de agosto, mediante a falta de coordenação entre democratas e republicanos no que tange novos pacotes de estímulos à economia e a possibilidade de uma nova onda de covid-19 no país.
Tais variáveis fazem as expectativas dos agentes piorarem. Assim, os números esperados para o mercado são de manutenção para o PMI industrial em 53 pontos e, para o setor de serviços, o indicador tem expectativa de leve queda saindo de 55 pontos e atingindo 54,7.
Além do indicador de atividade, a EIA (Energy Information Administration) publicará os estoques de petróleo. A expectativa é nova redução, com cortes de 2,256 milhões de barris.
Mediante os receios de recuperação da demanda por petróleo, os agentes tendem a diminuir a produção, a buscar o equilíbrio entre oferta e demanda.
Por fim, mas não menos importante, o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell fará mais um depoimento. Os pronunciamentos da autoridade monetária podem acalmar os mercados a depender do tom e das medidas que a autoridade monetária dirá que tomará, apesar de já haver expectativas de que o horizonte de medidas está relativamente limitado conforme foi informado na decisão da taxa de juros.
Na Europa, também serão divulgadas as primeiras prévias do PMI. Seguindo a mesma lógica dos Estados Unidos, os agentes estão com expectativas mais cautelosas, haja vista a possibilidade de um novo Lockdown no continente a medida em que o número de infectados aumenta.
Assim, os agentes colocam suas expectativas para a primeira prévia do PMI de setembro fique muito próxima do registrado ao indicador do período imediatamente anterior.
Na Zona do Euro, para o PMI Industrial, o mercado espera 51,9 pontos em setembro, ante 51,7 em agosto. Quanto ao setor de serviços, o indicador tem expectativa de 51,7 pontos, ante 51,9. O indicador composto, espera-se manutenção de em 50,5 pontos.
No Reino Unido, as expectativas são de queda, imprimindo os receios quanto à segunda onda de coronavírus no país.
O PMI composto tem perspectiva de queda, saindo de 59,1 pontos para 56,3. Para o indicador industrial, espera-se queda de 55,2 para 54,1 e para o setor de serviços, a queda esperada é de 58,8 para 56 pontos.
Na Alemanha, a cautela também persiste. O PMI Composto tem esperança de 54,1 pontos para a primeira prévia de setembro, ante 54,4. O setor de serviços tende a se elevar levemente, saindo de 52,5 pontos para 53. Quanto ao setor industrial, setor pujante da economia alemã, expectativa de manutenção no indicador.
No país, o instituto Gfk, publicará os dados referentes ao clima do consumidor. A despeito dos receios quanto à segunda onda de covid-19 na Europa, o indicador tem expectativa de melhora olhando para o mês de outubro ponderando que a Alemanha ainda não está a ser tão afetada quanto países como França e Espanha.
Assim, apesar da melhora, a expectativa, é de que o indicador ainda fique no negativo. Os números esperados pelo mercado, com projeção de -1,0 pontos, contra -1,8 em setembro.
No Brasil, começando por um dos indicadores precedentes de inflação para o mês de setembro, o IPCA-15.
Tendo em vista o aumento nos preços de alimentos e por conta do aumento do dólar impactando o preço de commodities os agentes esperam elevação na prévia de um dos principais indicadores que buscam prever o IPCA, principal indicador de preços ao consumidor da economia brasileira.
Os números esperados pelo mercado, é de 2,59% ao ano, ante 2,28% em agosto. Ao mês, os agentes esperam um IPCA-15 de 0,39%, ante 0,23% em agosto.
O Banco Central do Brasil (Bacen), divulgará os dados das Transações Correntes, isto é, um dos principais indicadores das contas externas.
Como o indicador leva em consideração as contas da balança comercial, isto é, os bens que saem e entram no país por intermédio de exportações e importações, a balança de serviços, tal qual a balança comercial, mas seu respectivo setor. Envolve também as balanças de renda, com receitas, lucros e juros e as transferências unilaterais, isto é, doações.
Tendo em vista a queda na renda do país, as importações tendem a ter queda considerável. Como as exportações brasileiras continuam ter certa elevação, com base a elasticidade preço da demanda dos produtos agrícolas e do aumento da atividade econômica chinesa, o que gera aumento na demanda por commodities, tais contas podem ter elevação.
As expectativas do mercado é de que as Transações Correntes acumulem o montante de US$ 2,45 bilhões, ante US$ 1,63 bilhões em julho.
O FMI (Fundo Monetário Internacional), divulgará o montante dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil.
Tendo em vista a queda na renda da maioria dos países desenvolvidos e, por conta do aumento do risco percebido do Brasil em virtude da incerteza do futuro das contas públicas do país.
O mercado espera que em agosto, o investimento estrangeiro direto saia de US$ 2,69 bilhões para US$ 1,35 bilhões.
Também serão divulgados dados referentes às contas públicas, com a Receita Federal a divulgar a receita tributária do país.
Apesar das políticas de sustentação da renda, o nível de atividade econômica que se reduziu fortemente e o aumento do desemprego, fazem com que a arrecadação tenha queda, evidenciando que os benefícios sociais tenham efeito parcial. Além disso, os agentes que permaneceram com seus rendimentos, aumentaram sua poupança precaucional, isto é, o dinheiro que não será mais aplicado em consumo será poupado por conta das incertezas. Como parte da tributação está em função do consumo, as receitas tendem a cair.
Os números esperados pelo mercado é de que a receita saia de R$ 115,9 bilhões e alcance a soma de R$ 110,2 bilhões.