A semana começou positiva para os mercados internacionais, mediante a possibilidade dos testes da vacina feita pela empresa americana Gilead Sciences, serem positivos para o combate contra o covid-19.
Nos Estados Unidos, além da notícia da vacina, os dados de conjuntura econômica como as vendas de moradias e o indicador de atividade do FED de Dallas complementaram as expectativas positivas. Além disso, o FED anunciou que comprará títulos de dívida corporativa no mercado primário, como forma de garantir liquidez ao mercado e de disponibilizar crédito a grandes empregadores.
Ademais, os aumentos nos casos de coronavírus nos Estados Unidos, principalmente, no Texas, Arizona, Flórida e Califórnia, se tornaram preocupantes.
O Dow Jones liderou o rali em Wall Street com ganhos de 2,32%. O S&P 500 subiu em1,46% e a Nasdaq também teve ganhos, com alta de 1,20%. Com a melhora das perspectivas com a possibilidade das vacinas, o VIX registrou queda de 7,89%, cotado a 31,97 pontos.
Não obstante ao aumento dos casos no continente, na Suíça e Leicester, no Reino Unido, as bolsas europeias subiram pela influência em Nova York.
Os fatores positivos dentro do velho continente, foram a melhora do indicador de sentimento econômico da União Europeia e, apesar dos surtos, a taxa de crescimento dos casos, estão a diminuir, quando comparada com a dos Estados Unidos.
Milão e Madrid tiveram as maiores altas do continente, com ganhos de 1,69% e 1,39%. Frankfurt subiu 1,18%. Londres teve elevação de 1,01% e Paris ganhou 0,73%.
As expectativas positivas quanto aos testes da vacina contra o covid-19, contribuíram para amenizar o pessimismo quanto ao avanço da pandemia nos Estados Unidos e na América Latina.
O principal índice da B3 seguiu o bom humor das bolsas do hemisfério norte, somado à tranquilidade no ambiente político, após o presidente Jair Bolsonaro começar a tomar uma atitude mais pacífica mediante aos três poderes.
Todavia, o covid-19, mesmo com a reabertura de muitos estados, continua a ser um fator de risco.
O Ibovespa teve alta de 2,03%, em 95.735 pontos. O dólar teve retração de 0,73%, cotado a R$ 5,42.
Mesmo o pedido de insolvência de uma das mais antigas empresas de xisto dos Estados Unidos fez os preços da commodity caírem.
O WTI teve elevação de 3,14%, cotado a US$ 39,70 e o petróleo Brent teve ganhos de 2,25%, com elevação de US$ 41,85.
EUA: Índice Redbook, Preços de Imóveis, PMI, Confiança do consumidor e serviços
A empresa de pesquisa Redbook inc. divulgará seu indicador semanal referente ao crescimento do setor varejista dos Estados Unidos.
Apesar da reabertura do comércio que vem ocorrendo desde maio, o indicador deve continuar com retração alcançando números negativos. No entanto, ao longo das observações, o indicador está apresentando números melhores a cada divulgação.
No entanto, os temores em relação à segunda onda de covid-19 forçando alguns estados americanos a ter novas restrições ao convívio social, o que inclui o comércio e o fechamento de postos de emprego, pode gerar piora no indicador.
Apesar de estar relativamente defasado por se tratar do mês de abril, o S&P/CS divulgará os preços dos imóveis com base nos preços de venda para vinte regiões dos Estados Unidos.
Como, ao final de abril de os agentes já esperavam a reabertura dos estados americanos, mas ainda havia receio em relação ao avanço do covid-19.
Assim, a expectativa do mercado, é de que os Preços de Imóveis S&P/CS Composto-20, para o mês de abril continue em 0,5%, tal qual em março.
Ao ano, espera-se leve alta, saindo de 3,9% em março, para 4,0% em abril.
O Conference Board divulgará o indicador de confiança do consumidor para o mês de junho.
O indicador é importante para prever o comportamento dos gastos do consumidor, uma variável muito importante da economia americana. Assim, também pode ser um indicador, indireto, de atividade.
Com a reabertura do comércio e a diminuição no desemprego, o mercado espera melhora no indicador de razoável, em 6%, saindo de 86,6 em maio e alcançando 91,8 pontos em junho.
Apesar de apresentar melhora, o indicador ainda estará abaixo de seus níveis normais, os quais geralmente operam acima dos 100 pontos.
Os indicadores do setor de serviços serão regionais, para Dallas, divulgados pelo FED da região.
Como a região do Texas apresentou retorno no aumento de casos de contaminação por convid-19 está fazendo o governo retomar as medidas de isolamento social.
