Ontem (25), apesar do aumento nos casos de infecção de covid-19 nos Estados Unidos e em outros países, os mercados fecharam em alta, recuperando parcialmente, as perdas do dia anterior.
Nos Estados Unidos, os mercados fecharam em alta sustentados pelas altas do setor bancário com a mudança da regra de Volcker, flexibilizando as condições do mercado.
Todavia, um dos principais dados de conjuntura econômica apresentou resultados piores que o esperado. Os pedidos iniciais por seguro desemprego teve aumento acima das expectativas, alcançando 1.480 milhões de pedidos, mas outros dados de atividade tiveram bom desempenho.
O Dow Jones liderou as altas, com avanço de 1,18%. O S&P 500 e a Nasdaq teve ganhos de 1,14% e 1,09% respectivamente.
O VIX acelerou novamente em 6,26%, chegando a 31,72 pontos.
Na Europa, os mercados tiveram aumento corrigindo, parcialmente, as quedas do dia anterior.
Além dos avanços em Wall Street, os dados de confiança do consumidor na Alemanha trazendo números melhores que o esperado e o BCE (Banco Central Europeu) evidenciando que a instituição a instituição estará a postos para tomar decisões para retomada econômica.
Todavia, o crescimento no número de infectados de covid-19 nos Estados Unidos e no mundo continua no radar.
Madrid e Paris lideraram o rali na Europa, com avanço de 1,04% e 0,97% respectivamente. Frankfurt teve avanço de 0,69%. Londres e Milão subiram modestamente com avanços de 0,38% e 0,37% respectivamente.
O mercado brasileiro de ações também corrigiu as perdas do dia anterior. Apesar dos dados negativos do exterior, os dados internos contribuíram fortemente para o movimento de alta.
Bolsonaro, diferentemente do que ocorrera outras vezes, demonstrou aproximação e um tom mais pacífico com os demais poderes, em especial com o STF.
Outro fator político, mas que impacta o lado corporativo, foi a aprovação da do marco legal do saneamento na noite de quarta-feira (24). A medida é vista como positiva, pois pode ampliar os investimentos do setor privado e ampliar a concorrência, além de, potencialmente, aumentar empregos.
Assim, o Ibovespa teve elevação de 1,70%, a 95.983 pontos.
O dólar comercial ficou quase no zero a zero, com elevação de 0,06%, cotado em R$ 5,32.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, apesar de operarem em queda no início da sessão. O aumento de pedidos por bens duráveis ajudou no avanço dos preços da commodity.
O petróleo Bret teve aumento de 1,84%, cotado a US$ 41,05. O WTI também avançou com ganhos de 1,87% a preços de US$ 38,72.
O Bureau of Economics Analysis divulgará o índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE), que mede os preços dos bens e serviços demandados pelos consumidores. Também será divulgado o núcleo do PCE, retirando os efeitos de alimentos e energia, pois são considerados parte do consumo autônomo.
Apesar do mês de maio ter sido fortemente relacionado com as expectativas positivas para a economia americana por conta das flexibilizações de restrição social, os preços para o mês referido, possivelmente, continuaram em níveis baixos, uma vez que ainda havia (e há), muitas pessoas que não recuperaram seus empregos, diminuindo a demanda por bens e serviços, refletindo no preço.
Vale lembrar que até mesmo os agentes que conseguiram novos empregos podem ficar receosos em elevar os seus gastos com bens não essenciais, pois preferem aguardar maior estabilidade na economia.
Assim, o núcleo do PCE de maio tem expectativa de crescimento modesto em 0,2% ao mês, contra deflação de 0,4% em abril. Ao ano, espera-se inflação de 0,9%, contra queda de 1,0%.
O PCE, segundo o mercado, pode sair de deflação de 0,5%, para avanço de 0,1% ao mês. Ao ano, espera-se queda de 0,2% nos preços, contra 0,5% de avanço.
A instituição também divulgará os dados referentes à renda pessoal e gastos pessoais para o mês de maio.
Como a economia americana depende fortemente do consumo, tais indicadores são muito importantes para avaliar os impactos da crise e como o país se recupera ao longo do tempo.
Os gastos pessoais têm perspectiva de aumento, segundo a esperança do mercado, mas ainda não é uma recuperação total saindo de -13,6% em abril e alcançando 9% maio, caso as expectativas se concluam.
O dado apresenta recuperação parcial pelo fato da renda dos agentes estar caindo. Mesmo no mês de maio, onde existia expectativa positiva em relação a reabertura dos negócios, o mercado espera queda de 6,0% na renda pessoal mensal.
A retração no indicador pode ocorrer por conta da destruição de empregos nos meses anteriores.
A Universidade de Michigan divulgará os Índices relacionados à confiança, percepção e expectativas dos consumidores para o mês de junho. Sendo importantes dados antecedentes para o mês.
Na maioria dos indicadores, existe cautela com expectativa de que os dados fiquem inalterados em relação ao mês de maio. A cautela se deve, especialmente, a possiblidade de uma segunda onda de covid-19 que começou a ser discutida a partir da segunda metade do mês.
Assim, os índices de Confiança do Consumidor de Michigan, de Condições Atuais e de expectativas de inflação têm previsões de ficarem inalterados em 73,1, 87,8 pontos e 3% respectivamente.
O índice de percepção pode ter leve aumento, saindo de 78,9 para 79 pontos.
As Sondas Baker Hughes podem ter aumento nas operações, haja vista duas semanas de aumentos na produção de petróleo bruto nos Estados Unidos.
Na Alemanha, a agência Destatis divulgará os preços de bens importados para o mês de maio.
Com a queda do comércio internacional e, apesar da Alemanha ter sido um dos países que melhor combateu os efeitos da pandemia de coronavírus na economia, o país também teve retração na renda. Como as importações dependem da renda do país e como houve retração da economia alemã e de seus parceiros comerciais, os preços de tais bens também tendem a cair.
Todavia, com o pico da queda em março, existe a possiblidade de que o indicador melhore, mas ainda existe a possiblidade de indicadores em queda operando no negativo, principalmente na perspectiva anual.
Para a Zona do Euro, o BCE divulgará a ampliação da massa monetária em poder do público, isto é, moeda e ativos líquidos na mão da população.
A expectativa é que o agregado monetário tenha aumento de 8,6% em maio, mediante à expansão monetária realizada pelo Banco Central Europeu, com o objetivo de diminuir os impactos do covid-19 na economia.
Da mesma forma, há esperança de aumento dos Empréstimos às Famílias, Instituições não financeiras e ao setor privado como um todo.
Complementando os dados de expansão monetária, Christine Lagarde fará seu discurso evidencia para os agentes as perspectivas do banco para a economia europeia e mundial.
O discurso da diretora do BCE é muito importante, pois, após a queda nas perspectivas de crescimento econômico por parte do FMI (Fundo Monetário Internacional).