Hoje (25), o IBGE (instituto brasileiro de geografia e estatística) publicou os dados referentes a inflação sob a perspectiva do consumidor amplo, entre o dia 15 do mês anterior (julho) até o dia 15 do mês atual (agosto).
Segundo o instituto, os preços ao consumidor amplo durante período variaram 0,23% no mês de agosto, em linha com o consenso de mercado, evidenciando, novamente, baixa elevação nos preços. No acumulado de 12 meses, o indicador achegou a 2,28%.
O comportamento da inflação, isto é, da variação dos preços continua em níveis baixos, pois a atividade econômica não se mostra pulsante. Vale lembrar que a inflação sobe quando há aumento da atividade econômica ou dos salários. Como a crise atual afetou os dois lados da economia, tanto a oferta, quanto à demanda, como efeito das políticas de isolamento social para conter a propagação do covid-19, os preços tendem a não subir, ficando abaixo da meta de inflação estabelecida pelo CMN (conselho monetário nacional).
Dentre as categorias que compõem o índice, educação foi um dos maiores afetados. Isso ocorre porque a perda de renda que os agentes sofreram, fizeram com que muitos abandonassem seus cursos universitários ou reconsiderassem iniciar um novo curso no segundo semestre desse ano.
Além disso, olhando para o ensino básico, muitas famílias perderam o emprego, fazendo com que os pais reconsiderassem o investimento no ensino privado, com muitas crianças migrando para ensino público.
Assim, com a queda na demanda pelos serviços educacionais, os preços caíram 3,27%, mediante retração de 0,07% em julho.
Entre as maiores altas do indicador, para o mês de agosto, temos os artigos de residência e comunicação e transportes. A alta nesses preços forma influenciados pelo preço de eletrodomésticos e equipamentos que continuaram com demanda por parte das famílias que mantiveram sua renda por intermédio do e-commerce. Efeito análogo em comunicação, haja vista à procura de serviços de streaming e revistas eletrônicas.
No caso dos transportes, a recuperação dos preços do petróleo, com a commodity se mantendo em patamares próximos de antes da retração de março, acabou por influenciar os preços de combustíveis e do diesel:
Outro fator que faz o preço dos transportes subirem foi a reabertura da economia, de modo que tanto o transporte público, quanto individual seja mais utilizado.
A fraca aceleração dos preços evidencia que a inflação não mostra sinais de elevação a ponto de assustar os agentes, pois o hiato do produto continua elevado, isto é, a diferença entre a taxa de crescimento atual ainda está distante da taxa de crescimento potencial da economia, que seria a taxa de crescimento de steady state.
Isso se dá pela seguinte fórmula:
Onde: = inflação atual, = inflação esperada, = produto observado, = produto de steady state e = um choque aleatório.
Segundo o Relatório Focus, as expectativas do mercado é de que a taxa de crescimento da economia brasileira no longo prazo (steady state) fique em aproximadamente 2,5%, sendo que o esperado para economia brasileira ao fim de 2020 -5,46%.
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