As tensões geopolíticas entre os EUA e o Irã permanecem no radar dos investidores, levando as bolsas ao redor do mundo a operarem no negativo nesta segunda-feira. Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo se preocupa com uma possível alta do petróleo neste momento, mas tem a expectativa de que os preços voltem à normalidade. Atenção para as ações de Petrobras. Papéis de outras empresas ligadas a commodities também devem chamar a atenção no pregão de hoje. Isso porque dados sobre a economia da China apontaram desaceleração. Atenção para Vale, siderúrgicas e Suzano.
Após subir mais de 4% na última sessão, os preços do petróleo seguem em alta superior a 1% tanto em Nova York quanto em Londres nesta manhã, com o Brent rondando os US$ 70 o barril, devido ao temor de queda na oferta da commodity após um ataque militar americano ao aeroporto de Bagdá ter matado o general Qassim Suleimani, comandante das Forças Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã.
No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reclamou contra a decisão do parlamento do Iraque, que votou a favor da retirada de todas as tropas estrangeiras do país. Trump ameaçou sanções econômicas ao Iraque, “como eles nunca viram antes” caso o governo de Bagdá prossiga na medida de fechar as bases militares estrangeiras. Pelo Twitter, Trump também falou em revidar “de maneira desproporcional” a um eventual ataque aos Estados Unidos por parte do Irã.
Bolsonaro disse já ter conversado sobre o assunto com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. “Tivemos nossa conversa e temos uma estratégia de como proceder o desenrolar dos fatos. A coisa que mais preocupa é uma possível alta do petróleo, de 5% no momento. Conversei com o presidente da Petrobras também. A exemplo do que aconteceu na Arábia Saudita, o ataque de drones, em poucos dias voltou a normalidade. A gente espera que aconteça agora também”, disse.
A Petrobras informou que segue com o processo de monitoramento do mercado internacional. A companhia ressalta que, de acordo com suas práticas de precificação vigentes, não há periodicidade pré-definida para a aplicação de reajustes. “A empresa seguirá acompanhando o mercado e decidirá oportunamente sobre os próximos ajustes nos preços”.
Voltando ao exterior, dados econômicos divulgados na China também seguem no foco do mercado. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da China recuou de 53,5 em novembro – quando atingiu o maior nível em sete meses – para 52,5 em dezembro, segundo pesquisa da IHS Market em parceria com a Caixin Media. O PMI composto chinês, que abrange serviços e o setor industrial, caiu de 53,2 em novembro – máxima em 21 meses – para 52,6 em dezembro.
Entre as commodities, o contrato futuro do minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian fechou em alta de 0,75%, aos US$ 95,79. Já o ouro, em meio a busca por segurança diante das tensões no Oriente Médio, opera no maior valor desde 2013, a US$ 1.579,70 a onça-troy, na Nymex.
Caixa Seguridade
A Caixa estaria preparando o pedido para dar o pontapé na abertura de capital da área de seguros já no mês que vem. A ideia é fazer um período de roadshow, reunião com investidores no jargão do mercado, extenso para precificar bem a Caixa Seguridade, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast. Assim, a precificação da oferta ficaria apenas para abril.
A expectativa do mercado é de que a abertura de capital do negócio de seguros da Caixa fique próximo ou até mesmo supere a da BB Seguridade, do Banco do Brasil, que levantou R$ 11,5 bilhões na B3, em abril de 2013. É a segunda vez que a Caixa tenta emplacar o IPO da sua operação de seguros. Em 2015, o banco chegou a sondar o mercado, mas não obteve o valor que esperava pelo ativo. A expectativa agora é de que a empresa chegue valendo entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões na B3.
A Caixa Econômica Federal está perto de concluir a escolha dos futuros sócios em seguros, passo fundamental para listar sua holding responsável pelo negócio, a Caixa Seguridade, na bolsa. A primeira joint venture a ser anunciada será a de seguro habitacional e residencial. Quem levou o negócio, de acordo com duas fontes ouvidas pelo Broadcast, foi a seguradora japonesa Tokio Marine. O valor do negócio teria ficado bem acima do patamar de R$ 1,5 bilhão, considerando uma fatia de 25% na joint venture e os outros 75% nas mãos da Caixa Seguridade.
Hapvida
A Hapvida anunciou o cancelamento do protocolo de entendimentos, anunciado em novembro, para aquisição de uma carteira de clientes de planos de saúde que pertence à Agemed Saúde, composta por cerca de 12 mil vidas.
Segundo a Hapvida, em dezembro, a Agência Nacional de Saúde (ANS) determinou a venda compulsória da carteira integral da Agemed, composta por cerca de 150 mil clientes, concentrada nos Estados de Santa Catarina e Paraná. Isso, segundo a companhia, impossibilita a adequação da rede de médicos para o atendimento para a nova carteira. A Hapvida afirma que vai adotar uma estratégia comercial para atrair os clientes da carteira, em linha com seus esforços para elevar sua presença na região Sul, especialmente na região de Joinville (SC).
Banco Indusval
O conselho de administração do Banco Indusval aprovou um aumento de capital de R$ 56 milhões, com a conversão de 184 Letras Financeiras em 16.023.098 ações ON, ao preço unitário de R$ 3,50. Assim, o capital social do banco passa a ser de R$ 1,156 bilhão. O aumento ocorre porque o índice de capital Nível I do Indusval atingiu patamar abaixo de 9% em novembro, e o conselho aprovou em julho a conversão de Letras Financeiras em ações caso essa diminuição do capital Nível I ocorresse.
Outras notícias
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cumpre agenda nesta segunda-feira em São Paulo, onde recebe às 11h dirigentes de instituições financeiras, para tratar de temas estruturais e conjunturais do Sistema Financeiro Nacional.
FONTE: AE BROADCAST