Assim, o mercado espera aprofundamento na retração dos indicadores de Perspectivas do Setor de Serviços de junho e Subíndice de Receita com Serviços alcancem queda de 38,4 e 64 pontos respectivamente.
Europa: Preços de importados na Alemanha e inflação na Zona do Euro.
Na Alemanha, a agência Destatis divulgará os preços dos bens importados para o mês de maio.
Apesar de haver melhora no indicador, segundo as perspectivas do mercado, os números ainda serão negativo, pois as importações dependem do nível de renda do país e, como a economia alemã e das demais economias europeias inda não se recuperaram e estão em níveis baixos, a demanda por produtos importados também tendem a cair.
Assim, espera-se que os preços dos bens importados saia de -7,4% para -7,2% ao ano e, ao mês, saia da -1,8% para -0,9%.
A Eurostatis divulgará os indicadores de inflação para Zona do Euro, a evidenciar o quanto a economia está se aquiescendo com base na variação dos preços da economia para o mês de junho.
De acordo com divulgações do FMI (Fundo Monetário Internacional e BCE (Banco Central Europeu), com uma grande incerteza em relação à retomada da economia tanto na Europa, como no restante do mundo, a expectativa que os preços continuem pressionados variando pouco.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), deve sair de 0,9% em maio para 1,1% em junho ao ano. Ao mês, a expectativa é de que os preços continuem em deflação, saindo de -0,1% para -0,3%.
O núcleo dos indicadores, o que exclui os preços do consumo autônomo, energia e alimentos, tem expectativa de que saia de 0,0% para 0,1% ao mês e, ao ano, pode sair de 1,2% para 1,1%.
Fora do continente, outro dado importante será divulgado pelo, Office for National Satistics.
A instituição trará dados do PIB, a evidenciar a atividade econômica do Reino Unido para o primeiro trimestre.
Devido às consequências das medidas de distanciamento social para conter o avanço do covid-19 e o avanço da doença em todo mundo, o que gerou um choque de oferta e de demanda na economia de todo mundo, o Reino Unido deve apresentar piora no indicador.
A expectativa do mercado é de que ocorra retração de 2,0% ao trimestre, contra crescimento nulo da última observação. Ao ano, a expectativa é de 1,6%, ante aceleração de 1,1%.
A empresa de pesquisa ISM Inc. de Chicago, divulgará o PMI da região para o setor manufatureiro.
Devido a participação de Chicago na produção de produtos manufaturados, o indicador é importante para prever o desempenho da produção manufatureira dos Estados Unidos.
A reabertura da economia, faz com que os agentes tenham expectativas positivas para o indicador, por conta do aumento da demanda por bens produzidos pelo setor.
Assim, espera-se que o indicador alcance 45 pontos em junho, contra os 32 registrados em maio.
Brasil: desemprego e contas públicas
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará os dados referentes ao desemprego.
A taxa de desemprego que, atualmente está em 12,6% pode avançar em 12,9%, segundo as perspectivas do mercado. Tal expectativa de aumento se baseia nas perdas de postos de trabalho decorrentes das medidas de isolamento social para conter a pandemia de covid-19.
O mercado não espera elevação mais abrupta, por conta das políticas de manutenção de emprego, as quais flexibilizaram o pagamento de salários, horas trabalhadas e, até mesmo contratos de trabalho.
Vale lembrar que apesar do resultado, há uma grande quantidade de pessoas que não estão buscando emprego por terem desistido e o indicador se refere ao contingente de pessoas que estão a trabalhar ou estão a procurar emprego.
Sobre as contas públicas, o tesouro nacional divulgará os dados referentes à relação dívida/PIB, ao balanço orçamentário e superávit (ou déficit) orçamentário para o mês de maio.
Devido aos gastos realizados no enfrentamento à pandemia do covid-19, a expectativa, para o balanço orçamentário tende a registrar números negativos, haja vista a ampliação dos gastos públicos e diminuição da arrecadação, saindo de R$ -115,800 Bilhões, para R$ -120,100 Bilhões.
Seguindo a mesma lógica, o Superávit Orçamentário também deve apresentar deterioração, acumulando um déficit de R$ -188,600 Bilhões, contra R$ -94,300 Bilhões em abril.
A relação dívida líquida/PIB, pode apresentar ligeira melhora, saindo 52,7% para 52,4%. Apesar da necessidade de financiamento do setor público estar a se elevar, as quedas nas taxas de juros, faz com que os agentes projetem queda para o indicador.
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