Ontem (25), o mercado operou com baixa liquidez, devido ao feriado do Memorial Day nos EUA e com o feriado bancário no Reino Unido. Assim, o destaque internacional ficou para os mercados da Europa.
No velho continente, os investidores, apesar de atentos com uma possível crise geopolítica na Ásia, os mercados operaram em alta. Esse bom humor adveio, principalmente, da reabertura de importantes economias como Alemanha e França, com não apenas serviços essenciais operando, mas também eventos e cerimônias religiosas, mesmo que com público reduzido. Todavia, é preciso atenção, uma vez que tal retomada certamente não será em “V”.
Frankfurt e Madrid lideraram as altas com avanços de 2,46% e 2,38% respectivamente. Paris teve ganhos de 1,66% e Milão subiu 1,21%.
No Brasil, o fato do vídeo referente a reunião ministerial do dia 22 de abril divulgada por Celso de Mello na sexta-feira (22), gerou ânimo aos mercados, com expectativa de que o risco político possa ser relativamente dissipado.. Além disso, as sinalizações do governador de São Paulo, João Dória, de não buscar um lockdown para o estado, também animaram o mercado.
Todavia, ainda é preciso ter cautela, uma vez que o Brasil tende a ser o novo epicentro do covid-19 nos próximos meses, o que pode gerar instabilidade no campo político e maior retração da atividade econômica, como registrado no Boletim Focus.
Com o ânimo dos agentes, o Ibovespa fechou a sessão com alta forte, em 4,25%, alcançando 85.663,48 pontos. O dólar, fechou o dia com queda de 1,64%, seguindo a queda do risco político e do CDS para cinco anos (-4,98%), atingindo a cotação de R$ 5,4432.
O petróleo, seguiu a expectativa dos agentes em relação à retomada da economia e possível reequilibro da oferta e demanda no mercado da commodity, o WTI subia ao 1,41%, a US$ 33,72 o barril ao fim do pregão e Brent registrava avanço de 1,46%, a US$ 36,12 o barril.
EUA: mercado imobiliário, confiança do consumidor e FOMC
Após o feriado do Memorial Day, os mercados americanos voltaram à atividade e, com ele, os dados de conjuntura econômica, que se concentrarão no mercado imobiliário. Além disso, serão publicados índices de atividade econômica e confiança do consumidor.
Entre os indicadores mais importantes referentes ao mercado imobiliário se destaca as Vendas de Novas Casas, indicando de forma indireta o nível de atividade da economia americana e como está a confiança do consumidor em relação ao futuro,.
Tendo em vista que o indicador divulgado pelo Census Bureau se refere ao mês de abril, ele absorve fortemente os impactos da crise ocasionada pelos efeitos advindos do covid-19. Considerando que no mês referido, os agentes estavam ainda mais receosos em relação ao futuro, mesmo com indícios de reabertura da economia americana e de outros países do ocidente.
Assim, os agentes esperam que as vendas de novas casas saiam de 627 milhões para 490 milhões em abril, o que significa retração de 21,9%.
Em paralelo, um pouco mais defasado por trazer dados referentes a março, a Standard & Poor’s divulgará a variação nos preços dos imóveis. A expectativa é de que os preços aceleraram em 0,2% em março, na perspectiva mensal, contra 0,4% de fevereiro. Anualmente, o indicador, segundo mercado, poderá sair de 3,5% e alcançar 3,5%.
Para maio, o FED de Dallas divulgará o Índice de Atividade Industrial da região. Como o indicador se refere ao mês de maio, existe a possibilidade de haver uma leve melhora. Todavia, os níveis ainda serão ruins por conta do forte choque, tanto do lado da demanda, quanto do lado da oferta, sentido pela economia americana.
Além disso, Kashkari, membro do FOMC, fará seu discurso às 14 horas sinalizando rumos das decisões dos policy makers, o que pode gerar preço no mercado de ações.
Europa: clima do consumidor na Alemanha
Na Europa, os dados de conjuntura econômica ficarão focados na Alemanha, França e, fora do continente, Reino Unido. Na Alemanha, o instituto GFK divulgará o indicador de clima do consumidor para o mês de junho, a evidenciar o futuro da economia do país por parte dos consumidores.
A expectativa do mercado para o indicador é de melhora, saindo de -23,4 para -18,3. Apesar do avanço em direção retomada, a medida ainda é ruim evidenciando o forte impacto da pandemia do covid-19 no consumo em uma das principais economias da Zona do Euro.
Falando em principais economias, na França, será publicada a Pesquisa em Empresas pelo Instituto INSEE para om mês de maio
A pesquisa engloba empresas dos setores de manufatura, construção, comércio e serviços do país, evidenciando de forma robusta a trajetória do setor industrial francês, sendo um importante indicador, tendo em vista a estrutura local da França na Europa.
A expectativa do mercado para o indicador é de melhora, com a reabertura da economia no país, com o índice saindo de 82 para 85 pontos. Como os demais indicadores, ainda está aquém do registrado antes da crise e, a depender da recuperação econômica ou se houver uma segunda onda de covid-19, a retomada ainda pode ser lenta.
No Reino Unido, a Confederação da Indústria Britânica, divulgará a pesquisa do varejo e distribuição para o mês de maio.
O indicador, como se trata do varejo, tem forte relação com o consumo e, devido às medidas de isolamento social no país, o indicador caiu fortemente nos últimos meses, chegando a -55 pontos no mês de abril.
Para maio, o mercado espera que o indicador suba um pouco, chegando em -50 pontos. Mesmo com a elevação do índice, os dados ainda são negativos evidenciando a força do covid-19 na economia britânica.
Brasil: IPCA-15
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgará o IPCA-15 em relação ao mês de maio.
Considerando a retração do consumo e, por consequência, da atividade econômica, o mercado espera fraca elevação no nível de preços, apesar de ainda ser uma leve elevação. O aumento se deve às expectativas de reabertura da economia em algumas cidades e da alta dos preços de alguns bens, por conta da elevação do dólar. Todavia, os níveis ainda tendem a ser baixos.
A esperança do mercado é de queda de -0,45% na perspectiva mensal e de aceleração de 2,10% ao ano, se afastando ainda mais da meta.
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