Os mercados globais tiveram uma quinta-feira (03) de forte queda, com realizações generalizadas de lucros em Nova York, após as bolsas do país estarem em seu pico histórico, mediante o aumento das dúvidas quanto a retomada da econômica e pelo noticiário no ambiente geopolítico.
As tensões entre Estados Unidos e China voltaram a aparecer no noticiário da mídia especializada de economia e finanças após Pequim subir o tom com os americanos, dizendo que darão uma resposta à altura para a retaliação dos Estados Unidos aos diplomatas chineses.
As ações de tecnologia tiveram forte queda, após o departamento de justiça americano informar que entrará com medidas antitruste contra as empresas big techs.
Entre os dados de conjuntura econômica, a demanda por seguro desemprego, teve queda acima do esperado, mas os níveis continuam altos e precisam continuar a cair para evidenciar retomada da atividade, a qual continua lenta de carente de estímulos fiscais, como observou membros do FOMC em seus anúncios. Além disso, apesar do restante dos dados Markit ter vindo acima do esperado, os indicadores ISM ficaram abaixo das projeções.
O Dow Jones, perdeu 2,78%. O S&P 500, desvalorizou 3,51% e a Nasdaq, derreteu 4,96%.
Na Europa, os principais índices do continente fecharam em queda, sendo puxados pela queda de Wall Street.
A agenda econômica local teve PMI’s acima do esperado, porém, as vendas no varejo decepcionaram ao acumular retração na Zona do Euro durante o mês de agosto.
Madri, teve a única alta do dia, com elevação de 0,13%. Milão e Londres, registraram as maiores perdas, em 1,54% e 1,52% respectivamente. Frankfurt, teve desvalorização de 1,40%. Paris, perdeu 0,40%.
No Brasil, a queda foi resultado das baixas expressivas atuando como os maiores triggers para a desvalorização dos ativos brasileiros no dia.
O dólar, que se fortalecia contra suas concorrentes mundo a fora, isto é, as moedas mais fortes como o euro e a libra, se desvalorizava frente ao real, haja vista a melhora do cenário fiscal em relação ao país e a entrega da reforma administrativa, encerrando a sessão em 1,27% antes do after.
O queda no risco percebido também ficou nítida na taxa de juros longa, com a DI1F27, Juro futuro para janeiro de 2027, perdeu 9 pontos base, a 6,70%.
Todavia, o movimento do dólar internacionalmente, afetou os preços das commodities impactando ações de empresas exportadoras dessa categoria de bens.
O Ibovespa, teve queda de 1,17%, aos 100.721pontos. Apesar da queda, ela foi menos expressiva que as das bolsas dos países desenvolvidos.
O petróleo, também enfrentou um dia de queda no pregão de ontem, haja vista as tensões entre EUA e China e os dados econômicos divulgados pelo ISM Inc. e na Europa, gerou incerteza quanto à demanda pela commodity.
O WTI, teve queda de 0,34%, a US$ 41,37 e o Brent, teve desvalorização de 0,81%, cotado a US$ 44,07.
Após dados ruins da ADP Systems e um pouco melhores que o esperado dos pedidos iniciais por seguro desemprego, o Bureau of Economics Statistics, divulga hoje (04), os dados do payroll.
Apesar da demanda por seguro desemprego estarem relativamente elevados e a criação de vagas, de acordo com a contagem da ADP Systems terem sido menores do que foi projetado, o mercado vê melhora no relatório mais importante no que diz respeito ao mercado de trabalho nos Estados unidos.
Apesar da cautela que os formuladores de política informam ter e, por isso, a necessidade de mais estímulos fiscais, os dados de atividade econômica sustentam parcialmente a possível melhora e/ou manutenção de alguns números do relatório de emprego.
No que diz respeito aos salários, espera-se que eles continuem a subir, mas com menor força quando comparado ao período imediatamente anterior, mostrando que a demanda por trabalho não está suficientemente elevada.
O mercado espera 4,5% de avanço em agosto, contra 4,9% no mês de julho, quando as expectativas foram frustradas, pois se esperava aceleração de 5,3%.
Para o payroll em si, isto é, a formação de vagas do setor no setor não-agrícola, isto é, o dado mais importante, devido a retomada do covid-19 em alguns estados americanos, as projeções são cautelosas, absorvendo os números dos dados da ADP e dos pedidos iniciais por seguro desemprego.
Após avanço além do esperado, em julho, com formação de 1,763 milhões de novas vagas, a esperança em agosto, é de avanço de 1,400 milhões de novos postos de trabalho.
Caso tais perspectivas se concluam, será positivo. No entanto, ainda não, recuperará os níveis de emprego de antes do surto de covid-19.
Desse modo, a taxa de desemprego esperada para agosto é de 9,8%, ante 10,2% em junho, graças aos novos entrantes ou melhor, pessoas que estão retornando aos seus empregos.
Não obstante a melhora nesse dado, ele não abrange os desempregados que desistiram de procurar emprego no memento, pelo fato de seu nicho de atividade estar paralisado em consequência da crise.
Na Alemanha, a agência Destatis divulgará os dados de encomendas à indústria para o mês de julho.
Forte aceleração no indicador, os agentes esperavam avanço reduzido para o mês de referência. Tal perspectiva reflete os receios dos agentes em relação à segunda onda de covid-19 no continente e aos dados relacionados ao setor abaixo do esperado para o mês.
A projeção dos agentes é de avanço de 5,0% em julho, ante 27,8% em junho.
No Reino Unido, a IHS Markit publicará PMI da construção civil, após os indicadores de outros setores.
O índice é importante por conta das sinergias que o setor de construção possui com os demais, de modo a influenciar outros setores.
A despeito dos PMI’s terem ficado abaixo do esperado, eles evidenciaram avanço em relação ao mês anterior, o que impacta as previsões para agosto.
A expectativa para o PMI da construção civil é de 58,5 pontos, ante 58,1 de julho.