Ontem (11), os mercados mundiais fecharam o dia sem direção única, devido aos temores de uma segunda onda de covid-19 em países que já se mostravam avançados no que diz respeito ao combate do ao vírus.
Além disso, apesar da aparente melhora na temperatura das brigas entre China e Estados Unidos, as bolsas americanas fecharam em queda, com exceção da Nasdaq. Devido ao temor dos investidores quanto ao possível desfecho negativo para o comércio internacional, o que já foi evidenciado pela medida da China contra a Austrália, suspendendo quatro frigoríficos em resposta às críticas dos australianos à Pequim.
A Nasdaq, impulsionada pelas empresas do setor de tecnologia, teve elevação de 0,78%. O S&P 500 fechou no zero a zero e o Dow Jones teve retração de 0,45%.
Mesmo com as quedas, os agentes, o VIX registrou retração de 0,75% alcançando os 27,77 pontos, a evidenciar diminuição do risco percebido em relação à bolsa americana.
Na Europa, a maioria dos mercados fecharam com retração com receios à reabertura da economia, por conta de uma possível segunda onda de novo coronavírus em países que mostravam sucesso no combate contra a doença.
Contra os resultados da Europa Continental, Londres fechou com leve elevação, em 0,06%, sendo beneficiada da correção do dólar contra a libra esterlina por conta do feriado no Reino Unido na sexta-feira (08).
As quedas foram mais acentuadas em foram em Madrid, com retração de 1,63%. Paris fechou o dia com queda de 1,31%. Frankfurt, mesmo com a UE (União Europeia) a definir que não tomará ações legais contra a corte alemã com o objetivo de não minar a independência do país, teve retração de 0,73%. Milão teve queda mais leve (-0,33%).
O mercado brasileiro operou com volatilidade tendo em vista os sinais pouco assertivos do exterior. No entanto, o que realmente pesou no desempenho do Ibovespa foi o cenário político.
Apesar do presidente Jair Messias Bolsonaro informar que vetará o salário de funcionários públicos afirmando que está de acordo com as políticas de Paulo Guedes, a fala de Valeixo reforçando que o Presidente gostaria de um chefe da Polícia Federal com maior grau de afinidade, concordado com o depoimento do ex-ministro Sérgio Moro.
Assim, os investidores ficaram receosos em relação aos ativos brasileiros fazendo o principal índice da B3 ter perdas de 1,49%, com o mercado alcançando 79.064 pontos. O dólar, mediante o aumento do risco percebido subiu 1,47%, fechando a sessão a R$ 5,82.
O petróleo, teve realização de seus lucros escalados nas últimas semanas, com queda na referência WTI de 4,17%, finalizando o dia cotado a US$ 25,08 e o petróleo Brent teve retração de 4,42%, fechando a sessão cotado a US$ 29,60.
EUA: Inflação, orçamento, petróleo e FED
Hoje (12), serão divulgados os dados referentes à inflação americana pelo Bureau of Economic Analysis por intermédio do IPC e do núcleo do IPC para o mês de abril.
O núcleo do IPC exclui energia e alimentos, fazendo com que o índice retire os efeitos dos preços de dois bens importantes na cesta de bens, levando em conta o preço de outros. Essa é uma medida que ajuda entender a variação dos preços que não são tão essências quanto os retirados.
Tendo em vista que a economia americana ainda ne se recuperou, o que pode ser evidenciado pela queda na renda dos agentes por conta do aumento no desemprego que chegou a um pico histórico, ao nível de 14,7%.
Assim, as expectativas dos agentes é de que o índice de saída 2,1% em março para 1,7% em abril. Para o mês, o índice é deflacionário 0,2%, aprofundando a retração de março (-0,1%).
Para o IPC considerando energia e alimentos, pode registrar queda mais profunda, com expectativa de aceleração de 0,4% para análise anual e no mês, a expectativa é de retração de 0,8% em abril, contra a retração de 0,4% em março. O Tesouro Americano divulgará o balanço orçamentário dos Estados Unidos para o mês de abril.
A expectativa é de retração para mês, uma vez que os gastos estão aumentando para que o governo estadunidense busca conter os efeitos do covid-19 da economia por intermédio dos gastos públicos.
Assim, o esperado é de US$ 747 bilhões em prejuízo, uma elevação de 275,38% no prejuízo em relação ao mês de março, quando o orçamento apresentava déficit de US$ 199,0 bilhões.
O instituto privado API (American Petroleum Institute) divulgará os dados de estoques de petróleo, sendo um indicador antecedente aos estoques divulgados pela Energy Information Administration (EIA).
Tendo em vista os cortes voluntários do por parte dos Estados Unidos, membros da OPEP+ e a demanda ainda reprimida pelo bem, o que diminui a produção, contribui para retração nos estoques da commodity.
Pelo lado do FED, muitos membros farão discursos, mostrando a visão e perspectivas dos formuladores de política econômica em relação à economia norte-americana.
Brasil: Ata do COPOM e serviços
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará os dados de referentes ao crescimento do setor de serviços em março. Apesar da economia brasileira se mostrar fortemente fragilizada, devido os efeitos da covid-19 e pelo fato das medidas de isolamento social estarem sendo estendidas por alguns estados, o mercado espera elevação do setor.
A expectativa positiva dos agentes pode estar relacionada à demanda por serviços relacionado à internet, vendas e entregas online, uma vez boa parte da população está em casa.
A expectativa dos agentes é de que o setor de serviços avence de 0,7% em fevereiro para 2,1% em março, contra o avanço de 0,7% em fevereiro e elevação 0,1% na análise anual, contra a retração de 1,07% em fevereiro, no que diz respeito à perspectiva mensal.
O Bacen (Banco Central do Brasil) divulgará a Ata do COPOM. Dado o corte na taxa de juros na semana passada, ao chegando ao sua mínima histórica 3% ao ano, as perspectivas do relatório divulgado pela entidade monetária não devem ser muito positivas.
O corte de 0,75 p.p. indica que economia brasileira está muito aquém do esperado, uma vez que a decisão da definição da taxa de juros se deve à diferença entre a PIB observado e o PIB potencial e a diferença entre a inflação meta e a praticada, de modo que quanto maior seja a distância entre as variáveis, maior é o espaço para o corte na taxa de juros. Assim, espera-se perspectivas negativas para economia nacional.
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