Mais uma vez os mercados europeus fecharam mistos com os investidores a observar a reunião em Bruxelas, na Bélgica, sobre a situação russo-ucraniana. Membros da Otan, Joe Biden e líderes do G7 estavam a discutir possíveis alternativas para reduzir a dependência energética da Rússia e possiblidades para incentivar os russos para um cessar-fogo. Contudo, o segundo ponto parece ser irreal. Na agenda econômica, os PMIs recuaram, mas ficaram acima do esperado no Reino Unido e na Zona do Euro. O índice FTSE 100, de Londres, fechou em alta de 0,09%. Frankfurt teve queda de 0,07%. Paris fechou com baixa 0,39%. Milão ganhou 0,42%. Na península ibérica, Madri perdeu 0,28% e Lisboa ganhou 0,49%.
As bolsas americanas subiram no pregão de ontem (24). O Dow Jones teve ganho de 1,02%. O S&P 500 e Nasdaq subiram 1,43% e 1,93% respectivamente. Os investidores desconsideraram o cenário geopolítico instável e o tom mais hawkish de dirigentes do FED. A força para alguns setores veio de notícias específicas como a Meta Platforms Inc. informando que possui planos de construir um data center de hiperescala na área norte de Kansas City. A NVIDIA também teve destaque com o executivo chefe da companhia a informar que tem interesse em usar a Intel para obter seus chips.
O Ibovespa, mais uma vez teve um dia de alta, com elevação de 1,36% cotado a 119.053 pontos. O otimismo em relação à bolsa brasileira ainda se deve em grande medida ao diferencial de juros e ao desconto de nossa bolsa frente aos seus pares internacionais. Adicionalmente, as notícias em torno de um fiscal com espaço, porém não deixa de ser um ponto sensível, também contribui para a alta do índice. O setor cíclico vem evidenciando melhora e isso se deve, em certa medida, à redução do IPI, principalmente para varejo, as expectativas de fim de ciclo de aperto monetário, queda nos DIs e desconto de tais ativos.
Para hoje (25/03)
Os mercados asiáticos fecharam mistos com os investidores a ponderar os ganhos de Nova York e as incertezas geopolíticas relacionadas ao conflito no leste europeu. Os investidores também levaram em consideração os discursos de autoridades monetárias. Na China Continental, o Xangai teve queda de 1,17% e o Shenzhen perdeu 1,43%. Hong Kong e Taiwan perderam 2,47% e 0,12% respectivamente. Tóquio e Seul ganharam 0,14% e 0,01% respectivamente.
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 3,23%, a 847,50 iuanes, o equivalente a US$ 133,28
Os futuros nos Estados Unidos operam próximos da estabilidade com os investidores digerindo as reuniões em torno da questão no Leste Europeu com a proposta de, inclusive, tirar a Rússia do G20. Ao longo do dia, os investidores além de monitorarem tal questão, também ficarão atentos aos dados de expectativa do consumidor e a venda de casas pendentes.
Na Europa os principais índices também operam em alta. Os investidores aguardam possíveis soluções para a guerra. Contudo, não há nada claro no horizonte. Os investidores também observam o acordo fechado por Biden com a Europa em relação ao fornecimento de gás. Na agenda econômica, os investidores ignoraram em certa medida as vendas no varejo britânicas e os índices de clima da Alemanha que vieram aquém do esperado.
No Brasil, o principal foco dos investidores será a divulgação do IPCA-15 trazendo a prévia da inflação e seu comportamento. Pensando em bolsa, o bom humor externo pode contribuir para o desempenho do Ibovespa e as mineradoras podem se beneficiar da alta do minério enquanto as petroleiras devem seguir a queda da commodity energética.
Na agenda corporativa, o conselho de administração da Localiza (RENT) aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor bruto de R$ 110,3 milhões. O valor bruto por ação dos JCP a ser pago é equivalente a R$ 0,146694635. O pagamento ocorrerá no dia 20 de maio de 2022 com data ex em 29 de março.
O conselho de administração da Movida (MOVI3) aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor de R$ 54 milhões, equivalentes a R$ 0,149454282 por ação. A data ex é 30 de março.
A Cogna (COGN3) reportou prejuízo ajustado de R$ 74,945 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), uma diminuição de 87,3% com relação ao prejuízo computado no 4T20, de R$ 589,232 milhões.
A Ser Educacional (SEER3) registrou lucro líquido de R$ 3,4 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), o que representa uma redução de 97,1% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
A Enjoei (ENJU3) reportou prejuízo de R$ 33,714 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), o que representa 56,7% a mais que prejuízo aferido no 4T20, de R$ 21,512 milhões.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917
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